Olho a estante e ele permanece lá, impávido, há quase 30
anos. Não esta edição, que comprei num sebo em São Paulo há apenas uma década e
meia, mas a Obra em si. Nunca concluído
desde que o conheci na Biblioteca da Escola Gonçalves Dias, adolescente. Não
terminei de ler à época como não terminei de ler em mais seis ou oito
tentativas. A verdade é que Sem olhos em Gaza (Aldous Huxley, de quem li quase
tudo) me assombra menos pela perspectiva de ser concluído (e ainda será) que por
ter influenciado um dos meus primeiros contos de ficção, lá pelos 16 anos, uma novela
pretensiosa sobre seres manipulados geneticamente, dilemas bioéticos e as
reflexões de um cientista inclinado a protagonista. Quanto ao livro do Huxley, continuo sem olhos para ele.
terça-feira, 7 de abril de 2015
terça-feira, 10 de março de 2015
RBS defende legalização da maconha
http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2015/03/opiniao-contra-as-drogas-pela-legalizacao-da-maconha-4713971.html
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
Sociedade Hashtag
Facebook? O que ainda me mantém por ali é o contato com
familiares e amigos espalhados pelo mundo. Vejo um
maniqueísmo atroz crescer entre os usuários, como se tudo fosse cara e
coroa, certo e errado, bom e mau. Jogados uns contra os outros, amizades e relacionamentos derivam num mar de insanidade burguesa, com os traumas de infância enterrados
sob torrentes de selfies e autojactância. A inexplicável vaidade, seguida de elogios hipócritas, reifica o rótulo como forma de sobreviver na Sociedade Hashtag: sociedade cínica, sígnica.
Há oito anos, ao perceber que a profusão de comunidades de ódio era maior que as de música, troquei o Orkut pelo Facebook, que parecia uma opção mais interessante, com mais privacidade e sem propaganda. Havia poucos usuários e não precisávamos saber o que fulano comentou na publicação de um estranho, ou se ele segue a página de um banco aonde não tem conta. Hoje, a deliberada espionagem que chamam de propaganda direcionada e a propaganda de cursos de inglês e hebraico apostam no sionismo velado, uma nova revolução cultural para aumentar ainda mais o abismo entre Oriente e Ocidente.
Durante um tempo usei o Twitter. Mas o desafio dos 140 caracteres, que é interessante para escritores, jornalistas e publicitários, virou veículo de agressão fácil. Raciocinar em 140 caracteres pode ser dolorido. Preferem esculhambar. Nada contra, desde que haja justificativa. Defendo a crítica e a opinião embasada ou o silêncio perpétuo. Liberdade de expressão não é liberdade de agressão.
Nas duas redes, paguei pelo crime de pensamento. No Twitter, gente subalterna aos que me elegeram sua nêmesis vociferaram com ódio, manipulados pelos Charles Manson modernos. Queriam importância. Já no Facebook, gente de importância duvidosa como um deputado federal e um ruralista me ameaçaram. Normal, mas não desejo esta guerra. A defesa da ditadura militar, da homofobia, da expropriação de terras indígenas, do aborto e do conceito de família nuclear podem ser admitidas em qualquer espaço, desde que esse espaço dê margem ao diálogo e encerre com mecanismos de regulação de convivência da alteridade.
O episódio do assassinato dos jornalistas da Charlie é emblemático. Dizer que morreram muito mais pessoas na Nigéria, no World Trade Center, na queda da Bastilha ou na Segunda Guerra virou estribilho de um pseudoativismo de ocasião, que mais confunde que explica. Que enxerga na polêmica um combustível para a democracia, mas não reconhece que toda vida é preciosa e ignora que adquiriu esse raciocínio matemático das corporações de comunicação que tanto critica.
Somos Charlie, mas também somos a Palestina, a maior prisão do mundo: 5 milhões espremidos em 6 mil quilômetros quadrados. Densidade populacional de 830 pessoas por quilômetro quadrado. Somos Ahmed, o policial assassinado no ataque à Revista, mas também somos o Menino Ali, que perdeu os dois braços num bombardeio ao Iraque por forças americanas. Somos políticos sorridentes e perdulários e somos os telespectadores aviltados em suas concessões ilegais de rádio e televisão.
Somos a arrogante raça humana, que apesar de existir há apenas 150 mil anos, vive num planeta com 4,5 bilhões de anos e no último século dizimou os recursos naturais pelo extrativismo indiscriminado; esburacou a terra atrás de pedras preciosas, carvão mineral, petróleo e ferro; produz veículos de cinco lugares para apenas uma pessoa e lança dióxido de carbono na atmosfera para o deleite das corporações e seus governos marionetes. Somos o garimpeiro da Libéria, o lapidador israelense e a madame Toussard ou Ward ou Iglesias ou Marinho com seu colar de diamantes de sangue.
Somos tudo isso, mas meu direito à tranquilidade não pode ser exterminado pelo seu direito à iniquidade. Minha próxima rede será o Pinterest, onde a vida é fácil e divertida. Mas estas e-pístolas continuam. Há 14 anos online, é um dos blogs mais velhos e menos lidos do mundo. Aqui, na solidão do hipertexto, filtro o mundo por meu olhar. Nada pode ser mais tolo e demasiadamente humano, Mr. Nietzsche. E, francamente, Mr. Shankly, você é um pé no saco. Boa noite, Mr. Waldhein. Quem sair por último apaga a luz.
Há oito anos, ao perceber que a profusão de comunidades de ódio era maior que as de música, troquei o Orkut pelo Facebook, que parecia uma opção mais interessante, com mais privacidade e sem propaganda. Havia poucos usuários e não precisávamos saber o que fulano comentou na publicação de um estranho, ou se ele segue a página de um banco aonde não tem conta. Hoje, a deliberada espionagem que chamam de propaganda direcionada e a propaganda de cursos de inglês e hebraico apostam no sionismo velado, uma nova revolução cultural para aumentar ainda mais o abismo entre Oriente e Ocidente.
Durante um tempo usei o Twitter. Mas o desafio dos 140 caracteres, que é interessante para escritores, jornalistas e publicitários, virou veículo de agressão fácil. Raciocinar em 140 caracteres pode ser dolorido. Preferem esculhambar. Nada contra, desde que haja justificativa. Defendo a crítica e a opinião embasada ou o silêncio perpétuo. Liberdade de expressão não é liberdade de agressão.
Nas duas redes, paguei pelo crime de pensamento. No Twitter, gente subalterna aos que me elegeram sua nêmesis vociferaram com ódio, manipulados pelos Charles Manson modernos. Queriam importância. Já no Facebook, gente de importância duvidosa como um deputado federal e um ruralista me ameaçaram. Normal, mas não desejo esta guerra. A defesa da ditadura militar, da homofobia, da expropriação de terras indígenas, do aborto e do conceito de família nuclear podem ser admitidas em qualquer espaço, desde que esse espaço dê margem ao diálogo e encerre com mecanismos de regulação de convivência da alteridade.
O episódio do assassinato dos jornalistas da Charlie é emblemático. Dizer que morreram muito mais pessoas na Nigéria, no World Trade Center, na queda da Bastilha ou na Segunda Guerra virou estribilho de um pseudoativismo de ocasião, que mais confunde que explica. Que enxerga na polêmica um combustível para a democracia, mas não reconhece que toda vida é preciosa e ignora que adquiriu esse raciocínio matemático das corporações de comunicação que tanto critica.
Somos Charlie, mas também somos a Palestina, a maior prisão do mundo: 5 milhões espremidos em 6 mil quilômetros quadrados. Densidade populacional de 830 pessoas por quilômetro quadrado. Somos Ahmed, o policial assassinado no ataque à Revista, mas também somos o Menino Ali, que perdeu os dois braços num bombardeio ao Iraque por forças americanas. Somos políticos sorridentes e perdulários e somos os telespectadores aviltados em suas concessões ilegais de rádio e televisão.
Somos a arrogante raça humana, que apesar de existir há apenas 150 mil anos, vive num planeta com 4,5 bilhões de anos e no último século dizimou os recursos naturais pelo extrativismo indiscriminado; esburacou a terra atrás de pedras preciosas, carvão mineral, petróleo e ferro; produz veículos de cinco lugares para apenas uma pessoa e lança dióxido de carbono na atmosfera para o deleite das corporações e seus governos marionetes. Somos o garimpeiro da Libéria, o lapidador israelense e a madame Toussard ou Ward ou Iglesias ou Marinho com seu colar de diamantes de sangue.
Somos tudo isso, mas meu direito à tranquilidade não pode ser exterminado pelo seu direito à iniquidade. Minha próxima rede será o Pinterest, onde a vida é fácil e divertida. Mas estas e-pístolas continuam. Há 14 anos online, é um dos blogs mais velhos e menos lidos do mundo. Aqui, na solidão do hipertexto, filtro o mundo por meu olhar. Nada pode ser mais tolo e demasiadamente humano, Mr. Nietzsche. E, francamente, Mr. Shankly, você é um pé no saco. Boa noite, Mr. Waldhein. Quem sair por último apaga a luz.
sábado, 20 de dezembro de 2014
Quadrilha Suprapartidária
Cascadura - O delator
Ao entregar uma quadrilha de 28 políticos de diversos estados e partidos, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, presta-nos um serviço impagável: revela que no Brasil as siglas partidárias nada significam e que nossos representantes não têm pruridos ideológicos. Desviam, roubam, compram e vendem o país com tranquilidade e paciência. Nessa hora, a música do Cascadura me assalta os tímpanos - no melhor sentido. Leia, veja e escute O delator. O Brasil em cinco minutos.
O Delator
(Fábio Cascadura)
Só digo o que mandam e o que vejo
Só digo o que sei
Apontei o culpado com um beijo
Beijei mais de cem
Quem mais poderia resolver?
Quem mais poderia? Me diga! I’m in love!
Você sabe os detalhes, eu te contei
Esqueça o que eu disse...
Porque eu fiz por bem
Aquilo que eu fiz, foi por bem
E isso fica entre nós
Ninguém precisa saber
Não é confissão
É só porque eu preciso dizer
Na minha forca, o teu nó
Eu deveria saber
Minha língua tem trava, eu não ligo
Eu nem gaguejei
A minha verdade, eu não finjo
Minha voz é lei
Te olho no olho e você não vê
Eu chamo seu nome: meu bem, I’m in love!
Te disse, você sabe, eu te contei
E esqueça o que eu disse
Porque eu fiz por bem
Aquilo que eu fiz, foi por bem
Isso fica entre nós
Ninguém precisa saber
Não é confissão
É só porque eu preciso dizer
Na minha forca, o teu nó
Alguém tinha que sofrer
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
A doença da "normalidade"
Uma doença que se alastra no universo acadêmico, mas principalmente nas relações humanas. Quando o direito à alteridade é confundido com antipatia; amor com submissão; público com privado; ensino com educação.
Vale a pena ler o texto de Renato Santos de Souza no Pragmatismo Político. Uma análise lúcida sobre o reinado do quantitativismo no governo da papercracia.quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
Copenhague - A sobriedade é o que mais chama atencao na capital da Dinamarca. Nao há asfalto e os calcamentos privilegiam os pedestres e os ciclistas. As ciclovias cobrem todo o centro da cidade, onde podemos observar uma arquitetura sem os rococós belgas e holandeses - lindos, claro. A cidade resolveu ser mais Bauhaus.
A sobriedade, porem, acaba aí. København é repleta de bares, lojas de conveniências e restaurantes com bebidas locais, cervejas norueguesas, drinks caribenhos e as noites ficam repletas de bebados felizes. Sem falar de Chirstiania, um distrito independente coim legislacao propria que acolhe hippies desde o historico Festival de 1971. Cheech, digo Cheers!
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
Amsterdam - As bicicletas têm preferência sobre os bondes, Os bondes têm preferência sobre os carros. E os pedestres, ou seja, as PESSOAS têm preferência sobre todos os demais meios de transporte. Na América privilegiamos grandes rodovias, ruas largas e estacionamentos em louvor aos carros, grandes pedacos de lata pesadíssimos que passam entre nós em alta velocidade e matam 50 mil pessoas por ano em países como o Brasil.
domingo, 30 de novembro de 2014
sábado, 22 de novembro de 2014
Puerto Evo Morales
Puerto Evo Morales - O sol se põe em um lugar na Amazônia boliviana esquecido por Deus, mas não pelo presidente indígena mais popular do continente. Originalmente constituída como Puerto Montevideo, a pequena vila foi totalmente destruída num incêndio em 1997 e depois reerguida pela Defesa Civil, num trabalho coordenado pessoalmente por Evo Morales. Os moradores, agradecidos, rebatizaram a nova cidade - uma corrutela de ruas de barro umedecidas pela chuva constante - com o nome do presidente.Separada de Plácido de Castro (AC) por uma frágil ponte de madeira sobre o rio Abunã que se atravessa em 20 passos, oferece roupas e eletrônicos, mas os preços estão caros graças à queda do Real (a moeda circulante) diante do Dólar.
A flutuação do câmbio afugentou turistas e sacoleiros, mas Morales já tem um plano para revolucionar o pequeno distrito da Província de Cochabamba. No ano que vem, funda uma escola de Medicina e Odontologia com mensalidades entre 500 e 700 reais. Nada mal para os acreanos de Rio Branco, que pagam R$ 8 mil todos os meses para adquirir o diploma de médico no único curso particular do Estado.
A flutuação do câmbio afugentou turistas e sacoleiros, mas Morales já tem um plano para revolucionar o pequeno distrito da Província de Cochabamba. No ano que vem, funda uma escola de Medicina e Odontologia com mensalidades entre 500 e 700 reais. Nada mal para os acreanos de Rio Branco, que pagam R$ 8 mil todos os meses para adquirir o diploma de médico no único curso particular do Estado.
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
Sobre educação, bárbaros e intelectuais suicidas
Rio Branco - No dia 18 de outubro deste ano a técnica de laboratório Célia Regina Leal Bezerra desistiu da vida. Há 14 anos ela lutava judicialmente contra a Universidade de São Paulo, numa ação de assédio moral que teve origem 20 anos antes, assim que ela entrou na USP.
Ativista dos direitos humanos, Regina Célia estudava Direito e foi a primeira a ganhar um processo desse tipo, em agosto de 2011, mesmo ano em que Antonio Calvo, professor de língua espanhola na Universidade de Princeton, se matou. Depois de passar por uma Avaliação Institucional em que professores e alunos lhe deram notas mínimas, foi demitido. Três dias depois, cometeu suicídio.
Três outubros antes de Regina Célia, o professor Sandro Costa e Silva saltou do 11o andar de um prédio da Universidade Federal do ABC. Em seu blog, a última postagem:
Ativista dos direitos humanos, Regina Célia estudava Direito e foi a primeira a ganhar um processo desse tipo, em agosto de 2011, mesmo ano em que Antonio Calvo, professor de língua espanhola na Universidade de Princeton, se matou. Depois de passar por uma Avaliação Institucional em que professores e alunos lhe deram notas mínimas, foi demitido. Três dias depois, cometeu suicídio.
Três outubros antes de Regina Célia, o professor Sandro Costa e Silva saltou do 11o andar de um prédio da Universidade Federal do ABC. Em seu blog, a última postagem:
"É hora de fechar este blog: eu não sei mais escrever. Ontem cheguei ao fundo do poço. No começo do dia encarei o abismo por longos minutos, decidindo se dava um passo à frente ou não, depois vaguei o dia todo a pé sem rumo, sem lugar para ir e sem praticamente falar com qualquer pessoa, só para terminar o dia muito cansado."
Os bastidores das universidades brasileiras são sórdidos. Professores produtivos são perseguidos e não recebem apoio para seu trabalho. Núcleos de pesquisa que não pesquisam e cargos são negociados em troca de apoio político. Alunos bolsistas são usados como massa de manobra, delatores, espiões.
No último 18 de outubro, depois de uma reunião na reitoria em que soube que mais uma vez a universidade recorreria da sentença, Regina foi até o laboratório e ingeriu uma dose mortal de arsênico. Quem assistiu ao filme Rainha Margot sabe como essa substância causa morte dolorosa, por forte hemorragia. A Associação dos Servidores da USP escreveu sobre o caso e deu nome aos bois.
Visitei o Facebook de Regina Célia e vi que temos dois amigos em comum. Ambos professores, combativos, ativistas, gente que não se curva aos desmandos dos que desmantelam o ensino público. A resistência a esse modelo perverso não recua.
As mortes de professores são o atestado de que a universidade pública fom oi inicialmente contaminada, invadida, dominada pela barbárie. E intelectuais não sabem lidar cm bem os bárbaros. Acreditam nas diferenças e no diálogo. Não na clava e no apedrejamento.
A última publicação de Regina Célia foi quatro dias antes de sua morte. Era um convite. Aqui está republicado o cartaz que não precisa de comentários.
As mortes de professores são o atestado de que a universidade pública fom oi inicialmente contaminada, invadida, dominada pela barbárie. E intelectuais não sabem lidar cm bem os bárbaros. Acreditam nas diferenças e no diálogo. Não na clava e no apedrejamento.
A última publicação de Regina Célia foi quatro dias antes de sua morte. Era um convite. Aqui está republicado o cartaz que não precisa de comentários.
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
Audiência
Hoje alguém leu este blog na Indonésia. Foi o leitor 92.815 em 12 anos de e-pístolas.
Provavelmente não sou nenhum sucesso de público. E fico curioso sobre que tema pode ter atraído os 413 acessos da Alemanha; os 113 da Holanda e os 4.269 dos Estados Unidos.
Provavelmente não sou nenhum sucesso de público. E fico curioso sobre que tema pode ter atraído os 413 acessos da Alemanha; os 113 da Holanda e os 4.269 dos Estados Unidos.
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
Família?
Uma enquete pública na Câmara Federal quer estabelecer o conceito nuclear de família como o único aceitável no Brasil. Como não é possível discutir o conceito de família na contemporaneidade com esses retrógrados sem projetos, simplesmente vote NÃO. Famílias são compostas de diversas formas: mães solteiras; pais solteiros; dois pais; duas mães... Há famílias formadas por pais e mães que se casam e reúnem todos os filhos com o nascimento de um irmãozinho e assim por diante. Vote contra. Neste momento, o NÃO vence com 51.09 % (1.733.507 votos). O SIM perde com 48.6 % (1.648.782 votos). VOTO NÃO!
sábado, 8 de novembro de 2014
sábado, 1 de novembro de 2014
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Sobre o tempo
O tempo passa, relógios derretem, as folhas caem, cabelos branqueiam, amigos morrem, surgem novos amigos, nascem filhos e netos. Mudamos de casa, de cidade, de região, de país, de aparência, de carro, de moda. Amores vêm e vão e voltam. O tempo é implacável e ilusório. Modifica as pessoas apenas externamente. Envelhecemos por fora enquanto nossa criança interior permanece a mesma. Olhamos o céu à noite e vemos o passado na forma de luz, enquanto o planeta gira e se afasta cada vez mais, numa corrida infinita pelo universo. Insignificantes e precários e efêmeros, cultivamos nossos defeitos com zelo, esperando compreensão, compaixão, respeito e outros sinônimos para o amor, este inexplicável sentimento com sístole e diástole; esse isótopo radioativo cuja meia-vida desconhecemos. O tempo ilusório mas implacável, agita oceanos, redesenha desertos, dissolve montanhas e a cada nascer do sol, tira-nos mais um dia de vida. Talvez isso explique porque buscamos, às vezes esbarramos e não percebemos ou simplesmente nos deparamos com essa sensação vital. E nada pior desperdiçá-la. All we need is love. E não temos tempo a perder.
segunda-feira, 9 de junho de 2014
Brasília, Boa Vista, Manaus e São Luís - A política é uma arena onde ingressamos com nosso modelo de mundo ideal e a mais nobre das armas para conquistá-lo: a palavra.
Com ela expressamos a visão de mundo mais ética, correta e democrática que existe: a nossa. Nesta arena, descobrimos muitas outras visões éticas, corretas e democráticas, embora bem diferentes da nossa. E somos obrigados a avaliar pela lente do eu o que vem do outro.
Aos poucos, o processo de negociação sugere, altera e finalmente dilui nossas propostas até que fechamos um acordo repleto de cláusulas (causas?) que jamais pensaríamos defender. Ao recuarmos de nossas posições originais e nos rendermos à maioria em torno de uma pretensa unidade, verificamos o quanto os avanços sociais são freados por esse processo sobremaneira lento.
Um processo que exigirá muitos reparos ao longo dos anos. Reparos que serão propostos por especialistas que se fossem ouvidos no princípio, tornariam a arena desnecessária. Não que a arena seja sempre dispensável, o todo da população precisa ser ouvido em questões essenciais que digam respeito à vida digna, o direito ao trabalho, saúde e educação. Mas talvez a definição de política como a "Arte do possível" seja imprecisa. Ou limitada a poucos afortunados.
Com ela expressamos a visão de mundo mais ética, correta e democrática que existe: a nossa. Nesta arena, descobrimos muitas outras visões éticas, corretas e democráticas, embora bem diferentes da nossa. E somos obrigados a avaliar pela lente do eu o que vem do outro.
Aos poucos, o processo de negociação sugere, altera e finalmente dilui nossas propostas até que fechamos um acordo repleto de cláusulas (causas?) que jamais pensaríamos defender. Ao recuarmos de nossas posições originais e nos rendermos à maioria em torno de uma pretensa unidade, verificamos o quanto os avanços sociais são freados por esse processo sobremaneira lento.
Um processo que exigirá muitos reparos ao longo dos anos. Reparos que serão propostos por especialistas que se fossem ouvidos no princípio, tornariam a arena desnecessária. Não que a arena seja sempre dispensável, o todo da população precisa ser ouvido em questões essenciais que digam respeito à vida digna, o direito ao trabalho, saúde e educação. Mas talvez a definição de política como a "Arte do possível" seja imprecisa. Ou limitada a poucos afortunados.
quarta-feira, 28 de maio de 2014
Military Madness
'E depois que as guerras tiverem terminado, e a contagem dos corpos estiver organizada, eu espero que o Homem descubra o que está tornando as pessoas selvagens'.
Military Madness - Graham Nash
Military Madness - Graham Nash
terça-feira, 13 de maio de 2014
“Sinto falta da possibilidade de conversar com o senhor. Espero
que esteja bem e tranquilo. Nas minhas melhores horas eu também estou e procuro
fazer justiça em toda as coisas. Certamente que existe aí uma coisa certa, um germe
de algo social e historicamente necessário, só que a roupagem fio em parte
roubada, e está em parte desoladamente relaxada e desbotada.”
(Thomas Mann em
carta a Herman Hesse, Junho de 1933)
sábado, 5 de abril de 2014
Brasília - Informe de um professor: a UFSC tornou-se um celeiro de neo-nazistas nos últimos anos, com ações contínuas de repressão que culminaram na batida policial de março passado. Na ocasião, estudantes foram humilhados e professores agredidos numa operação que custou R$ 4 milhões aos cofres públicos e terminou com a apreensão de dois míseros cigarros de maconha. O "investimento" em segurança pública virou lenda na UFSC, onde até hoje se comenta como o erário foi usado para apreender "os dois baseados mais caros da História": R$ 2 milhões por bituca.
sexta-feira, 4 de abril de 2014
Brasília - Hoje tomo assento no Grupo de Trabalho de Comunicação e Artes do Andes-SN. Entre as atribuições, pensar e elaborar novos produtos de comunicação, como uma área de submissão de documentos para as associações de docentes e uma revista leve, ágil e atraente para comunicar as ações do sindicatos.
quinta-feira, 3 de abril de 2014
Boa Vista - Na assembleia geral de hoje à tarde, os professores da UFRR saberão que: a) o Sinasefe, que representa docentes e técnicos da Rede Federal de Educação Básica, Técnica e Tecnológica deflagra greve nacional no dia 21 de abril; b) que a Fasubra, que representa técnicos-administrativos das IFEs está em greve desde o mês passado; c) que já foram aprovados indicativos de greve em pelo menos 12 seções sindicais de docentes federais; d) que Dilma Rousseff e o Ministério da Educação não dão a mínima.
terça-feira, 1 de abril de 2014
Boa Vista - Doutor honoris causa é um título tão ou mais importante que o de doutor. É o reconhecimento da sociedade científica a quem desenvolveu ou apoiou de forma extraordinária pesquisas e outras atividades que transformaram o desenvolvimento de uma região, de uma nação, da humanidade. Transformar esta honraria em moeda política e concedê-la a pessoas envolvidas em malversação do dinheiro público atenta contra a inteligência de uma região, de uma nação. É uma vergonha para uma instituição com mais de 20 séculos de tradição. E para a humanidade.
sexta-feira, 14 de março de 2014
segunda-feira, 10 de março de 2014
Boa Vista - É absolutamente natural que jovens conservadores de direita sejam considerados os rebeldes do momento, embora oposição e rebeldia sejam coisas diferentes. A confusão ideológica é típica do pós-modernismo. Mas é provável que as pessoas ainda possam ser divididas entre as que querem progresso social ou que aceitam as coisas como são. É o que define esquerda e direita, vanguarda e tradição, avanço e regresso. A cultura rock surge no seio dessa dicotomia, mas com uma definição muito clara sobre seus objetivos: transformar. Acontece que na pós-modernidade, o visual e o som do rock são usados por qualquer idiota para auto-promoção. De Gustavo Lima a Lobão.
domingo, 9 de março de 2014
Boa Vista - O Brasil tem obrigação de indenizar a Bolívia pelas enchentes do rio Beni, que aumentou de nível por causa das hidrelétricas Santo Antônio e Jirau, em Rondônia. Um fiasco alertado há muitos anos por ambientalistas, mas o governo nunca deu ouvidos. Amazônia não é lugar de hidrelétrica. O exemplo da Bolívia precisa convencer nossos representantes a pensar em formas alternativas de produção de energia e não em megaprojetos como este que pretendem fazer no rio Branco, em Roraima. Quem vai pagar a conta quando acontecer o mesmo em Manaus?
quinta-feira, 6 de março de 2014
Boa Vista - A revista Nature, que repercutiu com estardalhaço que revistas científicas do Brasil trocavam citações entre si para elevar artificialmente seus índices, revelou que as revistas científicas Springer e IEEE publicaram mais de 120 artigos entre 2008 e 2013 feitos por geradores de lero-lero: programas de computador que alimentados com algumas palavras-chave criam artigos sem sentido. Li aqui.
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
Alerta? Que alerta? |
Boa Vista - Transferir dinheiro da educação pública para a privada, criar universidades sem condições de funcionamento, assédio moral e desvalorização do professor são responsabilidades que três governos (FHC, Lula e Dilma) assumem com os brasileiros do futuro.
Em 2012, professores federais ficaram 123 dias em greve, a maior da história da educação. O movimento foi seguido por policiais federais e alastrou-se por diversas categorias nos três poderes. O governo jogou duro e não negociou. Subestimada pela imprensa e pouco compreendida entre a população, a greve não foi encerrada, mas suspensa.
Em 2013 a população reconheceu este e outros problemas e foi às ruas em manifestações grandiosas. O ano de 2014 começa com apenas uma certeza: tanto a greve quanto as manifestações populares estão momentaneamente suspensas. Professores e cidadãos continuam mobilizados.
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
Boa Vista - Não sei quanto àquela professora da PUC-RJ, mas toda vez que vejo no aeroporto pessoas simples em seus vestidos baratos, cabelos alisados, as calças novas compradas para a ocasião e o entusiasmo verdadeiro dos que atingiram uma nova etapa na vida, vou às lágrimas de felicidade. O povo brasileiro precisa demonstrar ao restante da humanidade que desaprova a discriminação étnicas a, de gênero e de classe. E que lamenta por ainda haver gente assim, afinal a professora é mais vítima que ideóloga do abismo social. O futuro será de tolerância e oportunidades para todos ou não haverá futuro. Precisamos de voluntários para espalhar mais doçura e gentileza por aí.
domingo, 16 de fevereiro de 2014
sábado, 15 de fevereiro de 2014
O mais retrógrado, vergonhoso, ditatorial, fascista, espúrio e repulsivo projeto de lei desde o Ato Institucional número 5 quer usar o cadáver do jornalista Santiago Andrade como adubo. Conduzido de chofre por senadores que já foram considerados éticos (Jorge Viana e Paulo Paim, do partido que já foi considerado de esquerda, o PT), o Projeto de Lei 499/13 quer transformar o Brasil em um estado policial nos moldes dos Estados Unidos.
A tal lei antiterrorismo quer mais criminalizar as manifestações de trabalhadores contra o governo do que proteger a vidraça dos bancos das pedras dos black blocs. Enquanto do lado de lá acontece a primavera árabe, por aqui se implanta um estado policial a partir da união de um partido que se diz socialista mas se alia com os setores mais retrógrados da sociedade.
O governo do PT quer debelar o direito à greve e à manifestação do povo criando uma indústria de multas para os sindicatos. E quem provocar ou infundir terror ou pânico generalizado mediante ofensa ou tentativa de ofensa (Art. 2º) receberá uma pena de 15 a 30 anos de prisão. O que é pânico? O que é terror? Enquanto bandidos de colarinho branco pagam multas com vaquinhas nada magras, o direito de manifestar é tratado como ameaça à segurança nacional.
Algo me diz que isso tudo tem a ver com a histórica greve dos professores federais em 2012, que redundou na primavera brazuca de junho de 2013. Ou então o governo não teria determinado que servidores públicos sejam penalizados com o DOBRO da pena concedida à população, além de demissão sumária.
As manifestações que acontecem no Brasil não têm nada a ver com terrorismo. Elas estão relacionadas com a má gestão. Ninguém deseja a desestabilização do estado ou o fim da democracia, a não ser o acuado governo que violenta cada vez mais a sociedade. Os atos isolados de vandalismo acontecem em sua maioria contra o patrimônio particular de bancos e franquias, cujos impostos financiam o terrorismo de estado.
Terrorismo é sufocar na garganta o grito de revolta que pela primeira vez une brasileiros da extrema esquerda à extrema direita. Durante a ditadura militar, os manifestantes eram chamados de subversivos. Hoje, a democracia petista considera-os terroristas. Que país, esse.
A tal lei antiterrorismo quer mais criminalizar as manifestações de trabalhadores contra o governo do que proteger a vidraça dos bancos das pedras dos black blocs. Enquanto do lado de lá acontece a primavera árabe, por aqui se implanta um estado policial a partir da união de um partido que se diz socialista mas se alia com os setores mais retrógrados da sociedade.
Que vergonha, Paim. Que vergonha. |
Algo me diz que isso tudo tem a ver com a histórica greve dos professores federais em 2012, que redundou na primavera brazuca de junho de 2013. Ou então o governo não teria determinado que servidores públicos sejam penalizados com o DOBRO da pena concedida à população, além de demissão sumária.
As manifestações que acontecem no Brasil não têm nada a ver com terrorismo. Elas estão relacionadas com a má gestão. Ninguém deseja a desestabilização do estado ou o fim da democracia, a não ser o acuado governo que violenta cada vez mais a sociedade. Os atos isolados de vandalismo acontecem em sua maioria contra o patrimônio particular de bancos e franquias, cujos impostos financiam o terrorismo de estado.
Terrorismo é sufocar na garganta o grito de revolta que pela primeira vez une brasileiros da extrema esquerda à extrema direita. Durante a ditadura militar, os manifestantes eram chamados de subversivos. Hoje, a democracia petista considera-os terroristas. Que país, esse.
São Luís - Nivelar por baixo não dá conta da realidade. O jornalismo é e sempre será um trabalho sério, digno e essencial. Sem ele, boa parte da população não saberia nem formular as estatísticas que chuta. Trabalho infelizmente deturpado pelos donos de veículos e asseclas capazes de qualquer coisa para permanecer no poder. Some-se a isso uma população iletrada e temos o caos. A fórmula é simples: desligar a TV, não comprar jornal, não acessar o site, não ouvir o rádio e deixar morrer pela falta de audiência o que nunca deveria ter vindo à tona.
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
Todos queremos mais médicos e mais escolas, mas quantidade não implica em qualidade. Construir prédios sem dotá-los de laboratórios e condições de trabalho; ampliar o número de salas de aula sem ampliar o de professores e manter os professores atuais desmotivados e sem carreira demonstram que a propaganda é forte, mas as ações, pífias. Além de inchar as universidades federais e transferir dinheiro público para as privadas (reuni e prouni), o governo do PT mantém aliança com os setores mais retrógrados da sociedade brasileira (Sarney, por exemplo) e age com subserviência ao capital transnacional, como é o caso da General Motors. E como definir a entrega do pré-sal à Shell e à Exxon além de pura e simples privatização? Discursos quantitativistas governistas a gente vê por aqui. O PT nunca imaginou que a sociedade brasileira fosse dar o grito de liberdade. E tratar a grita do povo decepcionado como mugido, latido não é apenas mal-educado, mas típico de quem vive no tempo em que os animais falavam.
Os professores foram à greve em 2012. O povo saiu às ruas em 2013. Não vai ser nessa mesma toada que as coisas vão se acalmar em 2014. Hoje FHC está à esquerda de Dilma. Quem diria.
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
São Luís - Em debate no 33o Congresso do Andes-SN, a unificação das centrais sindicais. Se a CUT e a Força Sindical viraram apêndices do governo e a CSP-Conlutas ainda não demonstrou independência do partido que a criou, é o momento de pensar em uma central nacional que englobe todas as tendências dos movimentos de trabalhadores. Ou não?
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
São Luís - Todos queremos mais médicos e mais escolas, mas quantidade não implica em qualidade. O governo Dima acaba de entregar mais quatro universidades, mas em que situação? Construir prédios sem dotá-los de laboratórios e condições de trabalho; ampliar o número de salas de aula sem ampliar o de professores e manter os professores atuais desmotivados e sem carreira demonstram que a propaganda é forte, mas as ações, pífias. Além de inchar as universidades federais e transferir dinheiro público para as privadas (Reuni e Prouni), o governo do PT mantém aliança com os setores mais retrógrados da sociedade brasileira (José Sarney, para dar um único e suficiente exemplo) e age com subserviência ao capital transnacional, como é o caso da GM. E como definir a entrega do petróleo do pré-sal à Shell e à Exxon, além de privatização? Os professores foram à greve em 2012. O povo saiu às ruas em 2013. Não vai ser nessa mesma toada que as coisas vão se acalmar em 2014. Hoje FHC está à esquerda de Dilma Rousseff. Quem diria.
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
Mato eles?
São Luís - O Governo de Roseana Sarney não se destaca apenas na corrupção e no abandono do patrimônio cultural da humanidade que é o conjunto arquitetônico de São Luís. Movimentos de direitos humanos responsabilizam a governadora pelas atrocidades cometidas no Presídio de Pedrinhas, onde desde o ano passado 65 presos foram assassinados em condições medievais.
A tática faria Rachel Sheherazade e boa parte da população brasileira vibrar de felicidade: basta misturar facções rivais nas mesmas celas, como fizeram Bélgica e Inglaterra na colonização da África. A indiferença da ONU diante do genocídio em Uganda também inspirou a política de segurança do clã Sarney, que mantém o caso em segredo desde que a Polícia Militar ocupou o presídio, em dezembro.
Pergunta óbvia: por que não houve intervenção federal no presídio? Porque o governo Dilma, que tem amizade fraterna com Sarney e aliados, prefere perseguir movimento sociais, criminalizar manifestações e deslocar a Força Nacional para os protestos de rua. Os encarcerados no presídio mais inseguro do planeta e os operários da Copa da Corrupção que morram à míngua.
A tática faria Rachel Sheherazade e boa parte da população brasileira vibrar de felicidade: basta misturar facções rivais nas mesmas celas, como fizeram Bélgica e Inglaterra na colonização da África. A indiferença da ONU diante do genocídio em Uganda também inspirou a política de segurança do clã Sarney, que mantém o caso em segredo desde que a Polícia Militar ocupou o presídio, em dezembro.
Pergunta óbvia: por que não houve intervenção federal no presídio? Porque o governo Dilma, que tem amizade fraterna com Sarney e aliados, prefere perseguir movimento sociais, criminalizar manifestações e deslocar a Força Nacional para os protestos de rua. Os encarcerados no presídio mais inseguro do planeta e os operários da Copa da Corrupção que morram à míngua.
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
São Luís - Juízes, prefeitos, fazendeiros e a bancada ruralista avançam sobre as terras quilombolas no Maranhão. Nos últimos anos, uma serie de reintegrações de posse em áreas garantidas constitucionalmente aos remanescentes de quilombo fazem a lei andar para trás, o que não é nenhuma surpresa na Capitania Hereditária da família Sarney. No final de janeiro, um líder quilombola foi ameaçado de morte em público: Catarino dos Santos Costa, liderança do território quilombola Cruzeiro, no município de Palmeirândia (MA) foi ameaçado por Baltazar Garcia, secretário do município e tio do prefeito, Nilson Garcia. Ele disse que matará Catarino dos Santos Costa caso este tente impedi-lo de prosseguir com a invasão do território quilombola.
São Luís - Começa o 33o Congresso Nacional do Andes. Professores de universidades públicas de norte a sul do Brasil debaterão nos próximos dias uma série de temas que vão de alterações do estatuto até questões agrárias, urbanas e ambientais, passe livre e transporte público. No campo político-sindical, a privatização e mercantilização da educação; formas de financiamento da educação pública e precarização do trabalho. Há seções sindicais que não descartam paralisação e greve em 2014.
domingo, 9 de fevereiro de 2014
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
Boa Vista - Dos governos se espera legitimidade e capacidade para organizar e gerir o estado de forma responsável. O sistema eleitoral viciado que afiliados e partidos apoiam, beneficia oligarquias com a desculpa de que a democracia é falha, mas... é o melhor que temos.
Esse sistema distribui desproporcionalmente tempo de TV para beneficiar coalizões-mensalões enquanto pequenos partidos têm apenas segundos; sistema controlado por um Legislativo que ano após ano se permite a distribuição de canais de TV; por um Executivo que gasta mal; por licitações dirigidas que cartelizam serviços de má-qualidade.
É um sistema que vai contra toda a lógica da eficiência: mantém ladrões (alguns já puxaram cadeia) em cargos públicos; permite nomeações para secretarias e ministérios com base em indicações partidárias e não em qualificação técnica; enfim, que funciona muito, muito mal.
Esse sistema distribui desproporcionalmente tempo de TV para beneficiar coalizões-mensalões enquanto pequenos partidos têm apenas segundos; sistema controlado por um Legislativo que ano após ano se permite a distribuição de canais de TV; por um Executivo que gasta mal; por licitações dirigidas que cartelizam serviços de má-qualidade.
É um sistema que vai contra toda a lógica da eficiência: mantém ladrões (alguns já puxaram cadeia) em cargos públicos; permite nomeações para secretarias e ministérios com base em indicações partidárias e não em qualificação técnica; enfim, que funciona muito, muito mal.
Não podemos mais acreditar e estimular esse sistema. Fomos 23 milhões na eleição passada. Na próxima seremos muito mais.
sábado, 25 de janeiro de 2014
sábado, 11 de janeiro de 2014
Riobamba - Depois do Chimborazo, a ideia era ir direto para o Pacífico, mas instado pelo amigo equatoriano Hotsmaro Salazar, fizemos uma visita ao Oriente, também conhecido como Amazônia Equatoriana. Uma brusca mudança na paisagem. Canyons, selva e cidades cheias de charme no caminho entre Riobamba e Rio Negro.
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
Riobamba - Hoje escalei nada menos que 5 mil dos 6.310 metros do Vulcao Chimborazo, a montanha mais alta da Terra. Sim, é o que dizem sobre o Everest, mas a montanha do Himalaia nao está próxima da linha do equador, portanto na face mais externa do planeta. O Chimborazo está mais distante do centro da Terra que qualquer outra elevaçao, portanto mais próxima do sol. Trata-se do cume do planeta, localizado a nada menos 2,1 quilometros acima do Everest (!).
A aventura começou em Riobamba, com uma preparaçao fisica que incluiu adaptaçao à altitude (a cidade fica a 2.850 metros), alimentaçao a base de proteína, super hidrataçao e muita força de vontade para vencer as intempéries, o cansaço e o soroche, o mal das alturas. Logo eu perceberia que a missao é sempre mais complicada durante sua execuçao. Depois de comprar luvas, gorro e um casaco novo, de alpaca, chegara a hora de conquistar meu primeirto vulcao.
Localizado nos Andes equatorianos, onde a Cordilheira Ocidental se divide em dois gigantescos braços a noroeste de Riobamba, o Chimborazo tem seu cume coberto por neves perpétuas e as bases ocupadas por vales férteis onde se cultiva frutas, flores e gado. Um Parque Nacional preserva a fauna e a flora. Ali, vicunhas percorrem a planície e falcoes sobrevoam nossas cabeças.
Depois de chegar de carro ao Parque Nacional, (cerca de 4 mil metros), começamos a jornada a pé. Com uma temperatura de zero grau e uma chuva fina que logo que se tornaria neve, comecamos a subida. A primeira parada foi o refúgio Carrel, a 4,7 mil metros de altitude. A chegada foi dificultada pela falta de ar, o que obriga a dar algumas paradas. Temperatura de -5 cent{igrados. Depois de conversar com japoneses e equatorianos sobre as condiçoes de tempo, percebemos que seria complicado chegar ao segundo refúgio caso a neve persistisse e a névoa aumentasse.
Um pausa para descansar e prosseguimos. A temperatura cai para -7. Tirar os óculos era impossivel. A brancura da neve feria os olhos. Confesso que estive a ponto de desistir por causa do soroche. Cinco quilometros acima do mar é uma regiao com mpouco oxigenio. A falta de ar torna a respiraçao pesada e ofegante. Depois, o sangue tenta se adaptar, correndo mais forte dentro das veias. Em seguida vêm as náuseas e a tontura. Finalmente, passado algum tempo, a pele começa a queimar, os pulmoes diminuem e pepitas de fogo percorrem seus orgaos internos. Nova pausa.
Finalmente, o refúgio Whymper se apresenta, congelado a 5 mil metros de altitude. Uma neve fina cai e derrete sobre o telhado, formando estalactites transparentes de gelo. A jornada precisa parar por aqui. Uma forte névoa cobre o cume e por segurança, ficamos por aqui. Comemoramos o feito com um grupo formado por japoneses, colombianos, mexicanos, brasileiros e equatorianos. Da próxima vez, quem sabe?
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
Quito - No centro de Quito, um dominicano corta meu cabelo ao som de música gospel suave, bem diferente dos gritos de horror, digo louvor, que se ouve no Brasil. Conversamos e Alberto me fala que a República Dominicana continua a receber milhares de refugiados do Haiti e enfrenta dificuldades para atender às necessidades de quem perdeu tudo com as guerras civis e o devastador terremoto que completa três anos no próximo dia 12. Diz que o povo é mais receptivo que o local, o que me espanta, já que o povo equatoriano tem demonstrado uma educaçao exemplar.
Caracas - Os Awá são um dos últimos povos nômades caçadores-coletores do Brasil e dependem inteiramente da floresta. Vivem isolados e são vulneráveis a ataques e doenças contra as quais não têm imunidade.
O Brasil, tardiamente, se movimenta contra a exploraçao ilegal de madeira e a preservaçao do povo Awá. Mas o mundo teve que se movimentar antes.
Leia mais aqui.
O Brasil, tardiamente, se movimenta contra a exploraçao ilegal de madeira e a preservaçao do povo Awá. Mas o mundo teve que se movimentar antes.
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