sábado, 2 de julho de 2005

By the way, which one's Pink?

Divinópolis - É, os caras tocaram juntos mesmo, em Londres. Roger Waters era o mais animado, atacando na cozinha de Money com Nick Mason, admitindo publicamente que era muito bom tocar de novo com aqueles caras, em assalto de humildade impressionante, como o riso discreto de Gilmour a Rick Wright em Wish you were here , nessa reunião desejada em escala global. A maior banda de rock do mundo* está de volta. Será o suficiente para sensibilizar o G-8**?

it could be made into a monster
if we all pull together
As a team



* Este assunto não está em discussão.
** Este assunto está em discussão: as grandes economias continuam a cobrar dívidas e juros de países exangues da África, Ásia e Américas? O G-8, como é conhecido o encontro dos controladores da economia mundial - cujo lastro em ouro foi todo adquirido criminosamente na América Latina - pode até colocar o assunto em pauta, com Bill Gates aparecendo entre artistas-ativistas, mas fará o suficiente?

Bill Gates no Live 8?

Divinópolis - Bill Gates apareceu no Live 8 a convite de Bob Geldof. O maior concentrador de renda do mundo também é o maior filantropo. Irônico. Por que ele apareceu? O gap tecnológico das nações em desenvolvimento, que derruba a renda e a qualidade de vida de milhões de pessoas passa diretamente por Bill Gates. Já sei, já sei, demonizar não adianta.

quarta-feira, 29 de junho de 2005

Górgonas

Divinópolis - Medusa, Esteno e Euríale, as irmãs Górgonas, um dia foram jovens, belas e promíscuas, mas pelo poder de Atena tornaram-se monstros repugnantes, com o corpo coberto por escamas douradas e cobras no lugar dos cabelos. Asas e faces horrendas, suas línguas pendiam para fora entre os dentes de javali e seus guinchos podiam ser ouvidos de longe. Inimigas da ética, da beleza, da inteligência e da filosofia, durante séculos as Górgonas petrificaram heróis e humanos. Para derrotá-las, somente fazendo com que se olhem no espelho. Nenhuma Górgona sobrevive ao enxergar-se como realmente é.

segunda-feira, 27 de junho de 2005

Notas políticas

Divinópolis - A imprensa brasileira está numa luta inglória para provar duas coisas: que a corrupção nas estatais é um fenônomemo recente, uma criação do Partido dos Trabalhadores e que o mensalão, a mais antiga forma de previdência privada de parlamentares desde o Brasil-Colônia é invenção da tesouraria do PT e de um lobista. Não basta ser sibilino como revista semanal ou corrupto assumido como o deputado Roberto Jefferson para perceber a carga de maniqueismo com que o tema é tratado.

A verdade é que todos sabiam - dos adversarios do PT ao militante mais fiel - que abrir o partido a certas figuras acabaria com a aura de seriedade, de postura ética irrepreensível que o PT costumava ostentar. Para garantir a vitória de Lula, o PT abrigou em suas hostes gente de passado comprometido por todas as regiões do Brasil. Mudando o paradigma, o petismo passou a ser isso: um movimento à esquerda de quem sempre foi autoritário ou corrupto e um movimento à direita do partido que representava os ideais socialistas do Século 20. Como resultado, a explosão de denúncias em que existem mais culpados que inocentes. De réus confessos a acusados indignados, a impressão é de que o PT mergulhou em águas turvas - como já fazia boa parte da política brasileira - e a lama do fundo é movediça.

quinta-feira, 23 de junho de 2005

Comunicação

Divinópolis - Dentre todas as falhas imperdoáveis em comunicação (seja em assessoria, jornal, agência, docência, televisão ou banco de escola), a falta de provas e as incorreções, nesta ordem, são as mais significativas.

No primeiro caso, a intersecção perigosa entre o que se obtém de uma única fonte e o que pode ser comprovado desfaz qualquer trabalho sério. A fronteira entre fato e versão pode custar a reputação de qualquer veículo.

Enquanto os erros na grafia (e por grafia entenda-se topo tipo de publicação, do jornal impresso ao hipertexto, das legendas cinematográficas à diagramação) comprometem a qualidade do trabalho, a desinformação destrói credibilidades, maior patrimônio do setor.

Equipes informes, com diferentes níveis de talento, comprometem a qualidade e andam à margem do amadorismo. Quer ver sua empresa vendendo, seu jornal ganhando crédito, sua publicidade levada a sério, sua festa bombando? contrate um profissional de comunicação.

quarta-feira, 22 de junho de 2005

Uma canção

Todo Se Transforma
(Jorge Drexler)

Tu beso se hizo calor,
Luego el calor, movimiento,
Luego gota de sudor
Que se hizo vapor, luego viento
Que en un rincón de la rioja
Movió el aspa de un molino
Mientras se pisaba el vino
Que bebió tu boca roja.

Tu boca roja en la mía,
La copa que gira en mi mano,
Y mientras el vino caía
Supe que de algún lejano
Rincón de otra galaxia,
El amor que me darías,
Transformado, volvería
Un día a darte las gracias.

Cada uno da lo que recibe
Y luego recibe lo que da,
Nada es más simple,
No hay otra norma:
Nada se pierde,
Todo se transforma.

El vino que pagué yo,
Con aquel euro italiano
Que había estado en un vagón
Antes de estar en mi mano,
Y antes de eso en torino,
Y antes de torino, en prato,
Donde hicieron mi zapato
Sobre el que caería el vino.

Zapato que en unas horas
Buscaré bajo tu cama
Con las luces de la aurora,
Junto a tus sandalias planas
Que compraste aquella vez
En salvador de bahía,
Donde a otro diste el amor
Que hoy yo te devolvería

Cada uno da lo que recibe
Y luego recibe lo que da,
Nada es más simple,
No hay otra norma:
Nada se pierde,
Todo se transforma.

Guerra fria