quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

When the music's over

Brasília - O último dia de trabalho da Conferência Nacional de Comunicação revelou-se simbólico. Os movimentos sociais se instalaram à esquerda do imenso auditório, enquanto os representantes das empresas sentavam-se do lado direito.
Aqui, saias indianas, barbas, cabeludos, tatuados, sindicalistas. Ali, senhoras de cabelo escovado, carecas em camisas azuis portando crachás azuis e ganhando lautas diárias, além de uma maioria de funcionários obrigados a votar de acordo com o lobby.

Em cada votação de interesse das empresas, o lado direito do auditório agia em uníssono. Verdadeira colônia. Ali, a unanimidade não é burra. Enquanto isso, os movimnentos sociais se dividiam e perdiam votações importantes, como a do Conselho Nacional de Comunicação.

No final, o saldo é positivo porque conseguimos colocar em pauta diversas demandas da sociedade.Tantas, que é difícil elencá-las aqui.

Chegando na Rodoviária viu as luzes de natal

Brasília - A bela iluminação de natal de Brasília, com árvores milionárias, cascatas de luzes e painéis gigantescos lembram que esta época de congraçamento e etceteras é muito propícia para a benevolência com políticos corruptos.

Eu fico aqui, você vai no meu lugar

Brasília - ... e o governador de Roraima não foi cassado pelo TSE. José de Anchieta foi ameaçado de cassação por uso da máquina pública, caracterizando abuso de poder político.


Ottomar Pinto e seu vice José de Anchieta sortearam eletrodomésticos, deram tratores, títulos de terra, vale-alimentação, contrataram 4 mil cargos comissionados, 3 mil estagiários e isso fez a a Procuradoria Geral Eleitoral entender que Anchieta conseguiu seu mandato "graças a supostas condutas ilícitas e ilegais praticadas na campanha".  Hummm.

E tudo isso três meses antes da eleição. Nunca o axiona "A justiça é cega" pôde ser tão bem aplicado.

Agora é gov. aqui do DF (José Arruda) que espera o mesmo presente de natal.

Pergunta: Quanto vale um ministro do TSE?

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Pra lamentares

Brasília - Porrada (virtual) na conferência de comunicação. O bate-boca de centenas de cidadãos de diferentes ideologias dá nisso. O Centro de Convenções treme neste momento. O que os GTs não conseguiram acordar veio à plenária e a confusão é grande.

Enquanto isso, mais um governador de Roraima corre o risco de ser cassado. Acho bom. Quanto mais cassações, mais esperto o eleitor. Almoço no Lago Sul e encontro dois parlamentares roraimenses que, infelizmente, não nos representam bem. Pena.

Apesar de inevitável, por conta da tal democracia, ainda acho que médicos e radialistas deveriam ser impedidos de se candidatar. Para os rádio-parlamentares, é fácil convencer o eleitor incauto de que suas palavras no rádio não são apenas teatro e auto-promoção. E é muito cômodo para médicos do setor público usar essa condição para CHANTAGEAR o eleitor a votar em quem "cuidou de sua saúde".

NENHUM parlamentar eleito por RR compareceu à Confecom. Sabem que correm o risco de perder a concesão de suas "rádios comunitárias".

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Hello, I love you


Brasília - Sorry, Barack Obama, mas Lula é certamente a personalidade mais interesante do cenário internacional. A oratória e o domínio que tem sobre a platéia parece crescer a cada discurso, asim como os índices de popularidade que ostenta, maiores do que os do próprio governo.

O Ministro das Comunicaçãoes, Hélio Costa, que o diga. Falou antes de Lula e foi vaiado pela platéia, que o acusava de ligações intestinas com a Rede Globo - qual é a novidade?. Já durante a fala do presidente, a platéia interrompia seu discurso para dizer coisas como "O Brasil te ama, Lulinha".

Por isso é que bater em  Lula não dá certo. Se desse, gente como Diogo Mainardi mereceria algum respeito e venderia mais livros (?). O problema dos opositores de Lula é que sua resistência ao ex-sindicalista resvala no preconceito. Já vi acadêmicos e gente sem escola reclamar de sua baixa escolaridade, mas nada que se diga o torna menos popular e admirado.

Wild Child



Brasília - Johnny Saad, dono do grupo Bandeirantes, foi o único empresário de teledifusão presente na abertura do evento. A Band faz oposição velada ao governo e tem um pé no ruralismo, mas seu preposto veio à conferência e falou coisas interesantes - que terminaram atingindo Hélio Costa no flanco - como a imoralidade (o termo é meu) que é a participação de grupos da TV aberta comandando a distribuição de sinais fechados de TV. Aguém aí falou em Globocabo?!

A recente compra da rede aberta NBC pela Comcast, que distribui sinal fechado de televisão, é o que amedronta Saad. O medo da canibalização sempre existirá no meio empresarial, da mesma forma que os canibais.

Break on through

Brasília - Apesar da tentativa de parte do setor empresarial de boicotar a conferência, a movimentação de alguns (Rede TV! e Band, supreendentemente) deu certo e agora é inevitável. Afinal, nunca, na história deste país, se debateu a Comunicação neste nível.

Talvez o interese repentino das concessionárias de TV aberta se explique pela digitalização do sinal. Neste momento, lembrou Johnny Saad, a única fonte de renda das TVs abertas é a publicidade. A TV por asinatura consegue dinheiro pela venda do sinal e pela receita publicitária. Logo logo, com  o sinal aberto digital, essa disparidade cresceria. Principalmente se as Teles entram no mercado, o que é muito, muito provável.

Guerra fria