sexta-feira, 15 de agosto de 2003

Li Os Versos Satânicos, de Salman Rushdie
Talvez Salman Rushdie seja um dos poucos escritores em quem podemos depositar nossas esperanças de uma literatura de transição, que assuma a pós-modernidade que desejamos: human(ist)a sem prescindir da tecnologia, inteligente sem sectarismo. Não se trata de Willian Gibson, para quem é cômodo falar do futuro, ainda que imediato, nem de experimentalismos léxicos joyceanos. Trata-se de secularização.

No livro, dois homens caem de um avião em alucinada aventura entre o Ocidente e o Oriente. Peregrinos sedentos, poetas eunucos, comerciais de televisão, províncias metropolitanas, metrópoles provincianas, despersonalização e cultura pop completam o quadro. Impossível entender porque a interpretação livre do Alcorão lhe valeu uma condenação à morte.

As reflexões do escritor sobre identidade, cultura e exílio, não por acidente inundam a mente da personagem Saladin Samcha. Versos Satânicos traz o incrívelfantásticoextraordinário para a sala de jantar, o que é convite para devorá-lo imediatamente. Mas deve-se consumir em pequenas doses.

Leio
Leviatã - Paul Auster

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