segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Os pés pelas mãos


Brasília - A presidente Dilma Rousseff se considera a nova Dama de Ferro, mas está muito longe do status de Margaret Thatcher, Angela Merkel ou Condoleeza Rice. Na verdade, age como uma versão piorada de Cristina Kirchner, o que é patético.  

Capa da Forbes ou capa da Caras, tanto faz.

O fato de não conseguir explicar porque não amplia o investimento em educação será cobrado agora e no futuro. Tratar um movimento sindical legítimo com polícia, truculência e recadinhos pela imprensa não passará despercebido pela História. A oportunidade perdida de revolucionar a educação brasileira ficará no currículo da presidente.

sábado, 25 de agosto de 2012

No Castelo de Roussef



Brasília - Cercados por um forte esquema de segurança (havia dois por manifestante, todos com um salário maior que o da maioria dos professores ali), paramos diante do Palácio do Planalto e tentamos protocolar o documento com a proposta do ANDES - que abre mão de salário para garantir a reestruturação da carreira. 

Inicialmente queriam nos receber numa barraca improvisada, onde fica a guarda palaciana. Insistimos que aquela é uma situação indigna. Discussões e telefonemas depois, o castelo baixa a ponte levadiça e entramos. O documento é entregue ao chefe de gabinete da Secretaria Geral da República, Manoel Messias de Souza Ribeiro, numa sala do Palácio do Planalto.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Polícia para quem precisa


Ato público no Ministério da Educação
Brasília - No megafone, faço um diagnóstico da universidade pública brasileira. Enquanto isso, professores com máscaras sem expressão, fazem gestos

As instituições federais de ensino estão repletas de alunos, mas faltam professores.

A educação precisa ser considerada prioridade máxima não só para este, mas para qualquer governo.

A educação precisa ser considerada um investimento estratégico e não mera despesa no orçamento

Nossas universidades e institutos são ampliados sem o devido cuidado. Muitos prédios foram construídos precariamente e já sofrem problemas de infiltração e drenagem.

Em todo o Brasil, o Reuni não respeitou a arquitetura original dos campi, nem seus planos diretores, conduzindo a uma favelização das cidades universitárias.

Existem instituições federais de ensino sem internet confiável, prejudicando a toda a comunidade acadêmica.

Em todo o Brasil, professores e pesquisadores estão sem laboratório ou com laboratórios em situação precária.

Os docentes federais acreditam que a contratação de professores temporários precisa ser limitada. Professores temporários precisam ser uma exceção, e não a regra que o governo quer impor.

Os contratos dos professores temporários ferem frontalmente a Constituição e às Leis Trabalhistas. Depois de dois anos, todos são dispensados sem direitos.

Educação não é gasto. Educação é investimento.

Desviar recursos públicos é GRAVE. Desprezar a educação é GREVE.

Os professores querem reestruturar a instituições federais de ensino, mas o governo não abre espaço para negociação. Prefere pressionar educadores que já trabalham em situação-limite.

Falta remunerar cargos de chefia e coordenação.

Falta tinta para as impressoras das instituições federais de ensino.

Falta papel higiênico nos banheiros das instituições federais de ensino.

Faltam salas de aula adequadas e bem iluminadas.

Faltam carteiras ergonomicamente adequadas para estudantes e professores.

Falta acessibilidade para estudantes e professores com necessidades especiais.

Faltam drenagem, saneamento e limpeza adequada nas instituições federais de ensino.

Faltam verbas para pesquisa e extensão.Falta consideração aos professores. Não somos massa de manobra.

Falta conhecer nossa proposta de renegociação, que nem ao menso chegou a ser condiderada.

Não falta cobrança de produtividade, tornando a vida acadêmica competitiva e degradante.

Não falta verba para eventos esportivos como Copa do Mundo e Olimpíadas.

Não falta isenção de impostos para a rica indústria automobilística.

Não falta dinheiro para pagar a agiotagem dos bancos.

Não faltam lobby e negociatas no Congresso Nacional, conduzidas pelo governo e por empresários.

Não falta tempo nem dinheiro para resolver as demandas dos grandes empresários.

Não falta verba para publicidade institucional na grande imprensa.

O que falta ao governo é vergonha. O que não nos falta é disposição para lutar por uma educação digna, pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada.



quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Protocolo


Brasília - Hoje obtivemos dois importantes avanços na luta pela reestruturação da carreira. À base de muita pressão, barulho e atos públicos, conseguimos protocolar no Ministério da Educação e no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão nossa contraproposta ao governo. Um desgaste desnecessário, já que as "autoridades" poderiam ter feito isso há duas semanas.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012


Brasília - A Via Campesina invade a Capital do Protesto. Neste momento, milhares de manifestantes descem o Eixo Monumental em direção à Esplanada dos Ministérios. Uma das maiores passeatas do ano. Infensa aos protestos e à queda na popularidade, a presidente Dilma Roussef toma chá no Palácio do Planalto. Negociar, nem pensar.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Vida de jornalista

Janet Jagan
Brasíia - Conheci alguns presidentes, brasileiros e estrangeiros (que entrevistei na língua deles), personagens da História apenas porque nós lhes garantimos um lugar nela.

Itamar Franco
Rafael Caldera
O mais educado foi Rafael Caldera. A mais vaselina, Janet Jagan. O mais assoberbado, Fernando Henrique Cardoso. O mais superestimado, Lula da Silva. O mais irritado, Hugo Chávez.

Porém, nada como o tratamento recebido em Belo Horizonte, em 2006: très chic, entro no salão recepcionado pelos Dragões da Inconfidência. Grande Itamar Franco.
Brasília - Numa época de super oferta de informação como a atual, o obscurantismo dos governos ainda é fato perturbador para pesquisadores e ativistas de todo o mundo. A disposição de manter em segredo números e ações espúrias de governos encontra no Brasil um locus ideal. Coisa que a greve de professores federais desmascara, ao revelar como é gasto o dinheiro público no Brasil.

Sabemos que metade do orçamentnto é usado para pagar dívidas com bancos e uma parte considerável vai para atividades que não trazem retorno nenhum (como os eventos esportivos que vêm aí). O Governo Dilma não quer gastar 6 por cento do orçamento com educação, mas doa graciosamente 10 bilhões de dólares para as falidas Grécia e Espanha. Isenta de impostos a poluente indústria automobilística e perdoa ruralistas que cometeram crimes ambientais. Enquanto isso, 300 mil servidores mobilizados aguardam negociar com um governo que não poderia estar mais à direita.

As tentativas de vencer o obscurantismo e dar mais transparência às ações de governos ditos democráticos terminam em situações escabrosas, como a do ciberativista Julian Assange, o australiano expulso da Suécia e com a cabeça a prêmio nos Estados Unidos por ter relevado documentos secretos da diplomacia do império. Assange agora é perseguido no Reino Unido, que desrespeita as leis internacionais ao sitiar a embaixada do Equador. A era da informação não pode mais conviver com esse tipo de brutalidade.

Pela wikileakização dos atos de todos os governos, já!!!

Guerra fria