terça-feira, 30 de dezembro de 2003

Ano novo
O governo Lula termina o primeiro ano de mandato com elogios de Maílson da Nóbrega e do mercado financeiro em geral.

George W. Bush autorizou o desmatamento de reserva ambiental no Alasca, para aquecer a economia americana. Também vai explorar petróleo no santuário ecológico.

Marcelo D2 consolida-se como poeta popular e ativista.

O preço do CD caiu.

Marco Maciel na Academia Brasileira de Letras.

O Dólar caiu.

O general Augusto Pinochet goza sua aposentadoria tranqüilamente, no Chile.

Saddam Husseim caiu.

Os Estados Unidos terminam o ano com mais um estado: o Iraque.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2003

Blogs
Blogs são singelos. Dolls e GIFs animados reeditam os anos 80. Blogs podem ser asquerosos. Pop-ups de patrocinadores assaltam a tela. Blogs são hype passageiro nas tardes de algumas pessoas, brincadeira eletrônica da burguesia escolarizada. Terapia, insônia, obsessão. Blogs são o outro lado do espelho. Blogs são um mistério. De cada 10 pessoas que utilizam a internet, menos de duas sabem o que é blog. E só uma em cada 50 já leu algum. Blogs são efêmeros. Mais de hum milhão de weblogs não sobrevivem às primeiras 24 horas. Bloggers pagam pau e descem a lenha.
Um dia, tudo estará à venda.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2003

Sobre datas pagãs adotadas pelo cristianismo
Então Feliz Natal, seja lá o que isso possa lhe significar.

domingo, 21 de dezembro de 2003

Leio
O homem duplicado - José Saramago


Li Budapeste, de Chico Buarque
José Costa, ghost-writer e personagem principal de Budapeste, tem pinta de blogger.

Autor anônimo que vê seu trabalho assinado por outros e vive feliz com isso, enlouquece em Budapeste entre palavras magiares indecifráveis. Ou enlouquece num Hotel do Rio de Janeiro, tanto faz. Importa é que Szoze Kósta, literato de fina estirpe cujo trabalho só é reconhecido por um seleto grupo de colegas de profissão, tem na incomunicabilidade com os que lhe cercam seu maior obstáculo.

O enredo fluido, a pesquisa dedicada e o amor pelas palavras e sua sonoridade fazem de Chico Buarque candidato ao time dos grandes escritores brasileiros da atualidade.

terça-feira, 16 de dezembro de 2003

O BlogGlob revela sua face
A Globo acaba de definir novas regras para seu serviço de blogs. Agora todos terão publicidade (pop-ups, forma mais nefasta impossível) e poderão ser usados para divulgar o serviço (produto?) em qualquer meio ou lugar.

A partir de agora, o serviço será pago. Os usuários podem criar até no máximo cinco páginas, desde que sejam assinantes da globo.com. Os conteúdos podem ser apagados a qualquer momento, se ferirem o código de conduta (palavrões nos logins, blogs do tipo "eu odeio qualquer artista do casting", fotos de nudez ou sexo, críticas diversas.)

O mais terrível: pelo contrato, o autor permite o usufruto perpétuo dos textos publicados, concedendo royalties às Organizações Globo. Para contestar as novas leis, fica eleito o Foro do Estado do Rio de Janeiro.

A medida atinge cidadãos portugueses e lusófonos mundo afora, que utilizam o BlogGlob.

Assombre-se aqui.
Leio
Budapeste – Chico Buarque


Li Dublinenses, de James Joyce
Os primeiros contos de James Joyce, espécie de short-cuts da própria família, dos amigos, dos desafetos. Ácidas referências a tradições e maneirismos irlandeses em livro que pouco lembra o esteta do período pós-Ulisses. Política, pedofilia, embriaguez e provincianismo em contos da velha Irlanda. Fundamental.

domingo, 14 de dezembro de 2003

Descaradamente copiando Angeli: três coisas que odeio e uma que adoro
1 - Eu odeio comerciais de cerveja;

2 - Eu odeio filas;

3 - Eu odeio a hora do rush;

4 - Eu adoro Curb your enthusiasm

sábado, 13 de dezembro de 2003

Os intocáveis
Prefeitos cassados na Bahia, políticos presos em Roraima, policiais presos no Paraná, juízes e empresários presos em São Paulo. Acredite, isto é Brasil.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2003

Ask the dust
- Estou pensando em lançar minha candidatura a governador de Roraima.

Diogo Mainardi, na Veja

domingo, 7 de dezembro de 2003

Mondo cane
- Tive o consentimento dele. Está gravado em vídeo.

Armin Meiwes, o Canibal de Rotenburg, ao dirigir-se à corte alemã. Ele admite ter recrutado (via internet) e comido o engenheiro Bernd-Jurgen Brandes. Antes de morrer, Brandes teria autorizado o banquete e experimentado pedaços da própria carne. Juízes e jurados terão que assistir às fitas.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2003

Fábula
Então o artista finalmente percebeu que o povo só queria ver televisão. E ele lhes deu. Uma televisão imensa, a maior já construída, em pleno centro da cidade, com comerciais, noticiários, esportes, cultura inútil e pessoas paradas assistindo, dia após dia, ano após ano, a maior platéia jamais alcançada em qualquer outra época. Ele envelheceria e sobreviveria a fama, dinheiro e algumas dependências, embalado pelo sucesso de sua obra maior, a tal TV gigante. Arte democrática, a TV podia ser usada por todos. Filas gigantescas eram formadas na esperança de poder usar o controle remoto. Alguns passaram a morar perto do aparelho. Párias de todos os tipos e lugares vinha experimentar a novidade. O local passou a abrigar centenas, depois milhares de pessoas. Virou caso de saúde pública, insurreição popular, represálias governamentais, milícias armadas, grupos de extermínio, ultraviolência. Decretou-se toque de recolher e a repressão virou rotina. O artista, protegido pelo aparato tecnológico-informacional que somente a era do mercado nos concede, sobrevive.

terça-feira, 2 de dezembro de 2003

Blogs
Vinte mil acessos depois admite-se perguntas do tipo: o que é ser blog? O que é ter blogger? Na zona que chamamos ciberespaço, os verbos podem confundir-se e a propriedade virar pessoa, que vira propriedade, como num desenho de Escher. Criatura que almeja ser criador. Por que no começo, bem no início, éramos a tela e eu, escondidos nas geocities (ou fortunecities) da vida, monotonamente ruminando obviedades. No começo era o verbo. E os gifs animados, espécie de orc da época.

A velha home-page, ao tornar-se blog, trouxe como efeito colateral a observação silenciosa de leitores nos Estados Unidos, Malásia, Canadá, Espanha, Japão... Brasileiros, talvez, já que o País tinha 9 mil blogs, dos quais dois terços inativos.

Havia, como ainda há, um voyeurismo exasperante, mas não havia, como ainda não há, o que fazer.

Os sistemas de comentários trouxeram alguma interação a este ambiente de egolatria e pixels, enquanto amigos (Vandré, Rubinho, Nei, Humberto, Sidenia, Saraiva) se desmaterializavam, viravam seres digitais. Cmo os faraós, nos encontramos em outra outra vida.

Linkei e fui linkado, diz a novilíngua. Outros criaram links para cá (com o perdão dos que não foram citados) e os mantêm, mesmo sem receber outro "em troca".

Blogs amigos, amigos bloggers.
A desgraça do insone é o acesso discado.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2003

Na vitrola
Arnaldo Batista - Loki?
The Coral - Magic and medicine
Ian Brown - Music of the Spheres
The Rapture - The Rapture

sexta-feira, 28 de novembro de 2003

É, Norma
- É o dinheiro da corrupção que você quer, não é?
- É, Norma.

(Transcrição de telefonema entre o juiz João Carlos da Rocha Mattos, acusado de corrupção ativa e venda de sentenças e sua ex-mulher, Norma Regina Cunha.)

quinta-feira, 27 de novembro de 2003

Reunião de bacana
(Os Originais do Samba)

Todo mundo cantando esse refrão
Se gritar pega ladrão
Não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão
Não fica um

Você me chamou para esse pagode
Nem me avisou aqui não tem pobre
Até me pediu pra pisar de mansinho
Porque sou da cor eu sou escurinho
Aqui realmente está toda a nata
Doutores senhores até magnata
Com a bebedeira e a discussão
Tirei a minha conclusão

Lugar meu amigo é minha baixada
E ando tranquilo e ninguém me diz nada
E lá camburão não vai com a justiça
Pois não há ladrão e é boa a polícia
Lá até parece a Suécia bacana
Se leva o bagulho e se deixa a grana
Não é como esse ambiente pesado
Que voce me trouxe para ser roubado

quarta-feira, 26 de novembro de 2003

Aeroporto
(Fellini)
Na entrada não se podia ver nem mesmo um espirro

Eles foram, eles foram
Uma foto deles algemados no aeroporto
Eles foram, eles foram
Não se viaja sempre solo per lavoro

No círio um garoto nos sapatos de um homem

Eles foram, eles foram
Um outro deles já estava morto
Não se viaja sempre solo per lavoro

Pelo tamanho dos cinzeiros, foi só um pequeno avião

Eles foram, eles foram
Uma foto deles algemados no aeroporto

Não se viaja sempre solo per lavoro

quinta-feira, 13 de novembro de 2003

Leio
Dublinenses - James Joyce

Li Viver para contar, de Gabriel García-Márquez
O interesse pela vida alheia, padrão característico em todos os estratos sociais, revela-se de muitas formas. Ao consumir a vida das celebridades julgamos estar mais próximos delas, íntimos e arbitrários, quebrando sua divindade.

A leitura de uma biografia, portanto, não será muito diferente de assistir ao TV Fama. As histórias de vida dignas de serem publicadas – qualidade discutível que satisfaz nossos instintos de caça às celebridades – solucionam esse incontrolável interesse pela intimidade alheia, mas privilegiam a indigência intelectual.

Esse não é o caso da biotrilogia do escritor colombiano Gabriel García-Márquez, cuja primeira parte já está disponível nas livrarias. Viver para contar (Record, 474 páginas) é muito diferente de suas obras de ficção. Não envereda pelo realismo fantástico de A incrível e triste história da Cândida Erêndira e sua avó desalmada, Olhos de cão azul, Doze contos peregrinos, e Cem anos de solidão. Não é um romance como O amor nos tempos do cólera e Do amor e outros demônios, nem o flerte com a História de O general em seu labirinto. O estilo é semelhante ao de Notícia de um seqüestro, mas a comparação ainda será ineficiente.

O fio narrativo, entre uma ou outra volta ao presente, concentra-se na juventude pobre, nos primeiros experimentos literários, na boemia interminável dos literatti nos anos 1950. Quase jornalismo, com serifas literárias de grande valor.

domingo, 9 de novembro de 2003

Três notas e meia sobre rock n'roll
The Vines tenta ser Beatles, mas só consegue um efeito razoavelmente Oasis.
The Hives tenta ser Stones, mas acaba relendo Sex Pistols.
Coldplay, tentando Nick Cave, desandou em Radiohead.
De novidade do front, discos novos de bandas velhas, como Sonic Youth e New Order.
Certo pelo duvidoso, Vandré Fonseca foi à Galeria 24 de Maio e comprou aquele Jefferson Airplane importadão.

(Publicado há um ano, neste blog)
A queda
Se os juízes Rocha Mattos, Casem Mazloun e Ali Mazloun ainda não leram A Queda, de Albert Camus, deveriam aproveitar o momento favorável.

segunda-feira, 3 de novembro de 2003

Spam
Valium, Viagra, Xanax? Não, obrigado. Desculpe, investidor estrangeiro que pretende depositar milhares de dólares na minha conta bancária, mas hoje não dá. Não, não preciso de mais tempo com minha família, senhores do Trabalhe em Casa. Não tenho a menor idéia do que você está falando, Bruno Solano. Caro gerente da agência de viagens de Santa Catarina, infelizmente moro longe. E quanto a você, saiba que não falo servo-croata.

sexta-feira, 31 de outubro de 2003

Persona non grata
O documentário de Oliver Stone sobre o conflito árabe-israelense é interessante, mas limitado aos últimos acontecimentos.

O filme de 67 minutos carece de informação histórica, mas acerta ao apresentar um panorama atualizado da situação. Peca, entretanto, pelo excesso de fontes israelenses em detrimento das poucas entrevistas com palestinos - Yasser Arafat não estava disponível.

O que mais choca em Persona non grata são as declarações absurdas do prêmio Nobel da Paz, Shimon Perez. Para ele, não é a pobreza que gera o terrorismo, mas o terrorismo que gera a pobreza. Ameaça sionista clássica. Na prática, significa a
demolição das casas dos parentes dos terroristas.

Quanto aos territórios ocupados em 1967, Perez é sarcástico: "Deixe que eles sonhem".
Dia do Saci
Halloween que nada. Hoje é dia do Saci.

terça-feira, 21 de outubro de 2003

Bike (Syd Barrett)
I've got a bike. You can ride it if you like.
It's got a basket, a bell that rings and
Things to make it look good.
I'd give it to you if I could, but I borrowed it.

You're the kind of girl that fits in with my world.
I'll give you anything, ev'rything if you want things.

I've got a cloak. It's a bit of a joke.
There's a tear up the front. It's red and black.
I've had it for months.
If you think it could look good, then I guess it should.

You're the kind of girl that fits in with my world.
I'll give you anything, ev'rything if you want things.


I know a mouse, and he hasn't got a house.
I don't know why. I call him Gerald.
He's getting rather old, but he's a good mouse.

You're the kind of girl that fits in with my world.
I'll give you anything, ev'rything if you want things.

I've got a clan of gingerbread men.
Here a man, there a man, lots of gingerbread men.
Take a couple if you wish. They're on the dish.

You're the kind of girl that fits in with my world.
I'll give you anything, ev'rything if you want things.

I know a room of musical tunes.
Some rhyme, some ching. Most of them are clockwork.
Let's go into the other room and make them work.
Quem é esse cara? Syd Barrett.

domingo, 19 de outubro de 2003

Altiplano
E a Bolívia, heim? Agora Sánchez de Lozada sabe com quantos índios se derruba um governo...

sábado, 18 de outubro de 2003

Jaz
Que dizem os homens-bomba quando explodem a si mesmos diante de espectadores perplexos? Que discurso guardam para esse momento? Que palavras conservam em sua curta memória de jovem suicida? Palavras políticas, cruéis, cínicas, pessoais?

Como reagem os eleitos para desvendar, com o homem-bomba, os mistérios da morte? O filme da sua vida passa-lhe diante dos olhos? Que dizem ao mujahedin?

No futuro, os homens-bomba se converterão em repórteres-bomba, com seus repórteres-cinematográficos-bomba, e transmitirão via satélite as carnificinas mais espetaculares da televisão. O discurso, antes só disponível para os infelizes que eram despedaçados, poderá ser apreciado em diversos formatos.

sexta-feira, 10 de outubro de 2003

A transgenia, para leigos
Todo alimento que tem sua estrutura orgânica modificada em laboratório representa perigo iminente para a saúde dos consumidores. A quebra do código genético das espécies é para sempre, mas os testes desses produtos são realizados em ratos pelos próprios fabricantes por tempo demasiado curto - medido em semanas - e não incluem verificação dos efeitos de médio e longo prazo na saúde humana. Dessa forma, ingerir alimento transgênico equivale a praticar roleta russa.

O caso da soja RR é emblemático. Graças à pressão de latifundiários gaúchos, já temos em território nacional os experimentos mengelianos da Monsanto, corporação norte-americana de estreito relacionamento com a Casa Branca, responsável pela brilhante idéia de incluir um gene humano (!) no DNA da soja. Se canibalismo é uma expressão exagerada, aceito sugestões.

Para quem acha que entramos para o clubinho dos transgênicos somente agora, lembramos que vários produtos largamente consumidos no Brasil já contêm alimentos geneticamente modificados. Segue a lista fornecida pelo Greenpeace:

- Nestogeno, da Nestle do Brasil, fórmula infantil a base de leite e soja para lactentes contaminado com 0,1% de soja RR;

- Pringles Original, da Procter & Gamble, batata frita contaminada com milho Bt 176 da Novartis;

- Salsicha Swift, da Swift Armour, salsichas do tipo Viena contaminadas com 3,9% de soja RR;

- Sopa Knorr, da Refinações de Milho Brasil, mistura para sopa sabor creme de milho verde contaminada com 4,7% de soja RR;

- Cup Noodles, da Nissin Ajinomoto, macarrão instantâneo sabor galinha contaminado com 4,5% de soja RR;

- Cereal Shake Diet, da Olvebra Industrial, alimento para dietas contaminado com 1,5% de soja RR;

- Bacos da Gourmand Alimentos (2 lotes diferentes), chips sabor bacon contaminados com 8,7% de soja RR;

- ProSobee, da Bristol-Myers, formula nao lactea a base de proteína de soja contaminada com 1,9% de soja RR;

- Soy Milk, da Ovebra Industrial, alimento a base de soja contaminado com menos de 0,1% de soja RR;

- Supra Soy, da Jospar, alimento a base de soro de leite e proteina isolada de soja contaminado com 0,7% de soja RR.

segunda-feira, 29 de setembro de 2003

Li Stupid white men, de Michael Moore
O provocador Moore escreve sobre tudo o que boa parte da população dos Estados Unidos gostaria de dizer sobre seu país, mas não pode ou não quer falar.

Se a terra das liberdades civis gera descontentes como MM e sua prosa ferina, pode gerar um movimento de massas que defenda idéias simples como saúde pública, assistência social e a preservação do meio-ambiente.

Segundo o dicionário político do verde Michael Moore, democratas fingem que vão fazer alguma coisa boa e depois traem a todos enquanto republicanos mostram que vão fazer o mal desde o princípio. Um livro de ativismo.

Leio
Viver para contar - Gabriel García-Márquez

segunda-feira, 22 de setembro de 2003

Um Fausto
- Faço um pacto com você, disse Robert Johnson.
- Prossiga, disse Mefistófeles
- ...se todos escutarem minha música.
- De acordo, disse Mefistófeles.

No dia seguinte, um marido traído mata Robert Johnson. Sua música, eternizada como um blues bastante original está na raiz da raiz do rock n' roll. Anos depois, em entrevista à Rolling Stone, Mefistófeles admitiria que seu serviço de reclamações não lhe encaminhara nenhuma queixa, razão pela qual já havia substituído os responsáveis.

sábado, 20 de setembro de 2003



Barney
Quem é Barney? Quem é Barney??
Barney é o produtor do Gugu!!

O que faz Barney? O que faz Barney??
Forja entrevistas com o PCC!!

Onde está Barney? Onde está Barney??
Barney está depondo na delegacia!!

sexta-feira, 19 de setembro de 2003

Leio
ABRAMO, Cláudio. A regra do jogo. São Paulo, Cia. das Letras, 1988.

ARENDT, Hanna. Entre o passado e o futuro. São Paulo, Perspectiva, 1972.

BENVENISTE, E. O aparelho formal da enunciação. Problemas de Lingüística Geral. Campinas, Pontes, 1989.

CANCLINI, Nestor. Culturas híbridas. São Paulo, Edusp, 1997. (Ensaios Latino-Americanos nº 1).

CHAPARRO, M.C.C. Sotaques d?Aquém e d?Além Mar ? Percursos e Gêneros do Jornalismo Português e Brasileiro. Santarém, Portugal, Jortejo Editora, 1998.

DYSON, Esther. Release 2.0: A design for living in a digital age. New York, Broadway Books, 1997.

FREITAS, Jeanne Marie Machado de. Comunicação e psicanálise. São Paulo, Ed. Pulsional, 1994.

FREUD, S. O mal-estar da civilização. Obras Completas, vol.XIV. Rio de Janeiro, Imago, 1983.

GANS, H. Deciding What?s news. New York, Vintago Parks, 1980.

GOMES, Mayra Rodrigues. Jornalismo e Ciências da Linguagem. São Paulo, Edusp & Hacker Editores, 2000.

GRAMSCI, Antônio. Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro, Civilização, 1968.

HABERMAS, Jürgen. Teoría de la acción comunicativa I y II. Madrid, Taurus, 1987.

HAGEL, John III, and ARMSTRONG, Arthur G. net.gain: expanding markets through virtual communities. Boston: Harvard School Press, 1997.

KOYRÉ, A. Estudos de história do pensamento científico. Brasília, Ed. Unb, 1982.

KRISTEVA, J. História da Linguagem. Portugal, Edições 70, 1994.

KUCINSKI, Bernardo. Jornalistas e revolucionários; nos tempos da imprensa alternativa. São Paulo, Scritta, 1991.

KUHN, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo, Perspectiva, 1976.

LÉVI-STRAUSS, C. Introdução à obra de Marcel Mauss. MAUSS, M. Antropologia e Sociologia, vol. I, São Paulo, Edusp, 1974.

LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. São Paulo, Editora 34, 1993.

LÉVY, Pierre. O que é o virtual? São Paulo, Editora 34, 1996.

LYOTARD, J.F. O pós-moderno. Rio de Janeiro, José Olympio, 1988.

MARCONDES, Ciro. Jornalismo ?fin de siècle?. São Paulo, Scritta, 1993.

MARTIN-BARBERO, Jesus. Dos meios às mediações ? comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro, UFRJ, 1997.

MEDINA, Cremilda de Araújo. Entrevista, o diálogo possível. São Paulo, Ática, 1986

MEDINA, Cremilda. Notícia, um produto à venda. Jornalismo na sociedade urbana industrial. São Paulo, Summus, 3a.ed., 1989.

NEGROPONTE, Nicholas. A vida digital. São Paulo, Cia. das Letras, 1995.

ORTIZ, Renato. Mundialização e cultura. 2.ed. São Paulo, Brasiliense, 1994.

PERRONE, L. Rumor da língua. São Paulo, Razão Social, 1992.

SANTAELLA, Lúcia. Cultura das mídias. São Paulo, Razão Social, 1992.

SANTOS, Boaventura de Souza. Introdução a uma ciência pós-moderna. Rio de Janeiro, Graal,

1989.

SFEZ, L. Crítica da comunicação. Trad. Gonçalves, M. Sobral. São Paulo, Ed. Loyola, 1994.

TAPPSCOTT, Don. Economia digital. São Paulo, Makron Books, 1997.

TUCHMAN, G. La producción de la notícia. Estudios sobre la construcción de la realidad. México, Gustavo Gilli, 1983.

WEBER, M. A política como vocação. Rio de Janeiro, Zahar, 1963.
Alimente a caixa, idiota


Leia a íntegra da entrevista exclusiva de Gugu Liberato ao Cocadaboa

sábado, 13 de setembro de 2003

Gente que escreve
André Moncaio, Marcela (Tchela) Vaz Silva, Sidenia Pereira e Edileuson Almeida.
P2P ameaçado
A perseguição começou com o Napster. Agora Kazaa e outros programas de trocas de arquivos estão sendo alvo de investigação policial. Já houve inquérito que virou processo que virou sentença que virou condenação nos Estados Unidos.

Desconheço se havia "produção industrial" de CDs que justificasse a condenação dos usuários desses programas. Talvez até comandassem um esquema de vendas de MP3 e sejam considerados criminosos, mas a medida tem como objetivo inibir o usuário direto, que pelo menos em teoria é proprietário do que compartilha.

E assim, o tráfego (tráfico?) de arquivos em programas do tipo P2P (peer to peer ou person to person ou de pessoa para pessoa) entra para a lista das atividades ilegais. O caráter coercitivo, entretanto, não diminui os picos de 4 milhões de usuários trocando arquivos e tornando-se (por que não?) consumidores potenciais da desconfiada indústria fonográfica.

quinta-feira, 11 de setembro de 2003

Novilíngua
Militares ligados ao Governo dos Estados Unidos forjaram os atentados de 11 de Setembro de 2001. Tudo não passou de uma grande farsa.

Quem disse?Ele.

quarta-feira, 10 de setembro de 2003

Libere um livro
O atentado poético deste 11 de setembro, como todos já sabem, é abandonar um livro dedicado a um desconhecido em qualquer lugar livre de umidade. Felicidade é encontrar seus preferidos.

sexta-feira, 5 de setembro de 2003

Seinfeld!



Amanhã, a partir das 13 horas.



Maratona Seinfeld.



180 horas de inutilidade inteligente.




Do piloto ao último episódio.




Somente para irrecuperáveis.


quinta-feira, 4 de setembro de 2003

Leio
Stupid White Men - Michael Moore


Li Leviatã, de Paul Auster
A narrativa em primeira pessoa define o projeto desta novela, em que narrador e narrado dividem - dividem com o sentido de conviver, compartilhar - a consciência do autor. Este joga com o leitor o tempo todo, brincando de arte que imita a vida. Não existem trechos do livro dentro do livro, mas aprendemos a respeitar a obra desconhecida por conta do autor-personagem Benjamin Sachs. E talvez seja melhor assim. O recurso afasta o leitor das especulações em torno da morte De Sachs. Como em Crônica de uma morte anunciada, de Gabriel García-Marquez, sabemos quem morre desde o início.

Diferente da bandeira que parece tanto dividir quanto unir as pessoas, a estátua (da Liberdade) é um símbolo que não causa controvérsia. Se muitos americanos têm orgulho de sua bandeira, outros se envergonham dela; para cada pessoa que a tem como um símbolo sagrado, há outra que gostaria de cuspir sobre ela ou atear-lhe fogo, ou arrastá-la pela lama. (p. 212)

segunda-feira, 1 de setembro de 2003

Sobre Wanderley, Takamine e o Diabo
Um flash-mob na madrugada de sábado reuniu num fliperama da Vila Madalena os escribas do Zhuada, Um dia Gnóstico e e-pístolas. Os três, que assinam o famigerado Canai, produziram na algaravia sonora da madrugada o primeiro de uma série de manifestos dadaístas chamados apropriadamente de Wanderley, Takamine e o Diabo. O resto é lenda do ciberespaço.

sábado, 30 de agosto de 2003

Wanderley, Takamine e o Diabo

São Paulo - Vamos registrar o que estamos conversando. É tudo que foi gravado até aqui, neste século, não sei, talvez sabão, projetos gráficos, sabão, tem a mesma origem gráfica, mas time levou tudo praticamente, depois do, de, do, mestre de lá, não é cuteireres, gutem, pô cara, literatura pura, dez, treze, 834, minha, talvez, ... leitura, muito louca, louco, objetivo, litero, absoluto, tudo e nada, língua, será?, qual? Não sou tudo, só poesia, você sempre registra, você sintetiza, ideologia, Leminski, Boldo, Jorge, todos podemos fazer, afinal, o vivo. E outra, espero que ele escreva não isso mesmo que vai acontecer, mas você tem que falar um pouquinho, buraco desse jeito, aquele lance todo que aconteceu, o carro tem que ter digitamento para escrever o que vier na memória é um tormento é uma frase, é uma fase. Uma fase que a gente. Uma fase que a gente... que a gente. Senta o pé, senta a pua. A centopéia está na rua.

sexta-feira, 29 de agosto de 2003

terça-feira, 19 de agosto de 2003

Adeus a Vieira de Melo
O diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Melo, alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, morreu num atentado a bomba hoje, em Bagdá.

Vieira de Melo chefiou equipes humanitárias em Kosovo e Ruanda, atuou na reconstrução e nas primeiras eleições livres do Timor Leste e era o representante oficial da ONU no Iraque ocupado. Um brasileiro exemplar.


Update às 21h - Imolação
O diplomata brasileiro morreu por culpa exclusiva de uma, no máximo duas pessoas. E não falo de homens-bomba.

Vê-se que o prédio da ONU foi atacado por algum grupo obtuso e desprovido de qualquer ideologia política. A ação é lamentável e descabida. O terrorismo original é atitude extrema de sacrifício, mas nasce da opressão e da consciência de que a opressão pode ser interminável. Se há atentados contra as tropas norte-americanas, é fato compreensível. O ataque às Nações Unidas é estranho. Até hoje, somente Estados Unidos e Grã-Bretanha trataram a ONU como lixo, ao invadir o país de Saddam Husseim.

Os acéfalos que atacaram a ONU sacrificam indefesos mas os únicos responsáveis pelo banho de sangue no Iraque chamam-se George W. Bush e Tony Blair. O sangue de Sérgio Vieira de Melo mancha suas mãos.

sexta-feira, 15 de agosto de 2003

Kafka pop
Rubens Rusche, que fez competente montagem de Fim de Jogo, de Samuel Beckett, agora dirige um dos mais famosos textos de Franz Kafka, em cartaz no Teatro da ECA/USP (Avenida Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, nº 215, Cidade Universitária – São Paulo - 5ª a Sábado às 21h e Domingo às 20h), grátis, até domingo.

Em O Processo, Rusche fragmentou a mente de Josef K. em mil pedaços e a recompôs em diferentes pontos do palco, fazendo desta peça um exercício de imaginação e humor que pode até desagradar a fiéis leitores do escritor tcheco (fiéis a ele ou às suas obsessões?), mas soluciona um problema clássico nas montagens de textos kafkianos: a dificuldade de adaptar trechos que são demasiados sensoriais para o palco.

Fica a questão: encenar Kafka de uma maneira pop criará interesse nos espectadores pela obra escrita? Em caso positivo, a surpresa terá sido agradável?
Li Os Versos Satânicos, de Salman Rushdie
Talvez Salman Rushdie seja um dos poucos escritores em quem podemos depositar nossas esperanças de uma literatura de transição, que assuma a pós-modernidade que desejamos: human(ist)a sem prescindir da tecnologia, inteligente sem sectarismo. Não se trata de Willian Gibson, para quem é cômodo falar do futuro, ainda que imediato, nem de experimentalismos léxicos joyceanos. Trata-se de secularização.

No livro, dois homens caem de um avião em alucinada aventura entre o Ocidente e o Oriente. Peregrinos sedentos, poetas eunucos, comerciais de televisão, províncias metropolitanas, metrópoles provincianas, despersonalização e cultura pop completam o quadro. Impossível entender porque a interpretação livre do Alcorão lhe valeu uma condenação à morte.

As reflexões do escritor sobre identidade, cultura e exílio, não por acidente inundam a mente da personagem Saladin Samcha. Versos Satânicos traz o incrívelfantásticoextraordinário para a sala de jantar, o que é convite para devorá-lo imediatamente. Mas deve-se consumir em pequenas doses.

Leio
Leviatã - Paul Auster

Guerra fria