segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Boa Vista - Dos governos se espera legitimidade e capacidade para organizar e gerir o estado de forma responsável. O sistema eleitoral viciado que afiliados e partidos apoiam, beneficia oligarquias com a desculpa de que a democracia é falha, mas... é o melhor que temos.

Esse sistema distribui desproporcionalmente tempo de TV para beneficiar coalizões-mensalões enquanto pequenos partidos têm apenas segundos; sistema controlado por um Legislativo que ano após ano se permite a distribuição de canais de TV; por um Executivo que gasta mal; por licitações dirigidas que cartelizam serviços de má-qualidade.

É um sistema que vai contra toda a lógica da eficiência: mantém ladrões (alguns já puxaram cadeia) em cargos públicos; permite nomeações para secretarias e ministérios com base em indicações partidárias e não em qualificação técnica; enfim, que funciona muito, muito mal.

Não podemos mais acreditar e estimular esse sistema. Fomos 23 milhões na eleição passada. Na próxima seremos muito mais.

sábado, 25 de janeiro de 2014

"Ele mente não porque seja de seu interesse mentir; ele mente porque é da sua natureza mentir". 

(Helmut Sonnenfeld, sobre Henry Kissinger)

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Guayaquil - Sonhava conhecer o Oceano Pacífico desde criança, desde os primeiros livros de aventuras, desde sempre. Encerrar a jornada aqui foi revigorante. A água é  densa, salgada energizante. É a casa dos grandes peixes, o lar de nossos antepassados, a verdadeira Terra.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Riobamba - Depois do Chimborazo, a ideia era ir direto para o Pacífico, mas instado pelo amigo equatoriano Hotsmaro Salazar, fizemos uma visita ao Oriente, também conhecido como Amazônia Equatoriana. Uma brusca mudança na paisagem. Canyons, selva e cidades cheias de charme no caminho entre Riobamba e Rio Negro. 

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014


Riobamba - Hoje escalei nada menos que 5 mil dos 6.310 metros do Vulcao Chimborazo, a montanha mais alta da Terra. Sim, é o que dizem sobre o Everest, mas a montanha do Himalaia nao está próxima da linha do equador, portanto na face mais externa do planeta. O Chimborazo está mais distante do centro da Terra que qualquer outra elevaçao, portanto mais próxima do sol. Trata-se do cume do planeta, localizado a nada menos 2,1 quilometros acima do Everest (!).

A aventura começou em Riobamba, com uma preparaçao fisica que incluiu adaptaçao à altitude (a cidade fica a 2.850 metros), alimentaçao a base de proteína, super hidrataçao e muita força de vontade para vencer as intempéries, o cansaço e o soroche, o mal das alturas. Logo eu perceberia que a missao é sempre mais complicada durante sua execuçao. Depois de comprar luvas, gorro e um casaco novo, de alpaca, chegara a hora de conquistar meu primeirto vulcao.

Localizado nos Andes equatorianos, onde a Cordilheira Ocidental se divide em dois gigantescos braços a noroeste de Riobamba, o Chimborazo tem seu cume coberto por neves perpétuas e as bases ocupadas por vales férteis onde se cultiva frutas, flores e gado. Um Parque Nacional preserva a fauna e a flora. Ali, vicunhas percorrem a planície e falcoes sobrevoam nossas cabeças.

Depois de chegar de carro ao Parque Nacional, (cerca de 4 mil metros), começamos a jornada a pé. Com uma temperatura de zero grau e uma chuva fina que logo que se tornaria neve, comecamos a subida. A primeira parada foi o refúgio Carrel, a 4,7 mil metros de altitude. A chegada foi dificultada pela falta de ar, o que obriga a dar algumas paradas. Temperatura de -5 cent{igrados. Depois de conversar com japoneses e equatorianos sobre as condiçoes de tempo, percebemos que seria complicado chegar ao segundo refúgio caso a neve persistisse e a névoa aumentasse.

Um pausa para descansar e prosseguimos. A temperatura cai para -7. Tirar os óculos era impossivel. A brancura da neve feria os olhos. Confesso que estive a ponto de desistir por causa do soroche. Cinco quilometros acima do mar é uma regiao com mpouco oxigenio. A falta de ar torna a respiraçao pesada e ofegante. Depois, o sangue tenta se adaptar, correndo mais forte dentro das veias. Em seguida vêm as náuseas e a tontura. Finalmente, passado algum tempo, a pele começa a queimar, os pulmoes diminuem e pepitas de fogo percorrem seus orgaos internos. Nova pausa.

Finalmente, o refúgio Whymper se apresenta, congelado a 5 mil metros de altitude. Uma neve fina cai e derrete sobre o telhado, formando estalactites transparentes de gelo. A jornada precisa parar por aqui. Uma forte névoa cobre o cume e por segurança, ficamos por aqui. Comemoramos o feito com um grupo formado por japoneses, colombianos, mexicanos, brasileiros e equatorianos. Da próxima vez, quem sabe?

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Quito - Além das paisagens, dos sabores e dos aromas. Além dos tecidos, da arquitetura e da medicina tradicional, o que chama a atencao no Equador eh a educacao do seu povo. Sou tao bem tratado em toda parte que quase nao perdoo a fleuma de alguns vizinhos sulamericanos. Um castelhano claro e pausado que delicia qualquer falante. Uma atencao rara em todas as classes sociais. Nao se trata apenas de treinamento para agradar turistas. Uma sabedoria verdadeira emerge dessas pessoas acostumadas a uma alimentacao farta e saudavel. Ateh os junkies e bebados fazem questao de demonstrar sua educacao. 

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Quito - No centro de Quito, um dominicano corta meu cabelo ao som de música gospel suave, bem diferente dos gritos de horror, digo louvor, que se ouve no Brasil. Conversamos e Alberto me fala que a República Dominicana continua a receber milhares de refugiados do Haiti e enfrenta dificuldades para atender às necessidades de quem perdeu tudo com as guerras civis e o devastador terremoto que completa três anos no próximo dia 12. Diz que o povo é mais receptivo que o local, o que me espanta, já que o povo equatoriano tem demonstrado uma educaçao exemplar. 
Quito - Linda, limpa, colorida e socialista como um fractal. 
Caracas - O psicodélico piso do Aeropuerto Internacional Simón Bolívar sob os pés.
Caracas - Os Awá são um dos últimos povos nômades caçadores-coletores do Brasil e dependem inteiramente da floresta. Vivem isolados e são vulneráveis a ataques e doenças contra as quais não têm imunidade.

O Brasil, tardiamente, se movimenta contra a exploraçao ilegal de madeira e a preservaçao do povo Awá. Mas o mundo teve que se movimentar antes.

Leia mais aqui.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

La Guaira - Depois de muita paciencia e sangue frio, conseguimos passagens de onibus para Caracas, onde chegamos de madrugada e percorremos as ruas desertas e estranhamente vazias da metrópole venezuelana. No terminal de onibus urbano, fui atacado por mosquitos, mas vale tudo para chegar a Quito (rima involuntaria). Passo o dia num pequeno hotel de frente para a Playa Verde em La Guaira, recuperando as forcas com cervejas e mariscos.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Puerto Ordaz - Caos total nos transportes aéreo e rodoviário da Venezuela. Para variar, a alta temporada gera fluxos de turismo interno em todos os sentidos e enche os hoteis de todo o país. Santa Elena e todo o Parque Canaima foram invadidos por carros off-road, máquinas possantes que bebem gasolina desarvoradamente e provocam desabastecimento e racionamento.

A confusao é aumentada com mochileiros de diversos países e milhares de brasileiros que sobem com seus carros de Manaus e Boa Vista. Todos sofrem com a falta de hotel, dificuldades com a língua e a comida e a falta de hospedagem, mas vale tudo para chegar ao Caribe e aproveitar as praias e precos baixos do verao mais intenso da recente história venezuelana.

Consigo evitar toda essa confusao com as ferramentas típicas de brazuelano acostumado as vicissitudes locais - nessas horas ter família aqui é fundamental. Mesmo assim, é preciso correr em pleno domingo (dia sagrado por aqui) pela cidade para trocar dólares e comprar passagens a precos interessantes para a próxima parte da jornada que comeca agora, num onibus em direcao a Caracas.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Boa Vista - A discussão sobre se é esporte ou não subsistirá algum tempo, até que se reconheça o óbvio: triturar seres humanos é pouco edificante. O que mais intriga, entretanto, é como este novo produto das organizações Globo se assenhora da identidade nacional da mesma forma que as telenovelas e o catálogo da Som Livre. Um poder absoluto.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

O ideário da direita é todo pescado da esquerda, menos a parte de legitimar a democracia e a liberdade individual. A capacidade de ser uma esponja tardia dos desejos da sociedade faz da direita e sua moral auto-reprimida um organismo que busca sobretudo a própria sobrevivência: capitalismo e repressão como alimento físico e a planificação do pensamento como bússola espiritual. No Brasil, assistimos com indiferença e preconceito José Mujica e outros líderes latino-americanos enfrentar com coragem o monstro dos oleodutos e limusines. Embora não estejam sozinhos: representam pequenas nações e grandes pensamentos inaceitáveis para o padrão estabelecido.
José Mujica, presidente do Uruguay
Boa Vista - O ideário da direita é todo pescado da esquerda, menos a parte de legitimar a democracia e a liberdade individual. A capacidade de ser uma esponja tardia dos desejos da sociedade faz da direita e sua moral auto-reprimida um organismo que busca sobretudo a própria sobrevivência: capitalismo e repressão como alimento físico e a planificação do pensamento como bússola espiritual. No Brasil, assistimos com indiferença e preconceito José Mujica e outros líderes latino-americanos enfrentar com coragem o monstro dos oleodutos e limusines. Mas eles não estão sozinhos. Representam pequenas nações e pensamentos universais inaceitáveis para o padrão estabelecido. Se fossem de direita, suas ideias seriam louvadas pela mídia e compreendidas pelo "cordial" cidadão brasileiro. 

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Rafael Correa, presidente do Equador
Boa Vista - Sou de família transnacional e torço pela integração latino-americana. Nosso continente já foi vítima do extremismo dos colonizadores e não precisamos fazer o mesmo entre nós. Nossa diversidade étnica, política, mística e antropológica é rica demais para ficarmos presos ao debate polarizado esquerda-direita que as grandes potências criaram para nos fazer perder tempo. O capitalismo é uma ilusão autofágica. Faz pensar que sua hegemonia é definitiva e que não há limites para o crescimento, promovendo a barbárie em nome de um pseudoliberalismo. Vejo como um projeto fadado ao esgotamento, ao fracasso e à desmoralização, pois a História é implacável com as civilizações estúpidas. Mas esta é apenas minha opinião. O socialismo venezuelano é um experimento. O socialismo chinês, um arremedo. Sabem onde vejo socialismo? Finlândia, onde a educação é integralmente pública. Enfim, nada é estanque ou perfeito. Nenhum conhecimento é permanente e nenhum império se perpetua. Apenas a estupidez humana de querer um mundo melhor sem esforço.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Manaus - O professor é o maior inimigo do poder. Mas alguns professores desconhecem seu verdadeiro poder: conceder à humanidade a liberdade que são incapazes de buscar.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Palavras do mestre

Milton Santos, grande homem. O presidente que nunca tivemos. Tive a sorte de ver uma de suas últimas palestras na FFLCH-USP.
Manaus - Tento compatibilizar o curso de Formação Sindical do Andes com a leitura de Milton Santos.

O terrível é que, nesse mundo de hoje, aumenta o número de letrados e diminui o de intelectuais. Não é este um dos dramas atuais da sociedade brasileira? Tais letrados, equivocadamente assimilados aos intelectuais, ou não pensam para encontrar a verdade, ou, encontrando a verdade, não a dizem. Nesse caso, não se podem encontrar com o futuro, renegando a função principal da intelectualidade, isto é, o casamento permanente com o porvir, por meio da busca incansada da verdade.
(Milton Santos. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. p. 74)

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Nelson Mandela
Manaus - Defensores de direitos humanos em todo o mundo choram por Mandela, mas só quem foi jogado à margem da vida social ou pertencia à etnia dominante e não podia dizer nada, sabe o que significa seu legado.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O governo da Guiana planeja instalar uma barragem em terras do povo Akawaio, no Alto Mazaruni. A hidrelétrica poderá ter um super lago que inundaria a terra ancestral dos Akawaio e uma aldeia Arekuna, impactando severamente a biodiversidade. A Survival International denuncia que empresas brasileiras envolvidas na represa de Belo Monte, construirão a barragem, que forneceria energia para as indústrias de mineração da Guiana e do Brasil. Leia aqui

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A Prefeitura encaminhou e a Câmara Municipal de Boa Vista aprovou a criação de dezenas de cargos comissionados para contratar engenheiros sem concurso público. O salário será de R$ 7 mil contra os R$ 1,5 mil dos concursados. Já o governo de Roraima, aumentou o salário dos engenheiros em 35% contra 4,5% dos demais servidores. Como são engenhosos nossos representantes.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Observo nossos representantes e vejo exploradores da miséria, cínicos e paus-mandados. Gente que domina os meios de comunicação e mantém a população refém de discursos vazios e falsa propaganda. Que comanda órgãos ambientais para facilitar o desmatamento e de pesquisa para não pesquisar nada. Que aprova projetos absurdos e perigosos como o plantio de espécies exóticas (Acacia mangium) e cana-de-açúcar, para jogar o ultra-poluente vinhoto em nossos rios. Que pretende acabar com as corredeiras do Bem-Querer e seus escritos rupestres para construir hidrelétricas, mesmo estando próximos de ser ligados ao Sistema Nacional de Energia. Projetos absurdos, campanhas publicitárias ilusórias e UM NADA ABSOLUTO de resultados faz-nos perceber que, nunca mais na história deste País, teremos representantes do quilate de Darcy Ribeiro, Ulysses Guimarães ou mesmo do direitão Roberto Campos. Estamos entregues aos canalhas.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Capitalismo

A religião do capitalismo sobrevive à base de sofismas e de especulação porque esta é sua natureza. Apresentar a queda da URSS e a lista da Forbes como evidências de sucesso, mas é falsa a promessa de que todos podem chegar lá, basta CRER. Como qualquer religião, mantém os áulicos em cabresto mental e confia na destruição de alternativas para sua consolidação. São torcedores zoando um adversário em desvantagem, sem conhecer os minutos finais do jogo.

A exploração infinita de recursos limitados, a acumulação desnecessária e a burrice inerente a ela fazem do capitalismo uma gordura existencial, mas também cognitiva e, finalmente, física. Negar ao mundo mais equilíbrio entre os povos origina a violência urbana, o cinismo da juventude e o terrorismo.

A desigualdade social e política não é natural, não deriva da vontade divina, nem sequer é uma consequência da desigualdade natural entre os homens. Pelo contrário, a sua origem é o resultado da propriedade privada, da apropriação privada da riqueza do mundo inteiro, e dos benefícios privados derivados dessa apropriação."
(Jean-Jacques Rousseau, em Sobre a origem da desigualdade entre os homens)

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

No seu primeiro jogo na NBA, Michael Carter-Williams emplacou 22 pontos, 12 assistências, 9 roubos e 7 rebotes. O 76ers acaba de criar um monstro.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Leia a entrevista do sociólogo português Boaventura de Sousa Santos: "Não acredito que haja equilíbrio entre democracia e capitalismo. Não haverá sociedade democrática enquanto houver capitalismo. O que se pode tentar é limitar o poder do capitalismo, com uma democracia mais robusta, que possa segurar o avanço do capitalismo até que o socialismo volte à agenda política.."; na íntegra no site da Caros Amigos: http://bit.ly/19XmypO


terça-feira, 29 de outubro de 2013

Shows que gostaria de ter visto: Qualquer um do Zeppelin em 1969; Miles Davis(de preferência com Herbie Hancock, Wayne Shorter, Ron Carter e Tony Williams em Estocolmo ali por 1963) e Zé Ramalho & Sepultura.

sábado, 26 de outubro de 2013

Um conto curto

Sonhava trabalhar na Der Spiegel, mas não falava alemão. Hoje vende salsichas com temperos especiais na Neumann Straße, indiferente à crise econômica e aos jovens de cabeça raspada que chegaram de repente.
Sonhava trabalhar na Der Spiegel, mas não falava alemão. Hoje vende salsichas com temperos especiais na Neumann Straße, indiferente à crise econômica e aos jovens de cabeça raspada que chegaram de repente.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Depois de ser considerada a mais lenta do Brasil, a Justiça de Roraima pediu um prazo para dar explicações.
Depois de ser considerada a mais lenta do Brasil, a Justiça de Roraima pediu um prazo para dar explicações.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Depois de ser considerada a mais lenta do Brasil, a Justiça de Roraima pediu um prazo para dar explicações.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

- Cadê sua foto de criança no perfil do Facebook?
- Humpf, responde Benjamim Button.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Perder ovelhas é a maior tristeza do manipulador. Perder terreno, a do opressor. Já o mitômano, acuado no topo das mentiras que constituem sua trajetória, teme perder a credibilidade que nunca teve. A mentira tem pernas curtas. E uma barriga enorme.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Perder ovelhas é a maior tristeza do manipulador. Perder terreno, a do opressor. Já o mitômano, acuado no topo das mentiras que constituem sua trajetória, teme perder a credibilidade que nunca teve. A mentira tem pernas curtas. E uma barriga enorme.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Brasil, ano 2013. Hum milhão de estudantes com financiamento público sobreinvestem impostos no ensino superior privado, enquanto nas universidades públicas investe-se demais em pesquisas para as indústrias química, farmacêutica e em projetos casuísticos dos dinossauros da academia. 

John Keynes já dizia que a crise do capitalismo é essencialmente uma questão de investimento. Se governos capitalistas ditos de esquerda adotassem um plano racional de longo prazo, relacionando o aumento da capacidade de produção ao uso de energia limpa e redução do custo tecnológico, talvez tivéssemos mais investimento em educação pública de qualidade.

Mas as decisões de investir, segundo Keynes, NÃO SEGUEM NENHUM PLANO RACIONAL. Não haveria crise se os empreendedores continuassem a investir. O problema vem de um subinvestimento privado e público. É quando percebemos que não há governos capitalistas de esquerda. Apenas governos capitalistas. E Keynes, Karl Marx e o Cacique Seattle são incapazes de educar nossos representantes.
Brasil, ano 2013. Hum milhão de estudantes com financiamento público sobreinvestem impostos no ensino superior privado, enquanto nas universidades públicas investe-se demais em pesquisas para as indústrias química, farmacêutica e em projetos casuísticos dos dinossauros da academia.

John Keynes já dizia que a crise do capitalismo é essencialmente uma questão de investimento. Se governos capitalistas ditos de esquerda adotassem um plano racional de longo prazo, relacionando o aumento da capacidade de produção ao uso de energia limpa e redução do custo tecnológico, talvez tivéssemos mais investimento em educação pública de qualidade.

Mas as decisões de investir, segundo Keynes, NÃO SEGUEM NENHUM PLANO RACIONAL. Não haveria crise se os empreendedores continuassem a investir. O problema vem de um subinvestimento privado e público. É quando percebemos que não há governos capitalistas de esquerda. Apenas governos capitalistas. E Keynes, Karl Marx e o Cacique Seattle são incapazes de educar nossos representantes.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

A quadrilha mais perigosa não está nas ruas vandalizando o patrimônio público. Está na mídia vandalizando sua cabeça. Gente como Olavo de Carvalho, Reinaldo Azevedo, Luiz Pondé e outros niilistas de direita querem entortar seu pensamento e determinar para onde segue a onda. Os cães de guarda do fascismo querem a ditadura para finalmente ter a quem puxar saco. Não prosperarão. Focinheira neles.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

O Brasil é lindo, mas o povo brasileiro sempre me pareceu um coletivo esquizofrênico, ao mesmo tempo cruel e bovino. Gente que elege Maluf, Afanásio, Anchieta e pastores loucos; que transforma rio em esgoto e joga lixo da janela do carro não é exatamente um ideal de sociedade. Mas nos últimos dias, assaltado por um orgulho inédito, o povo começa a entender o conceito de nação. Nas passeatas, professores e jornalistas protestam contra a PEC 37, que limita o poder de investigação do Ministério Público. Jovens despertam do sonho do ópio do consumo e defendem uma sociedade menos corrupta. Mães levam filhos pra ensinar-lhes desde cedo que direitos sociais precisam estar acima das conveniências do poder. A nação brasileira é este monstro na rua, formado por brancos, pretos e índios, patricinhas, gays, funcionários públicos, estudantes, aposentados, prostitutas, religiosos e telespectadores. Um monstro que surge nos subterrâneos e faz milhares de desconhecidos cantarem juntos o Hino Nacional no metrô. Brasileiros com muito orgulho, com muito amor.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

domingo, 16 de junho de 2013

terça-feira, 21 de maio de 2013

O ministro do STF, Joaquim Barbosa, em conversa com acadêmicos, disse que no Brasil há partidos políticos "de mentirinha", sem nenhuma consistência ideológica que disputam o poder pelo poder e que o Legislativo obedece prioritariamente à pauta do Executivo, votando as matérias do seu interesse.

A reação do Congresso foi imediata, mas não responde às verdades proferidas pelo ministro. O Brasil É SIM, um país sobrecarregado de partidos sem orientação político-ideológica. Por aqui, o PC do B não é comunista; o Partido Verde não é ambientalista; a Rede é evangélica e há partidos deslaicizantemente inconstitucionais como os Democrata Cristão e Social Cristão. Além disso, como pode ser aceita a existência de um partido que é, ao mesmo tempo, Social e Liberal?

Os brasileiros não votam em partidos, mas em pessoas. Não pensam ideologicamente, mas com o fígado e o cartão do Bolsa Família. Por incrível que pareça, o único partido que faz jus à sua ideologia de direita é o DEM. Provando que neste país, a coerência vem de onde menos se espera.

terça-feira, 23 de abril de 2013

A redes de comunicação contemporâneas confundem o conceito clássico de zeitgeist. Uma época que coincide com o fim da criação e o início do longo e tenebroso período da resignificação, este talento nato dos manipuladores. Esta nova idade das trevas é um mistério futuro. Na época medieval, tivemos o Renascimento. E agora?

quinta-feira, 7 de março de 2013

Jornalistas, temos muitos. O que falta é repórter. Profissão em crise que não se auto-avalia, corre o risco de desaparecer. Só seremos importantes à medida em que nos fizermos assim. O jormalismo engendra a democracia. Agora precisa engendrar a nova cidadania.

segunda-feira, 4 de março de 2013

O duplipensar de Orwell soa otimista demais na Matrix Brasil. É etimologicamente deslocado e morfologicamente equivocado. Não é duplo, mas multi. E não é pensar, mas um agir  fórmico.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013


Hatfields & McCoys, a série sobre uma guerra entre famílias que realmente aconteceu no século 19, é um primor em fotografia, roteiro e direção de arte, embora o verdadeiro Anse "Devil" Hatfield se pareça mais com Harry Dean Stanton que Kevin Costner.

Mas quando o assunto é interpretação, as cusparadas de Costner e Bill Paxton não se comparam ao brilhantismo pungente de Mare Winningham, a melhor atriz da geração brat pack.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A Mostra Canta Roraima VII virou CD pelo SESC e novamente traz uma maioria de trabalhos ligados à bodemusic e ao sub-gênero regiobodemusic, com sutis toques de ornitobodemusic e gastrobodemusic.

As belas vozes de Alessandra Denz (segura, pronta para interpretar e produzir standards) e Janio Tavares (voz andrógina, timbres inesperados) são os destaques da produção, assim como o blues ácido-filosófico de Jediael Roraima. Luís Campos canta bem, mas não se emascula o suficiente para interpretar o poema lúbrico da precoce Odara Rufino.

Estradas, a road music de Zanny Adairalba cantada em tom muito alto por Cláudia Lima, foi   prejudicada pelo arranjo over. Merece nova produção em estúdio. Aliás, a poluição sonora ocorre em boa parte das faixas: teclados medíocres preenchendo silêncios necessários, percussão ansiosa e violoncelos deslocados realçam a pobreza musical dos arranjadores.

As coisas mudaram, Morrissey. Agora é “hang the producer”.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Cílios postiços perdidos
rolhas e cacos de vidro
Desvelo, festas, amigos
Empertigado de carro
No avião, empedernido

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012



Os Waimiri Atroari se autodenominam kinja (gente verdadeira) e têm cantos rituais que são puro jornalismo. Exterminados desde as primeiras incursões portuguesas até a abertura da BR-174 nos anos 1970, o povo sobreviveu e há pouco tempo a população começou a aumentar. 

Uma hidrelétrica já foi construída em suas terras e querem instalar outra rio Branco acima. Caso isso aconteça, um lago gigantesco mudará as características da região e comprometerá a caça e a pesca rio abaixo. Para esse povo sobreviver, o Brasil precisa encontrar outra solução para a geração de energia. 

Estudos comprovam que totalmente aproveitado, nosso potencial de energia eólica e solar abastece 13 Brasis. O que favorece a corrupção nos grandes projetos é o desprezo pela vida e natureza aliado à apatia do cidadão urbano que desperdiça energia. Defenda a vida. Clique Contra a Hidrelétrica no rio Branco e assine a petição contra o projeto Bem-Querer.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

You bet, you bet, you Betting

Joelmir Betting morreu e o chato de se perder um jornalista de texto sagaz como ele é que dificilmente haverá substituição. 


A constituição de uma inteligência capaz de analisar os acontecimentos contemporâneos com acuidade e luvas de pelica só é possível a partir de uma somatória que inclui escola, formação política e leitura dos clássicos.


Pergunto-me quantos estudantes de jornalismo fazem isso, agora, no Brasil.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Sobre representatividade

Já somos quase 23 milhões e estamos em crescimento. Em números exatos,  22.735.725 eleitores brasileiros resolveram não votar na última eleição. É como se toda a população do Chile e do Paraguai decidisse não ir às urnas.

O crescimento da população não-votante é notável. Foram pouco mais de 18 milhões na eleição anterior, em 2010. Até então, o índice de abstenção chegava a 14,5 por cento. Desta vez, mais de 16,4 por cento do eleitorado brasileiro não votou. Em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais o índice ultrapassou 18 por cento, enquanto no Maranhão chegou a 19 por cento.

Em Boa Vista, 16,72 por cento dos eleitores decidiram que não valia a pena sair de casa para votar. Foram mais de 30 mil ausentes, o que significa mais da metade do total de votos obtidos pela prefeita eleita. Se alguém aí pensou em crise de representatividade, acertou em cheio.

Alienação? Niilismo? Farra? As explicações se acumulam, mas o recado parece ser claro: o voto não pode mais ser obrigatório e o sistema eleitoral precisa de regras mais transparentes. Com investimento pesado em educação para uma melhor reflexão diante da urna, a democracia brasileira pode chegar a algo mais que uma sociedade anônima, fatiada entre PT, PSDB, PMDB e DEM. O povo é bobo, mas não o tempo todo.

sábado, 6 de outubro de 2012

Vejo cenas do pós-capitalismo na TV: crianças trocam brinquedos usados entre si, sem a interferência dos pais. O financeiro abolido em favor da fantasia.

domingo, 2 de setembro de 2012

Dilmá

Brasília - A presidente Dilma Roussef se considera a nova Dama de Ferro, mas está muito longe do status de Margaret Tatcher, Angela Merkel ou Condoleeza Rice. Na verdade, age como uma versão piorada de Cristina Kirchner, o que é patético.

Capa da Forbes ou capa da Caras, tanto faz.

O fato de não conseguir explicar porque não amplia o investimento em educação será cobrado agora e no futuro. Tratar um movimento sindical legítimo com polícia, truculência e recadinhos pela imprensa não passará despercebido pela História. A oportunidade perdida de revolucionar a educação brasileira ficará no currículo da presidente.

Índice de Mercado da Educação

Brasília - Vem aí um ranking das universidades brasileiras, produzido pela Folha de São Paulo (!). O grupo, que junto com Rede Globo e Editora Abril defende o fim do jornalismo diplomado, pretende classificar as universidades brasileiras de acordo com os seguintes critérios: produção científica (55 pontos), inovação (5 pontos), reputação no mercado (20 pontos) e qualidade de ensino (20 pontos).

Classificação ilusória, baseada na Times Higher Education (não confundir com baseado na High Times), a lista da FSP não apresentará surpresas, visto que os critérios quantitativistas e mercadológicos não levam em conta inserção social, ações afirmativas ou cursos inovadores, temas que sem dúvida melhorariam a nota de universidades do Norte e Nordeste do País.

O índice é nova forma de ganhar dinheiro com anúncios do setor privado de educação. Não acredite ser mera coincidência que as mais caras faculdades particulares apareçam no índice. E depois aumentem a mensdalidade.

sábado, 1 de setembro de 2012

Estudantes e professores unidos pela educação: uma resistência permanente 
Brasília - A falta de um debate qualificado, com mais informação e menos adjetivos deletérios, com mais visão coletiva e menos individualismo, marca esta greve. A impressão é de que perdemos a oportunidade de discutir seriamente os problemas da universidade brasileira.

Enquanto estudantes de todo o mundo se envolvem com causas sociais, a maioria dos nossos (não todos, nunca todos) hiberna na alienação política e cultural. Gado não sabe que é gado. Talvez isso aconteça porque muitos de nossos professores agem como pastores e não como guias provisórios nos caminhos do saber. 

Mais uma vez damos razão a Sérgio Buarque de Holanda e sua visão do brasileiro como "homem cordial". A universidade precisa buscar e promover a libertação do indivíduo. A atitude contrária é, e sempre será, prejudicial à humanidade.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A bota no pescoço do trabalhador

Brasília - O Governo Federal confiscou parte do salário de milhares de famílias de servidores federais, que tiveram o ponto cortado em julho. A medida retirou R$ 21 milhões de circulação, o que prejudicou de concessionárias a lojistas, de açougues a mercearias.

Mais do que tirar dinheiro do trabalhador, o governo “pacificou” - no melhor sentido orwelliano -, os movimentos sindicais dentro de sua estrutura. Com 15 por cento de reajuste retalhado em 3 anos, a tendência é a desqualificação do serviço público. Uma colaboração indispensável ao estado mínimo neoliberal.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Nas favelas, no senado...




Brasília - A audiência com os senadores hoje pela manhã demonstrou, inequivocamente, que os docentes federais discordam da forma ditatorial com que o governo trata quem segura a onda do ensino, pesquisa e extensão no Brasil.

Um perplexo Cássio Cunha Lima (PSDB!) alertou que a expansão do ensino superior é irresponsável e que a carreira, do jeito que está, não atrai professores - o que todos, sociedade, docentes e governo, já sabemos. 

Cunha Lima chegou a dizer, pedindo perdão por usar a expressão, que o governo não pode conduzir as negociações na base do "dá ou desce". Não costumo concordar com tucanos, mas... Nós descemos. E quanto ao Patifes?

O senador Cristovam Buarque disse que o senado pode modificar o orçamento em qualquer momento. Que o Plano Nacional de Educação não muda nada.

Já o senador Eduardo Suplicy, prolixo como nunca, conseguiu dizer nada em 10 minutos.

O secretário do MEC, Amaro Lins, chegou a dizer que o ANDES não apresentou proposta, e que o solícito Patifes assinou quatro acordos (!). mas foi desmentido imediatamente pela presidente Marinalva Oliveira. Desde 2010, o ANDES apresenta propostas que são ignoradas pelo governo.

"Nós não blefamos", vaticinou Amaro. Quem não blefa somos nós, secretário. A greve é forte. A greve continua.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Os pés pelas mãos


Brasília - A presidente Dilma Rousseff se considera a nova Dama de Ferro, mas está muito longe do status de Margaret Thatcher, Angela Merkel ou Condoleeza Rice. Na verdade, age como uma versão piorada de Cristina Kirchner, o que é patético.  

Capa da Forbes ou capa da Caras, tanto faz.

O fato de não conseguir explicar porque não amplia o investimento em educação será cobrado agora e no futuro. Tratar um movimento sindical legítimo com polícia, truculência e recadinhos pela imprensa não passará despercebido pela História. A oportunidade perdida de revolucionar a educação brasileira ficará no currículo da presidente.

sábado, 25 de agosto de 2012

No Castelo de Roussef



Brasília - Cercados por um forte esquema de segurança (havia dois por manifestante, todos com um salário maior que o da maioria dos professores ali), paramos diante do Palácio do Planalto e tentamos protocolar o documento com a proposta do ANDES - que abre mão de salário para garantir a reestruturação da carreira. 

Inicialmente queriam nos receber numa barraca improvisada, onde fica a guarda palaciana. Insistimos que aquela é uma situação indigna. Discussões e telefonemas depois, o castelo baixa a ponte levadiça e entramos. O documento é entregue ao chefe de gabinete da Secretaria Geral da República, Manoel Messias de Souza Ribeiro, numa sala do Palácio do Planalto.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Polícia para quem precisa


Ato público no Ministério da Educação
Brasília - No megafone, faço um diagnóstico da universidade pública brasileira. Enquanto isso, professores com máscaras sem expressão, fazem gestos

As instituições federais de ensino estão repletas de alunos, mas faltam professores.

A educação precisa ser considerada prioridade máxima não só para este, mas para qualquer governo.

A educação precisa ser considerada um investimento estratégico e não mera despesa no orçamento

Nossas universidades e institutos são ampliados sem o devido cuidado. Muitos prédios foram construídos precariamente e já sofrem problemas de infiltração e drenagem.

Em todo o Brasil, o Reuni não respeitou a arquitetura original dos campi, nem seus planos diretores, conduzindo a uma favelização das cidades universitárias.

Existem instituições federais de ensino sem internet confiável, prejudicando a toda a comunidade acadêmica.

Em todo o Brasil, professores e pesquisadores estão sem laboratório ou com laboratórios em situação precária.

Os docentes federais acreditam que a contratação de professores temporários precisa ser limitada. Professores temporários precisam ser uma exceção, e não a regra que o governo quer impor.

Os contratos dos professores temporários ferem frontalmente a Constituição e às Leis Trabalhistas. Depois de dois anos, todos são dispensados sem direitos.

Educação não é gasto. Educação é investimento.

Desviar recursos públicos é GRAVE. Desprezar a educação é GREVE.

Os professores querem reestruturar a instituições federais de ensino, mas o governo não abre espaço para negociação. Prefere pressionar educadores que já trabalham em situação-limite.

Falta remunerar cargos de chefia e coordenação.

Falta tinta para as impressoras das instituições federais de ensino.

Falta papel higiênico nos banheiros das instituições federais de ensino.

Faltam salas de aula adequadas e bem iluminadas.

Faltam carteiras ergonomicamente adequadas para estudantes e professores.

Falta acessibilidade para estudantes e professores com necessidades especiais.

Faltam drenagem, saneamento e limpeza adequada nas instituições federais de ensino.

Faltam verbas para pesquisa e extensão.Falta consideração aos professores. Não somos massa de manobra.

Falta conhecer nossa proposta de renegociação, que nem ao menso chegou a ser condiderada.

Não falta cobrança de produtividade, tornando a vida acadêmica competitiva e degradante.

Não falta verba para eventos esportivos como Copa do Mundo e Olimpíadas.

Não falta isenção de impostos para a rica indústria automobilística.

Não falta dinheiro para pagar a agiotagem dos bancos.

Não faltam lobby e negociatas no Congresso Nacional, conduzidas pelo governo e por empresários.

Não falta tempo nem dinheiro para resolver as demandas dos grandes empresários.

Não falta verba para publicidade institucional na grande imprensa.

O que falta ao governo é vergonha. O que não nos falta é disposição para lutar por uma educação digna, pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada.



quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Protocolo


Brasília - Hoje obtivemos dois importantes avanços na luta pela reestruturação da carreira. À base de muita pressão, barulho e atos públicos, conseguimos protocolar no Ministério da Educação e no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão nossa contraproposta ao governo. Um desgaste desnecessário, já que as "autoridades" poderiam ter feito isso há duas semanas.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012


Brasília - A Via Campesina invade a Capital do Protesto. Neste momento, milhares de manifestantes descem o Eixo Monumental em direção à Esplanada dos Ministérios. Uma das maiores passeatas do ano. Infensa aos protestos e à queda na popularidade, a presidente Dilma Roussef toma chá no Palácio do Planalto. Negociar, nem pensar.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Vida de jornalista

Janet Jagan
Brasíia - Conheci alguns presidentes, brasileiros e estrangeiros (que entrevistei na língua deles), personagens da História apenas porque nós lhes garantimos um lugar nela.

Itamar Franco
Rafael Caldera
O mais educado foi Rafael Caldera. A mais vaselina, Janet Jagan. O mais assoberbado, Fernando Henrique Cardoso. O mais superestimado, Lula da Silva. O mais irritado, Hugo Chávez.

Porém, nada como o tratamento recebido em Belo Horizonte, em 2006: très chic, entro no salão recepcionado pelos Dragões da Inconfidência. Grande Itamar Franco.
Brasília - Numa época de super oferta de informação como a atual, o obscurantismo dos governos ainda é fato perturbador para pesquisadores e ativistas de todo o mundo. A disposição de manter em segredo números e ações espúrias de governos encontra no Brasil um locus ideal. Coisa que a greve de professores federais desmascara, ao revelar como é gasto o dinheiro público no Brasil.

Sabemos que metade do orçamentnto é usado para pagar dívidas com bancos e uma parte considerável vai para atividades que não trazem retorno nenhum (como os eventos esportivos que vêm aí). O Governo Dilma não quer gastar 6 por cento do orçamento com educação, mas doa graciosamente 10 bilhões de dólares para as falidas Grécia e Espanha. Isenta de impostos a poluente indústria automobilística e perdoa ruralistas que cometeram crimes ambientais. Enquanto isso, 300 mil servidores mobilizados aguardam negociar com um governo que não poderia estar mais à direita.

As tentativas de vencer o obscurantismo e dar mais transparência às ações de governos ditos democráticos terminam em situações escabrosas, como a do ciberativista Julian Assange, o australiano expulso da Suécia e com a cabeça a prêmio nos Estados Unidos por ter relevado documentos secretos da diplomacia do império. Assange agora é perseguido no Reino Unido, que desrespeita as leis internacionais ao sitiar a embaixada do Equador. A era da informação não pode mais conviver com esse tipo de brutalidade.

Pela wikileakização dos atos de todos os governos, já!!!

domingo, 19 de agosto de 2012

Brasília - De volta à cidade e ao Comando Nacional da Greve, reencontrando velhos amigos, perdendo outros. Aparelhos queimam em diferentes voltagens. Crianças crescem na escola, no parque, diante da tela. Minha mãe curte as netas. Na solidão dos inconformados, eu e meus filhos, espalhados por diferentes cidade. De novo. E de novo e de novo.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Manaus - Os professores da UFAM estão firmes em relação à greve. Aqui, como em todos os estados, um punhado de pelegos financiados pelo MEC distribui informação falsa sobre o fim da greve, mas não há nada parecido no horizonte.  

Pelo contrário, o abandono (depois negado em entrevistas) das negociações deixa o governo em situação vexatória. Após quase 80 dias de tergiversação, o governo do "Partido dos Tra  balhadores" ameaça de forma totalitária um movimento sindical legítimo.   O ANDES Sindicato Nacional é uma instituição absolutamente democrática. Todas as decisões são tomadas pela base. Acreditamos em educação de qualidade.

Nossa luta não é apenas por salários como o governo e a mídia pregam. É pela recuperação da universidade brasileira. Precisamos decidir agora se queremos mudar o Brasil para melhor ou não.   Aqui em Manaus, os colegas da UFAM decidiram encarar esse desafio. Daqui em diante, se é radicalismo que o governo quer, faremos a sua vontade.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Manaus - Ao interromper as negociações e ameaçar corte de salários dos docentes federais em greve, o governo (o poder é doce e estupefaciente) posiciona a bota no pescoço dos professores. Vergonha é pouco.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Manaus - Flavio Fachel: "O excesso de conteúdo atropela o jornalismo". De acordo. Mas o que me preocupa - enquanto consumidor e professor de jornalismo - é a falta de conteúdo, o que, no meu Estado, é a crise mais flagrante. Matérias de cunho institucional, fornecidas por assessorias abastecem todos os veículos. A crise é de pauta. Ou seja, de imaginação e de credibilidade. Comparar a imprensa de Roraima com a do Amazonas é covardia. 

terça-feira, 31 de julho de 2012

Seminário de Jornalismo da Amazônia

Manaus - Com um grupo de alunos da UFRR, chego a Manaus para o Seminário de Jornalismo da Amazônia. Mais do mesmo regional para quem já conhece o babado. Mas uma novidade irresistível para os estudantes, que encontram seus ídolos da reportagem na Rede Globo.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Brasília - Depois de duas semanas de trabalho exaustivo no Comando Nacional de Greve, encerro minha participação em Brasília e volto à base em algumas horas, consciente do processo histórico que desencadeamos no dia 17 de maio.

Neste momento, professores de 53 universidades federais e alunos de 42 instituições estão em greve. É a maior paralisação na história do Brasil. Uma greve incompreendida por parte da população, que ignora as condições de nossas universidades, mas aplaude a construção de estádios (como o Nacional de Brasília) que se tornarão obsoletos depois da Copa do Mundo. Enquanto latifundiários, banqueiros e indústria automobilística faturam, subsidiados pelo país “emergente”.

Emergente em quê? Temos uma emergência em curso, sim: a falência do ensino superior público, aquele que produz cientistas, que são cooptados por países mais conscientes do valor dos professores, dos pesquisadores, dos pensadores. Não exportamos apenas soja, milho, café. Exportamos cérebros. A falta de atenção do governo faz pesquisadores abandonarem a Amazônia e o Nordeste pelo Sul-Sudeste. E estes, o Brasil pela Europa e outros centros avançados.

Nossa maior dúvida, no princípio, era se teríamos apoio dos principais interessados numa educação de qualidade: os estudantes. A adesão foi surpreendente. Os estudantes perceberam que é preciso parar e repensar o ensino superior público. Querem uma universidade laica, livre de preconceitos e socialmente referenciada. Os professores querem uma carreira estruturada e salário digno.

Este movimento é coletivo. Hoje não se dissocia mais a greve dos professores da dos estudantes. A universidade brasileira está em greve de Roraima ao Rio Grande do Sul. É bom que a sociedade e governo atentem para isso. A arrancada de professores e estudantes indica que chegou a hora de valorizar quem pensa, de preservar a inteligência antes que a debelemos das prioridades nacionais, conformados em ser a grande roça do mundo.

Na baixa umidade
do cerrado
do planalto
duas torres entre cuias
que me tomam de assalto

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Brasília - Deputado Francisco Praciano (PT-AM) visita o Comando de Greve dos professores federais. "Sou do PT, mas não sou governista.", afirma Praciano, cujo índice de votos favoráveis ao governo é de 86 por cento. Afirma que é favorável à greve. "Aprendi com o PT a apoiar os movimentos. Apoio sua pauta e a reestruturação da carreira."

Praciano defende tratamento diferenciado para a Amazônia nas áreas de saúde e educação. Um óbvio ululante que somente a cegueira política nacional não consegue perceber. "Nenhum profissional médico ou professor com nível superior quer atuar no interior da Amazônia. É preciso atrair profissionais com salários atrativos. Ou então não há desenvolvimento nacional"

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Há quatro anos, neste blog

Boa Vista - Em janeiro de 2003, o índio Aldo da Silva Mota estava ajoelhado e com os braços levantados quando levou um tiro que lhe atravessou o tórax. Foi enterrado numa cova rasa na Fazenda Retiro. A conclusão dos legistas é de que ele estava no chão, de joelhos, com os braços levantados, dominado e indefeso. 

Em Roraima, ações terroristas em terras indígenas acontecem há muito tempo, mas uma eficiente soma de omissão política e propaganda racista nos meios de comunicação permitiu que esses grupos permanecessem atuando ao longo dos últimos 30 anos sem punição.

Desde 1981, houve 21 homicídios; 21 tentativas de homicídio; 54 ameaças de Morte; 51 agressões físicas; 80 casas destruídas; 71 prisões ilegais; cinco roças destruídas e cinco pessoas mantidas em cárcere privado - dados de 2003. já desatualizados.

A milícia travestida de agronegócio já espancou e matou índios e missionários. Suas ações já renderam a morte por tiros do índio Paulo José de Souza, em Uiramutã, em fevereiro de 1999. No mesmo mês, foram assassinados os índios Regelino Nascimento Souza (estrangulado) e o adolescente Renan Almeida André, de apenas 14 anos. No mesmo mês, o padre Egon Heck foi esfaqueado e um grupo de índios espancado.

Em janeiro de 2004, um grupo invadiu a Missão Surumu e seqüestrou os padres Ronildo França e Cezar Avallaneda e o diácono João Carlos Matinez, mantendo-os reféns por três dias. Em 2005, um grupo de 150 homens incendiou a missão do Surumu, destruindo uma escola, um hospital e uma igreja. Um professor foi espancado e um homem ficou queimado. O mesmo grupo provocou três incêndios e alguns espancamentos em 2004.

Atualmente, a Vila Surumu está isolada. Pontes foram destruídas e uma bomba caseira fabricada para novas ações terroristas explodiu nas mãos de Renato Quartieiro, filho do líder da resistência do agrobussiness em Raposa Serra do Sol, Paulo César Quartieiro. Centenas de policiais federais já chegaram e novos grupos continuam a chegar em Roraima para tentar a desapropriação exigida pela lei.

Roraima ficou de fora

Brasília - Havia deputados e senadores de vários estados do Brasil presentes ao lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Piso Nacional dos Jornalistas. Da Amazônia, Pará, Amazonas e Rondônia tinham representantes. De Roraima, ninguém se interessou pelo tema. Pra lamentares.

Piso Nacional dos Jornalistas

Brasília - Hoje participei do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Piso Nacional dos Jornalistas, no Salão Verde da Câmara dos Deputados. Meu nome foi citado pelo mestre de cerimônias. Chique. Mas não é isso que os jornalistas querem. A defesa de um piso nacional é mais do que garantia de vida digna para os profissionais de imprensa. É uma chance a mais para a sociedade receber notícias de qualidade.

Jornalistas são uma das categorias mais desvalorizadas, não obstante seu peso político no equilíbrio democrático. Em alguns estados, o piso é inferior a R$ 1 mil. Em Roraima, os veículos pagam o que dá na telha. O maior piso do Brasil é pago em Alagoas: R$ 2,4 mil.
Brasília - Professores em greve por educação de qualidade acreditam em utopia.

Governo entrincheirado entre discurso e prática promove distopia.

Sociedade alienada por futebol e telenovela viceja na entropia.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Brasília - Na Rio -20, um debate sobre ativismo em rede será conduzido pelo bilionário midiático Ted Turner; o presidente do Grupo Abril, Fabio Barbosa e pelo apresentador e lobista do funk carioca, Luciano Huck. A piada não podia ser maior.

domingo, 27 de maio de 2012

Cérberos

Brasília - Vejo cães assassinos no Repórter Record. Pit bulls usados em rinhas e para atacar humanos. Pessoas morrem todos os anos pelos ataques. Já houve projeto no Senado propondo a castração dessas feras, mas nada foi feito.

Transformados em máquinas de matar por humanos irracionais - que acham natural estraçalhar seres humanos para proteger bens materiais - não podem mais ser aceitos. Já fui atacado por uma dessas feras. A dor foi indescritível, a recuperação complicada e carrego as cicatrizes.

Que a raça pit bull seja castrada e eliminada do Brasil. Que os donos de cães assassinos sejam encarcerados. E não perca seu tempo escrevendo comentários favoráveis às feras no meu espaço pessoal no Facebook, porque serão apagados. Minha democracia não contempla sociopatas.

Guerra fria