O professor é o maior inimigo do poder.
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
A Prefeitura encaminhou e a Câmara Municipal de Boa Vista aprovou a criação de dezenas de cargos comissionados para contratar engenheiros sem concurso público. O salário será de R$ 7 mil contra os R$ 1,5 mil dos concursados. Já o governo de Roraima, aumentou o salário dos engenheiros em 35% contra 4,5% dos demais servidores. Como são engenhosos nossos representantes.
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Observo nossos representantes e vejo exploradores da miséria, cínicos e paus-mandados. Gente que domina os meios de comunicação e mantém a população refém de discursos vazios e falsa propaganda. Que comanda órgãos ambientais para facilitar o desmatamento e de pesquisa para não pesquisar nada. Que aprova projetos absurdos e perigosos como o plantio de espécies exóticas (Acacia mangium) e cana-de-açúcar, para jogar o ultra-poluente vinhoto em nossos rios. Que pretende acabar com as corredeiras do Bem-Querer e seus escritos rupestres para construir hidrelétricas, mesmo estando próximos de ser ligados ao Sistema Nacional de Energia. Projetos absurdos, campanhas publicitárias ilusórias e UM NADA ABSOLUTO de resultados faz-nos perceber que, nunca mais na história deste País, teremos representantes do quilate de Darcy Ribeiro, Ulysses Guimarães ou mesmo do direitão Roberto Campos. Estamos entregues aos canalhas.
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Capitalismo
A religião do capitalismo sobrevive à base de sofismas e de especulação porque esta é sua natureza. Apresentar a queda da URSS e a lista da Forbes como evidências de sucesso, mas é falsa a promessa de que todos podem chegar lá, basta CRER. Como qualquer religião, mantém os áulicos em cabresto mental e confia na destruição de alternativas para sua consolidação. São torcedores zoando um adversário em desvantagem, sem conhecer os minutos finais do jogo.
A exploração infinita de recursos limitados, a acumulação desnecessária e a burrice inerente a ela fazem do capitalismo uma gordura existencial, mas também cognitiva e, finalmente, física. Negar ao mundo mais equilíbrio entre os povos origina a violência urbana, o cinismo da juventude e o terrorismo.
A desigualdade social e política não é natural, não deriva da vontade divina, nem sequer é uma consequência da desigualdade natural entre os homens. Pelo contrário, a sua origem é o resultado da propriedade privada, da apropriação privada da riqueza do mundo inteiro, e dos benefícios privados derivados dessa apropriação."
(Jean-Jacques Rousseau, em Sobre a origem da desigualdade entre os homens)
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Leia a entrevista do sociólogo português Boaventura de Sousa Santos: "Não acredito que haja equilíbrio entre democracia e capitalismo. Não haverá sociedade democrática enquanto houver capitalismo. O que se pode tentar é limitar o poder do capitalismo, com uma democracia mais robusta, que possa segurar o avanço do capitalismo até que o socialismo volte à agenda política.."; na íntegra no site da Caros Amigos: http://bit.ly/19XmypO
terça-feira, 29 de outubro de 2013
sábado, 26 de outubro de 2013
Um conto curto
Sonhava trabalhar na Der Spiegel, mas não falava alemão. Hoje vende salsichas com temperos especiais na Neumann Straße, indiferente à crise econômica e aos jovens de cabeça raspada que chegaram de repente.
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
terça-feira, 22 de outubro de 2013
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
terça-feira, 17 de setembro de 2013
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Brasil, ano 2013. Hum milhão de estudantes com financiamento público sobreinvestem impostos no ensino superior privado, enquanto nas universidades públicas investe-se demais em pesquisas para as indústrias química, farmacêutica e em projetos casuísticos dos dinossauros da academia.
John Keynes já dizia que a crise do capitalismo é essencialmente uma questão de investimento. Se governos capitalistas ditos de esquerda adotassem um plano racional de longo prazo, relacionando o aumento da capacidade de produção ao uso de energia limpa e redução do custo tecnológico, talvez tivéssemos mais investimento em educação pública de qualidade.
Mas as decisões de investir, segundo Keynes, NÃO SEGUEM NENHUM PLANO RACIONAL. Não haveria crise se os empreendedores continuassem a investir. O problema vem de um subinvestimento privado e público. É quando percebemos que não há governos capitalistas de esquerda. Apenas governos capitalistas. E Keynes, Karl Marx e o Cacique Seattle são incapazes de educar nossos representantes.
John Keynes já dizia que a crise do capitalismo é essencialmente uma questão de investimento. Se governos capitalistas ditos de esquerda adotassem um plano racional de longo prazo, relacionando o aumento da capacidade de produção ao uso de energia limpa e redução do custo tecnológico, talvez tivéssemos mais investimento em educação pública de qualidade.
Mas as decisões de investir, segundo Keynes, NÃO SEGUEM NENHUM PLANO RACIONAL. Não haveria crise se os empreendedores continuassem a investir. O problema vem de um subinvestimento privado e público. É quando percebemos que não há governos capitalistas de esquerda. Apenas governos capitalistas. E Keynes, Karl Marx e o Cacique Seattle são incapazes de educar nossos representantes.
Brasil, ano 2013. Hum milhão de estudantes com financiamento público sobreinvestem impostos no ensino superior privado, enquanto nas universidades públicas investe-se demais em pesquisas para as indústrias química, farmacêutica e em projetos casuísticos dos dinossauros da academia.
John Keynes já dizia que a crise do capitalismo é essencialmente uma questão de investimento. Se governos capitalistas ditos de esquerda adotassem um plano racional de longo prazo, relacionando o aumento da capacidade de produção ao uso de energia limpa e redução do custo tecnológico, talvez tivéssemos mais investimento em educação pública de qualidade.
Mas as decisões de investir, segundo Keynes, NÃO SEGUEM NENHUM PLANO RACIONAL. Não haveria crise se os empreendedores continuassem a investir. O problema vem de um subinvestimento privado e público. É quando percebemos que não há governos capitalistas de esquerda. Apenas governos capitalistas. E Keynes, Karl Marx e o Cacique Seattle são incapazes de educar nossos representantes.
John Keynes já dizia que a crise do capitalismo é essencialmente uma questão de investimento. Se governos capitalistas ditos de esquerda adotassem um plano racional de longo prazo, relacionando o aumento da capacidade de produção ao uso de energia limpa e redução do custo tecnológico, talvez tivéssemos mais investimento em educação pública de qualidade.
Mas as decisões de investir, segundo Keynes, NÃO SEGUEM NENHUM PLANO RACIONAL. Não haveria crise se os empreendedores continuassem a investir. O problema vem de um subinvestimento privado e público. É quando percebemos que não há governos capitalistas de esquerda. Apenas governos capitalistas. E Keynes, Karl Marx e o Cacique Seattle são incapazes de educar nossos representantes.
sexta-feira, 21 de junho de 2013
A quadrilha mais perigosa não está nas ruas vandalizando o patrimônio público. Está na mídia vandalizando sua cabeça. Gente como Olavo de Carvalho, Reinaldo Azevedo, Luiz Pondé e outros niilistas de direita querem entortar seu pensamento e determinar para onde segue a onda. Os cães de guarda do fascismo querem a ditadura para finalmente ter a quem puxar saco. Não prosperarão. Focinheira neles.
quinta-feira, 20 de junho de 2013
quarta-feira, 19 de junho de 2013
O Brasil é lindo, mas o povo brasileiro sempre me pareceu um coletivo esquizofrênico, ao mesmo tempo cruel e bovino. Gente que elege Maluf, Afanásio, Anchieta e pastores loucos; que transforma rio em esgoto e joga lixo da janela do carro não é exatamente um ideal de sociedade. Mas nos últimos dias, assaltado por um orgulho inédito, o povo começa a entender o conceito de nação. Nas passeatas, professores e jornalistas protestam contra a PEC 37, que limita o poder de investigação do Ministério Público. Jovens despertam do sonho do ópio do consumo e defendem uma sociedade menos corrupta. Mães levam filhos pra ensinar-lhes desde cedo que direitos sociais precisam estar acima das conveniências do poder. A nação brasileira é este monstro na rua, formado por brancos, pretos e índios, patricinhas, gays, funcionários públicos, estudantes, aposentados, prostitutas, religiosos e telespectadores. Um monstro que surge nos subterrâneos e faz milhares de desconhecidos cantarem juntos o Hino Nacional no metrô. Brasileiros com muito orgulho, com muito amor.
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terça-feira, 21 de maio de 2013
O ministro do STF, Joaquim Barbosa, em conversa com acadêmicos, disse que no Brasil há partidos políticos "de mentirinha", sem nenhuma consistência ideológica que disputam o poder pelo poder e que o Legislativo obedece prioritariamente à pauta do Executivo, votando as matérias do seu interesse.
A reação do Congresso foi imediata, mas não responde às verdades proferidas pelo ministro. O Brasil É SIM, um país sobrecarregado de partidos sem orientação político-ideológica. Por aqui, o PC do B não é comunista; o Partido Verde não é ambientalista; a Rede é evangélica e há partidos deslaicizantemente inconstitucionais como os Democrata Cristão e Social Cristão. Além disso, como pode ser aceita a existência de um partido que é, ao mesmo tempo, Social e Liberal?
Os brasileiros não votam em partidos, mas em pessoas. Não pensam ideologicamente, mas com o fígado e o cartão do Bolsa Família. Por incrível que pareça, o único partido que faz jus à sua ideologia de direita é o DEM. Provando que neste país, a coerência vem de onde menos se espera.
A reação do Congresso foi imediata, mas não responde às verdades proferidas pelo ministro. O Brasil É SIM, um país sobrecarregado de partidos sem orientação político-ideológica. Por aqui, o PC do B não é comunista; o Partido Verde não é ambientalista; a Rede é evangélica e há partidos deslaicizantemente inconstitucionais como os Democrata Cristão e Social Cristão. Além disso, como pode ser aceita a existência de um partido que é, ao mesmo tempo, Social e Liberal?
Os brasileiros não votam em partidos, mas em pessoas. Não pensam ideologicamente, mas com o fígado e o cartão do Bolsa Família. Por incrível que pareça, o único partido que faz jus à sua ideologia de direita é o DEM. Provando que neste país, a coerência vem de onde menos se espera.
terça-feira, 23 de abril de 2013
A redes de comunicação contemporâneas confundem o conceito clássico de zeitgeist. Uma época que coincide com o fim da criação e o início do longo e tenebroso período da resignificação, este talento nato dos manipuladores. Esta nova idade das trevas é um mistério futuro. Na época medieval, tivemos o Renascimento. E agora?
quinta-feira, 7 de março de 2013
segunda-feira, 4 de março de 2013
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
O uso de nossos impostos para financiar a adoração a deuses é uma atitude correta? E dinheiro para Umbanda, Candomblé, Hinduísmo, Islamismo, rola?
http://www.roraimaemfoco.com/conteudo/noticias/variedases/1007-prefeitura-e-omer-firmam-parceria-para-a-realiza%C3%A7%C3%A3o-da-marcha-para-jesus.html
http://www.roraimaemfoco.com/conteudo/noticias/variedases/1007-prefeitura-e-omer-firmam-parceria-para-a-realiza%C3%A7%C3%A3o-da-marcha-para-jesus.html
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Hatfields & McCoys, a série sobre uma guerra entre famílias que realmente aconteceu no século 19, é um primor em fotografia, roteiro e direção de arte, embora o verdadeiro Anse "Devil" Hatfield se pareça mais com Harry Dean Stanton que Kevin Costner.
Mas quando o assunto é interpretação, as cusparadas de Costner e Bill Paxton não se comparam ao brilhantismo pungente de Mare Winningham, a melhor atriz da geração brat pack.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
A Mostra Canta Roraima VII virou CD pelo SESC e novamente traz uma maioria de trabalhos ligados à bodemusic e ao sub-gênero regiobodemusic, com sutis toques de ornitobodemusic e gastrobodemusic.
As belas vozes de Alessandra Denz (segura, pronta para interpretar e produzir standards) e Janio Tavares (voz andrógina, timbres inesperados) são os destaques da produção, assim como o blues ácido-filosófico de Jediael Roraima. Luís Campos canta bem, mas não se emascula o suficiente para interpretar o poema lúbrico da precoce Odara Rufino.
Estradas, a road music de Zanny Adairalba cantada em tom muito alto por Cláudia Lima, foi prejudicada pelo arranjo over. Merece nova produção em estúdio. Aliás, a poluição sonora ocorre em boa parte das faixas: teclados medíocres preenchendo silêncios necessários, percussão ansiosa e violoncelos deslocados realçam a pobreza musical dos arranjadores.
As coisas mudaram, Morrissey. Agora é “hang the producer”.
As belas vozes de Alessandra Denz (segura, pronta para interpretar e produzir standards) e Janio Tavares (voz andrógina, timbres inesperados) são os destaques da produção, assim como o blues ácido-filosófico de Jediael Roraima. Luís Campos canta bem, mas não se emascula o suficiente para interpretar o poema lúbrico da precoce Odara Rufino.
Estradas, a road music de Zanny Adairalba cantada em tom muito alto por Cláudia Lima, foi prejudicada pelo arranjo over. Merece nova produção em estúdio. Aliás, a poluição sonora ocorre em boa parte das faixas: teclados medíocres preenchendo silêncios necessários, percussão ansiosa e violoncelos deslocados realçam a pobreza musical dos arranjadores.
As coisas mudaram, Morrissey. Agora é “hang the producer”.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Os Waimiri Atroari se autodenominam kinja (gente verdadeira) e têm cantos rituais que são puro jornalismo. Exterminados desde as primeiras incursões portuguesas até a abertura da BR-174 nos anos 1970, o povo sobreviveu e há pouco tempo a população começou a aumentar.
Uma hidrelétrica já foi construída em suas terras e querem instalar outra rio Branco acima. Caso isso aconteça, um lago gigantesco mudará as características da região e comprometerá a caça e a pesca rio abaixo. Para esse povo sobreviver, o Brasil precisa encontrar outra solução para a geração de energia.
Estudos comprovam que totalmente aproveitado, nosso potencial de energia eólica e solar abastece 13 Brasis. O que favorece a corrupção nos grandes projetos é o desprezo pela vida e natureza aliado à apatia do cidadão urbano que desperdiça energia. Defenda a vida. Clique Contra a Hidrelétrica no rio Branco e assine a petição contra o projeto Bem-Querer.
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
You bet, you bet, you Betting
Joelmir Betting morreu e o chato de se perder um jornalista de texto sagaz como ele é que dificilmente haverá substituição.
A constituição de uma inteligência capaz de analisar os acontecimentos contemporâneos com acuidade e luvas de pelica só é possível a partir de uma somatória que inclui escola, formação política e leitura dos clássicos.
Pergunto-me quantos estudantes de jornalismo fazem isso, agora, no Brasil.
A constituição de uma inteligência capaz de analisar os acontecimentos contemporâneos com acuidade e luvas de pelica só é possível a partir de uma somatória que inclui escola, formação política e leitura dos clássicos.
Pergunto-me quantos estudantes de jornalismo fazem isso, agora, no Brasil.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Sobre representatividade
Já
somos quase 23 milhões e estamos em crescimento. Em números exatos, 22.735.725
eleitores brasileiros resolveram não votar na última eleição. É
como se toda a população do Chile e do Paraguai decidisse não ir
às urnas.
O
crescimento da população não-votante é notável. Foram pouco mais
de 18 milhões na eleição anterior, em 2010. Até então, o índice
de abstenção chegava a 14,5 por cento. Desta vez, mais de 16,4 por
cento do eleitorado brasileiro não votou. Em São Paulo, Rio de
Janeiro e Minas Gerais o índice ultrapassou 18 por cento, enquanto
no Maranhão chegou a 19 por cento.
Em
Boa Vista, 16,72 por cento dos eleitores decidiram que não valia a
pena sair de casa para votar. Foram mais de 30 mil ausentes, o que
significa mais da metade do total de votos obtidos pela prefeita
eleita. Se alguém aí pensou em crise de representatividade, acertou
em cheio.
Alienação?
Niilismo? Farra? As explicações se acumulam, mas o recado parece
ser claro: o voto não pode mais ser obrigatório e o sistema
eleitoral precisa de regras mais transparentes. Com investimento
pesado em educação para uma melhor reflexão diante da urna, a
democracia brasileira pode chegar a algo mais que uma sociedade
anônima, fatiada entre PT, PSDB, PMDB e DEM. O povo é bobo, mas
não o tempo todo.
sábado, 6 de outubro de 2012
domingo, 2 de setembro de 2012
Dilmá
Brasília - A presidente Dilma Roussef se considera a nova Dama de Ferro, mas está muito longe do status de Margaret Tatcher, Angela Merkel ou Condoleeza Rice. Na verdade, age como uma versão piorada de Cristina Kirchner, o que é patético.
Capa da Forbes ou capa da Caras, tanto faz.
O fato de não conseguir explicar porque não amplia o investimento em educação será cobrado agora e no futuro. Tratar um movimento sindical legítimo com polícia, truculência e recadinhos pela imprensa não passará despercebido pela História. A oportunidade perdida de revolucionar a educação brasileira ficará no currículo da presidente.
Capa da Forbes ou capa da Caras, tanto faz.
O fato de não conseguir explicar porque não amplia o investimento em educação será cobrado agora e no futuro. Tratar um movimento sindical legítimo com polícia, truculência e recadinhos pela imprensa não passará despercebido pela História. A oportunidade perdida de revolucionar a educação brasileira ficará no currículo da presidente.
Índice de Mercado da Educação
Brasília - Vem aí um ranking das universidades brasileiras, produzido pela Folha de São Paulo (!). O grupo, que junto com Rede Globo e Editora Abril defende o fim do jornalismo diplomado, pretende classificar as universidades brasileiras de acordo com os seguintes critérios: produção científica (55 pontos), inovação (5 pontos), reputação no mercado (20 pontos) e qualidade de ensino (20 pontos).
Classificação ilusória, baseada na Times Higher Education (não confundir com baseado na High Times), a lista da FSP não apresentará surpresas, visto que os critérios quantitativistas e mercadológicos não levam em conta inserção social, ações afirmativas ou cursos inovadores, temas que sem dúvida melhorariam a nota de universidades do Norte e Nordeste do País.
O índice é nova forma de ganhar dinheiro com anúncios do setor privado de educação. Não acredite ser mera coincidência que as mais caras faculdades particulares apareçam no índice. E depois aumentem a mensdalidade.
Classificação ilusória, baseada na Times Higher Education (não confundir com baseado na High Times), a lista da FSP não apresentará surpresas, visto que os critérios quantitativistas e mercadológicos não levam em conta inserção social, ações afirmativas ou cursos inovadores, temas que sem dúvida melhorariam a nota de universidades do Norte e Nordeste do País.
O índice é nova forma de ganhar dinheiro com anúncios do setor privado de educação. Não acredite ser mera coincidência que as mais caras faculdades particulares apareçam no índice. E depois aumentem a mensdalidade.
sábado, 1 de setembro de 2012
Estudantes e professores unidos pela educação: uma resistência permanente |
Enquanto estudantes de todo o mundo se envolvem com causas sociais, a maioria dos nossos (não todos, nunca todos) hiberna na alienação política e cultural. Gado não sabe que é gado. Talvez isso aconteça porque muitos de nossos professores agem como pastores e não como guias provisórios nos caminhos do saber.
Mais uma vez damos razão a Sérgio Buarque de Holanda e sua visão do brasileiro como "homem cordial". A universidade precisa buscar e promover a libertação do indivíduo. A atitude contrária é, e sempre será, prejudicial à humanidade.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
A bota no pescoço do trabalhador
Brasília - O Governo Federal confiscou parte do salário de milhares de famílias de servidores federais, que tiveram o ponto cortado em julho. A medida retirou R$ 21 milhões de circulação, o que prejudicou de concessionárias a lojistas, de açougues a mercearias.
Mais do que tirar dinheiro do trabalhador, o governo “pacificou” - no melhor sentido orwelliano -, os movimentos sindicais dentro de sua estrutura. Com 15 por cento de reajuste retalhado em 3 anos, a tendência é a desqualificação do serviço público. Uma colaboração indispensável ao estado mínimo neoliberal.
Mais do que tirar dinheiro do trabalhador, o governo “pacificou” - no melhor sentido orwelliano -, os movimentos sindicais dentro de sua estrutura. Com 15 por cento de reajuste retalhado em 3 anos, a tendência é a desqualificação do serviço público. Uma colaboração indispensável ao estado mínimo neoliberal.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Nas favelas, no senado...
Brasília - A audiência com os senadores hoje pela manhã demonstrou, inequivocamente, que os docentes federais discordam da forma ditatorial com que o governo trata quem segura a onda do ensino, pesquisa e extensão no Brasil.
Um perplexo Cássio Cunha Lima (PSDB!) alertou que a expansão do ensino superior é irresponsável e que a carreira, do jeito que está, não atrai professores - o que todos, sociedade, docentes e governo, já sabemos.
Um perplexo Cássio Cunha Lima (PSDB!) alertou que a expansão do ensino superior é irresponsável e que a carreira, do jeito que está, não atrai professores - o que todos, sociedade, docentes e governo, já sabemos.
Cunha Lima chegou a dizer, pedindo perdão por usar a expressão, que o governo não pode conduzir as negociações na base do "dá ou desce". Não costumo concordar com tucanos, mas... Nós descemos. E quanto ao Patifes?
O senador Cristovam Buarque disse que o senado pode modificar o orçamento em qualquer momento. Que o Plano Nacional de Educação não muda nada.
Já o senador Eduardo Suplicy, prolixo como nunca, conseguiu dizer nada em 10 minutos.
O secretário do MEC, Amaro Lins, chegou a dizer que o ANDES não apresentou proposta, e que o solícito Patifes assinou quatro acordos (!). mas foi desmentido imediatamente pela presidente Marinalva Oliveira. Desde 2010, o ANDES apresenta propostas que são ignoradas pelo governo.
"Nós não blefamos", vaticinou Amaro. Quem não blefa somos nós, secretário. A greve é forte. A greve continua.
O senador Cristovam Buarque disse que o senado pode modificar o orçamento em qualquer momento. Que o Plano Nacional de Educação não muda nada.
Já o senador Eduardo Suplicy, prolixo como nunca, conseguiu dizer nada em 10 minutos.
O secretário do MEC, Amaro Lins, chegou a dizer que o ANDES não apresentou proposta, e que o solícito Patifes assinou quatro acordos (!). mas foi desmentido imediatamente pela presidente Marinalva Oliveira. Desde 2010, o ANDES apresenta propostas que são ignoradas pelo governo.
"Nós não blefamos", vaticinou Amaro. Quem não blefa somos nós, secretário. A greve é forte. A greve continua.
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Os pés pelas mãos
Brasília - A presidente Dilma Rousseff se considera a nova Dama de Ferro, mas está muito longe do status de Margaret Thatcher, Angela Merkel ou Condoleeza Rice. Na verdade, age como uma versão piorada de Cristina Kirchner, o que é patético.
Capa da Forbes ou capa da Caras, tanto faz.
O fato de não conseguir explicar porque não amplia o investimento em educação será cobrado agora e no futuro. Tratar um movimento sindical legítimo com polícia, truculência e recadinhos pela imprensa não passará despercebido pela História. A oportunidade perdida de revolucionar a educação brasileira ficará no currículo da presidente.
sábado, 25 de agosto de 2012
No Castelo de Roussef
Brasília - Cercados por um forte esquema de segurança (havia dois por manifestante, todos com um salário maior que o da maioria dos professores ali), paramos diante do Palácio do Planalto e tentamos protocolar o documento com a proposta do ANDES - que abre mão de salário para garantir a reestruturação da carreira.
Inicialmente queriam nos receber numa barraca improvisada, onde fica a guarda palaciana. Insistimos que aquela é uma situação indigna. Discussões e telefonemas depois, o castelo baixa a ponte levadiça e entramos. O documento é entregue ao chefe de gabinete da Secretaria Geral da República, Manoel Messias de Souza Ribeiro, numa sala do Palácio do Planalto.
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Polícia para quem precisa
Ato público no Ministério da Educação |
Brasília - No megafone, faço um diagnóstico da universidade pública brasileira. Enquanto isso, professores com máscaras sem expressão, fazem gestos
Faltam verbas para pesquisa e extensão.Falta consideração
aos professores. Não somos massa de manobra.
As instituições federais de ensino estão repletas de alunos, mas faltam professores.
A educação precisa ser considerada prioridade máxima não só para este, mas para qualquer governo.
A educação precisa ser considerada um investimento estratégico e não mera despesa no orçamento
Nossas universidades e institutos são ampliados sem o devido cuidado. Muitos prédios foram construídos precariamente e já sofrem problemas de infiltração e drenagem.
Em todo o Brasil, o Reuni não respeitou a arquitetura original dos campi, nem seus planos diretores, conduzindo a uma favelização das cidades universitárias.
Existem instituições federais de ensino sem internet confiável, prejudicando a toda a comunidade acadêmica.
Em todo o Brasil, professores e pesquisadores estão sem laboratório ou com laboratórios em situação precária.
Os docentes federais acreditam que a contratação de professores temporários precisa ser limitada. Professores temporários precisam ser uma exceção, e não a regra que o governo quer impor.
Os contratos dos professores temporários ferem frontalmente a Constituição e às Leis Trabalhistas. Depois de dois anos, todos são dispensados sem direitos.
Educação não é gasto. Educação é investimento.
Desviar recursos públicos é GRAVE. Desprezar a educação é GREVE.
Os professores querem reestruturar a instituições federais de ensino, mas o governo não abre espaço para negociação. Prefere pressionar educadores que já trabalham em situação-limite.
Falta remunerar cargos de chefia e coordenação.
Falta tinta para as impressoras das instituições federais de ensino.
Falta papel higiênico nos banheiros das instituições federais de ensino.
Faltam salas de aula adequadas e bem iluminadas.
Faltam carteiras ergonomicamente adequadas para estudantes e professores.
Falta acessibilidade para estudantes e professores com necessidades especiais.
Faltam drenagem, saneamento e limpeza adequada nas instituições federais de ensino.
Falta conhecer nossa
proposta de renegociação, que nem ao menso chegou a ser
condiderada.
Não falta cobrança de
produtividade, tornando a vida acadêmica competitiva e degradante.
Não falta verba para
eventos esportivos como Copa do Mundo e Olimpíadas.
Não falta isenção de
impostos para a rica indústria automobilística.
Não falta dinheiro
para pagar a agiotagem dos bancos.
Não faltam lobby e
negociatas no Congresso Nacional, conduzidas pelo governo e por
empresários.
Não falta tempo nem
dinheiro para resolver as demandas dos grandes empresários.
Não falta verba para
publicidade institucional na grande imprensa.
O que falta ao governo
é vergonha. O que não nos falta é disposição para lutar por uma
educação digna, pública, gratuita, de qualidade e socialmente
referenciada.
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Protocolo
Brasília - Hoje obtivemos dois importantes avanços na luta pela reestruturação da carreira. À base de muita pressão, barulho e atos públicos, conseguimos protocolar no Ministério da Educação e no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão nossa contraproposta ao governo. Um desgaste desnecessário, já que as "autoridades" poderiam ter feito isso há duas semanas.
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Brasília - A Via Campesina invade a Capital do Protesto. Neste momento, milhares de manifestantes descem o Eixo Monumental em direção à Esplanada dos Ministérios. Uma das maiores passeatas do ano. Infensa aos protestos e à queda na popularidade, a presidente Dilma Roussef toma chá no Palácio do Planalto. Negociar, nem pensar.
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Vida de jornalista
Janet Jagan |
Itamar Franco |
Rafael Caldera |
Porém, nada como o tratamento recebido em Belo Horizonte, em 2006: très chic, entro no salão recepcionado pelos Dragões da Inconfidência. Grande Itamar Franco.
Brasília - Numa época de super oferta de informação como a atual, o obscurantismo dos governos ainda é fato perturbador para pesquisadores e ativistas de todo o mundo. A disposição de manter em segredo números e ações espúrias de governos encontra no Brasil um locus ideal. Coisa que a greve de professores federais desmascara, ao revelar como é gasto o dinheiro público no Brasil.
Sabemos que metade do orçamentnto é usado para pagar dívidas com bancos e uma parte considerável vai para atividades que não trazem retorno nenhum (como os eventos esportivos que vêm aí). O Governo Dilma não quer gastar 6 por cento do orçamento com educação, mas doa graciosamente 10 bilhões de dólares para as falidas Grécia e Espanha. Isenta de impostos a poluente indústria automobilística e perdoa ruralistas que cometeram crimes ambientais. Enquanto isso, 300 mil servidores mobilizados aguardam negociar com um governo que não poderia estar mais à direita.
As tentativas de vencer o obscurantismo e dar mais transparência às ações de governos ditos democráticos terminam em situações escabrosas, como a do ciberativista Julian Assange, o australiano expulso da Suécia e com a cabeça a prêmio nos Estados Unidos por ter relevado documentos secretos da diplomacia do império. Assange agora é perseguido no Reino Unido, que desrespeita as leis internacionais ao sitiar a embaixada do Equador. A era da informação não pode mais conviver com esse tipo de brutalidade.
Pela wikileakização dos atos de todos os governos, já!!!
Sabemos que metade do orçamentnto é usado para pagar dívidas com bancos e uma parte considerável vai para atividades que não trazem retorno nenhum (como os eventos esportivos que vêm aí). O Governo Dilma não quer gastar 6 por cento do orçamento com educação, mas doa graciosamente 10 bilhões de dólares para as falidas Grécia e Espanha. Isenta de impostos a poluente indústria automobilística e perdoa ruralistas que cometeram crimes ambientais. Enquanto isso, 300 mil servidores mobilizados aguardam negociar com um governo que não poderia estar mais à direita.
As tentativas de vencer o obscurantismo e dar mais transparência às ações de governos ditos democráticos terminam em situações escabrosas, como a do ciberativista Julian Assange, o australiano expulso da Suécia e com a cabeça a prêmio nos Estados Unidos por ter relevado documentos secretos da diplomacia do império. Assange agora é perseguido no Reino Unido, que desrespeita as leis internacionais ao sitiar a embaixada do Equador. A era da informação não pode mais conviver com esse tipo de brutalidade.
Pela wikileakização dos atos de todos os governos, já!!!
domingo, 19 de agosto de 2012
Brasília - De volta à cidade e ao Comando Nacional da Greve, reencontrando velhos amigos, perdendo outros. Aparelhos queimam em diferentes voltagens. Crianças crescem na escola, no parque, diante da tela. Minha mãe curte as netas. Na solidão dos inconformados, eu e meus filhos, espalhados por diferentes cidade. De novo. E de novo e de novo.
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
Manaus - Os professores da UFAM estão firmes em relação à greve. Aqui, como em todos os estados, um punhado de pelegos financiados pelo MEC distribui informação falsa sobre o fim da greve, mas não há nada parecido no horizonte.
Pelo contrário, o abandono (depois negado em entrevistas) das negociações deixa o governo em situação vexatória. Após quase 80 dias de tergiversação, o governo do "Partido dos Tra balhadores" ameaça de forma totalitária um movimento sindical legítimo. O ANDES Sindicato Nacional é uma instituição absolutamente democrática. Todas as decisões são tomadas pela base. Acreditamos em educação de qualidade.
Nossa luta não é apenas por salários como o governo e a mídia pregam. É pela recuperação da universidade brasileira. Precisamos decidir agora se queremos mudar o Brasil para melhor ou não. Aqui em Manaus, os colegas da UFAM decidiram encarar esse desafio. Daqui em diante, se é radicalismo que o governo quer, faremos a sua vontade.
Pelo contrário, o abandono (depois negado em entrevistas) das negociações deixa o governo em situação vexatória. Após quase 80 dias de tergiversação, o governo do "Partido dos Tra balhadores" ameaça de forma totalitária um movimento sindical legítimo. O ANDES Sindicato Nacional é uma instituição absolutamente democrática. Todas as decisões são tomadas pela base. Acreditamos em educação de qualidade.
Nossa luta não é apenas por salários como o governo e a mídia pregam. É pela recuperação da universidade brasileira. Precisamos decidir agora se queremos mudar o Brasil para melhor ou não. Aqui em Manaus, os colegas da UFAM decidiram encarar esse desafio. Daqui em diante, se é radicalismo que o governo quer, faremos a sua vontade.
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Manaus - Flavio Fachel: "O excesso de conteúdo atropela o jornalismo". De acordo. Mas o que me preocupa - enquanto consumidor e professor de jornalismo - é a falta de conteúdo, o que, no meu Estado, é a crise mais flagrante. Matérias de cunho institucional, fornecidas por assessorias abastecem todos os veículos. A crise é de pauta. Ou seja, de imaginação e de credibilidade. Comparar a imprensa de Roraima com a do Amazonas é covardia.
terça-feira, 31 de julho de 2012
Seminário de Jornalismo da Amazônia
Manaus - Com um grupo de alunos da UFRR, chego a Manaus para o Seminário de Jornalismo da Amazônia. Mais do mesmo regional para quem já conhece o babado. Mas uma novidade irresistível para os estudantes, que encontram seus ídolos da reportagem na Rede Globo.
terça-feira, 5 de junho de 2012
Brasília - Depois de duas semanas de trabalho exaustivo no Comando Nacional de Greve, encerro minha participação em Brasília e volto à base em algumas horas, consciente do processo histórico que desencadeamos no dia 17 de maio.
Neste momento, professores de 53 universidades federais e alunos de 42 instituições estão em greve. É a maior paralisação na história do Brasil. Uma greve incompreendida por parte da população, que ignora as condições de nossas universidades, mas aplaude a construção de estádios (como o Nacional de Brasília) que se tornarão obsoletos depois da Copa do Mundo. Enquanto latifundiários, banqueiros e indústria automobilística faturam, subsidiados pelo país “emergente”.
Emergente em quê? Temos uma emergência em curso, sim: a falência do ensino superior público, aquele que produz cientistas, que são cooptados por países mais conscientes do valor dos professores, dos pesquisadores, dos pensadores. Não exportamos apenas soja, milho, café. Exportamos cérebros. A falta de atenção do governo faz pesquisadores abandonarem a Amazônia e o Nordeste pelo Sul-Sudeste. E estes, o Brasil pela Europa e outros centros avançados.
Nossa maior dúvida, no princípio, era se teríamos apoio dos principais interessados numa educação de qualidade: os estudantes. A adesão foi surpreendente. Os estudantes perceberam que é preciso parar e repensar o ensino superior público. Querem uma universidade laica, livre de preconceitos e socialmente referenciada. Os professores querem uma carreira estruturada e salário digno.
Este movimento é coletivo. Hoje não se dissocia mais a greve dos professores da dos estudantes. A universidade brasileira está em greve de Roraima ao Rio Grande do Sul. É bom que a sociedade e governo atentem para isso. A arrancada de professores e estudantes indica que chegou a hora de valorizar quem pensa, de preservar a inteligência antes que a debelemos das prioridades nacionais, conformados em ser a grande roça do mundo.
Neste momento, professores de 53 universidades federais e alunos de 42 instituições estão em greve. É a maior paralisação na história do Brasil. Uma greve incompreendida por parte da população, que ignora as condições de nossas universidades, mas aplaude a construção de estádios (como o Nacional de Brasília) que se tornarão obsoletos depois da Copa do Mundo. Enquanto latifundiários, banqueiros e indústria automobilística faturam, subsidiados pelo país “emergente”.
Emergente em quê? Temos uma emergência em curso, sim: a falência do ensino superior público, aquele que produz cientistas, que são cooptados por países mais conscientes do valor dos professores, dos pesquisadores, dos pensadores. Não exportamos apenas soja, milho, café. Exportamos cérebros. A falta de atenção do governo faz pesquisadores abandonarem a Amazônia e o Nordeste pelo Sul-Sudeste. E estes, o Brasil pela Europa e outros centros avançados.
Nossa maior dúvida, no princípio, era se teríamos apoio dos principais interessados numa educação de qualidade: os estudantes. A adesão foi surpreendente. Os estudantes perceberam que é preciso parar e repensar o ensino superior público. Querem uma universidade laica, livre de preconceitos e socialmente referenciada. Os professores querem uma carreira estruturada e salário digno.
Este movimento é coletivo. Hoje não se dissocia mais a greve dos professores da dos estudantes. A universidade brasileira está em greve de Roraima ao Rio Grande do Sul. É bom que a sociedade e governo atentem para isso. A arrancada de professores e estudantes indica que chegou a hora de valorizar quem pensa, de preservar a inteligência antes que a debelemos das prioridades nacionais, conformados em ser a grande roça do mundo.
quinta-feira, 31 de maio de 2012
Brasília - Deputado Francisco Praciano (PT-AM) visita o Comando de Greve dos professores federais. "Sou do PT, mas não sou governista.", afirma Praciano, cujo índice de votos favoráveis ao governo é de 86 por cento. Afirma que é favorável à greve. "Aprendi com o PT a apoiar os movimentos. Apoio sua pauta e a reestruturação da carreira."
Praciano defende tratamento diferenciado para a Amazônia nas áreas de saúde e educação. Um óbvio ululante que somente a cegueira política nacional não consegue perceber. "Nenhum profissional médico ou professor com nível superior quer atuar no interior da Amazônia. É preciso atrair profissionais com salários atrativos. Ou então não há desenvolvimento nacional"
Praciano defende tratamento diferenciado para a Amazônia nas áreas de saúde e educação. Um óbvio ululante que somente a cegueira política nacional não consegue perceber. "Nenhum profissional médico ou professor com nível superior quer atuar no interior da Amazônia. É preciso atrair profissionais com salários atrativos. Ou então não há desenvolvimento nacional"
quarta-feira, 30 de maio de 2012
Há quatro anos, neste blog
Boa Vista - Em janeiro de 2003, o índio Aldo da Silva Mota estava ajoelhado e com os braços levantados quando levou um tiro que lhe atravessou o tórax. Foi enterrado numa cova rasa na Fazenda Retiro. A conclusão dos legistas é de que ele estava no chão, de joelhos, com os braços levantados, dominado e indefeso.
Em Roraima, ações terroristas em terras indígenas acontecem há muito tempo, mas uma eficiente soma de omissão política e propaganda racista nos meios de comunicação permitiu que esses grupos permanecessem atuando ao longo dos últimos 30 anos sem punição.
Desde 1981, houve 21 homicídios; 21 tentativas de homicídio; 54 ameaças de Morte; 51 agressões físicas; 80 casas destruídas; 71 prisões ilegais; cinco roças destruídas e cinco pessoas mantidas em cárcere privado - dados de 2003. já desatualizados.
A milícia travestida de agronegócio já espancou e matou índios e missionários. Suas ações já renderam a morte por tiros do índio Paulo José de Souza, em Uiramutã, em fevereiro de 1999. No mesmo mês, foram assassinados os índios Regelino Nascimento Souza (estrangulado) e o adolescente Renan Almeida André, de apenas 14 anos. No mesmo mês, o padre Egon Heck foi esfaqueado e um grupo de índios espancado.
Em janeiro de 2004, um grupo invadiu a Missão Surumu e seqüestrou os padres Ronildo França e Cezar Avallaneda e o diácono João Carlos Matinez, mantendo-os reféns por três dias. Em 2005, um grupo de 150 homens incendiou a missão do Surumu, destruindo uma escola, um hospital e uma igreja. Um professor foi espancado e um homem ficou queimado. O mesmo grupo provocou três incêndios e alguns espancamentos em 2004.
Atualmente, a Vila Surumu está isolada. Pontes foram destruídas e uma bomba caseira fabricada para novas ações terroristas explodiu nas mãos de Renato Quartieiro, filho do líder da resistência do agrobussiness em Raposa Serra do Sol, Paulo César Quartieiro. Centenas de policiais federais já chegaram e novos grupos continuam a chegar em Roraima para tentar a desapropriação exigida pela lei.
Em Roraima, ações terroristas em terras indígenas acontecem há muito tempo, mas uma eficiente soma de omissão política e propaganda racista nos meios de comunicação permitiu que esses grupos permanecessem atuando ao longo dos últimos 30 anos sem punição.
Desde 1981, houve 21 homicídios; 21 tentativas de homicídio; 54 ameaças de Morte; 51 agressões físicas; 80 casas destruídas; 71 prisões ilegais; cinco roças destruídas e cinco pessoas mantidas em cárcere privado - dados de 2003. já desatualizados.
A milícia travestida de agronegócio já espancou e matou índios e missionários. Suas ações já renderam a morte por tiros do índio Paulo José de Souza, em Uiramutã, em fevereiro de 1999. No mesmo mês, foram assassinados os índios Regelino Nascimento Souza (estrangulado) e o adolescente Renan Almeida André, de apenas 14 anos. No mesmo mês, o padre Egon Heck foi esfaqueado e um grupo de índios espancado.
Em janeiro de 2004, um grupo invadiu a Missão Surumu e seqüestrou os padres Ronildo França e Cezar Avallaneda e o diácono João Carlos Matinez, mantendo-os reféns por três dias. Em 2005, um grupo de 150 homens incendiou a missão do Surumu, destruindo uma escola, um hospital e uma igreja. Um professor foi espancado e um homem ficou queimado. O mesmo grupo provocou três incêndios e alguns espancamentos em 2004.
Atualmente, a Vila Surumu está isolada. Pontes foram destruídas e uma bomba caseira fabricada para novas ações terroristas explodiu nas mãos de Renato Quartieiro, filho do líder da resistência do agrobussiness em Raposa Serra do Sol, Paulo César Quartieiro. Centenas de policiais federais já chegaram e novos grupos continuam a chegar em Roraima para tentar a desapropriação exigida pela lei.
Roraima ficou de fora
Brasília - Havia deputados e senadores de vários estados do Brasil presentes ao lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Piso Nacional dos Jornalistas. Da Amazônia, Pará, Amazonas e Rondônia tinham representantes. De Roraima, ninguém se interessou pelo tema. Pra lamentares.
Piso Nacional dos Jornalistas
Brasília - Hoje participei do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Piso Nacional dos Jornalistas, no Salão Verde da Câmara dos Deputados. Meu nome foi citado pelo mestre de cerimônias. Chique. Mas não é isso que os jornalistas querem. A defesa de um piso nacional é mais do que garantia de vida digna para os profissionais de imprensa. É uma chance a mais para a sociedade receber notícias de qualidade.
Jornalistas são uma das categorias mais desvalorizadas, não obstante seu peso político no equilíbrio democrático. Em alguns estados, o piso é inferior a R$ 1 mil. Em Roraima, os veículos pagam o que dá na telha. O maior piso do Brasil é pago em Alagoas: R$ 2,4 mil.
Jornalistas são uma das categorias mais desvalorizadas, não obstante seu peso político no equilíbrio democrático. Em alguns estados, o piso é inferior a R$ 1 mil. Em Roraima, os veículos pagam o que dá na telha. O maior piso do Brasil é pago em Alagoas: R$ 2,4 mil.
terça-feira, 29 de maio de 2012
domingo, 27 de maio de 2012
Cérberos
Brasília - Vejo cães assassinos no Repórter Record. Pit bulls usados em rinhas e para atacar humanos. Pessoas morrem todos os anos pelos ataques. Já houve projeto no Senado propondo a castração dessas feras, mas nada foi feito.
Transformados em máquinas de matar por humanos irracionais - que acham natural estraçalhar seres humanos para proteger bens materiais - não podem mais ser aceitos. Já fui atacado por uma dessas feras. A dor foi indescritível, a recuperação complicada e carrego as cicatrizes.
Que a raça pit bull seja castrada e eliminada do Brasil. Que os donos de cães assassinos sejam encarcerados. E não perca seu tempo escrevendo comentários favoráveis às feras no meu espaço pessoal no Facebook, porque serão apagados. Minha democracia não contempla sociopatas.
Transformados em máquinas de matar por humanos irracionais - que acham natural estraçalhar seres humanos para proteger bens materiais - não podem mais ser aceitos. Já fui atacado por uma dessas feras. A dor foi indescritível, a recuperação complicada e carrego as cicatrizes.
Que a raça pit bull seja castrada e eliminada do Brasil. Que os donos de cães assassinos sejam encarcerados. E não perca seu tempo escrevendo comentários favoráveis às feras no meu espaço pessoal no Facebook, porque serão apagados. Minha democracia não contempla sociopatas.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Brasília - O governo cancelou a reunião que teria na segunda-feira, 28,com os professores federais em greve. O encontro seria no Ministério do Planejamento (MP), mas o secretário de Relações de Trabalho no Serviço Público, Sérgio Mendonça, suspendeu o encontro sem justificativas. Veja aqui.
O Comando Nacional de Greve (CNG) avalia que o cancelamento "demonstra o desrespeito do governo em relação aos prazos estabelecidos por seus próprios representantes. Isso evidencia também a ausência de proposta efetiva a ser apresentada aos professores para resolver o impasse da greve".
O Comando Nacional de Greve (CNG) avalia que o cancelamento "demonstra o desrespeito do governo em relação aos prazos estabelecidos por seus próprios representantes. Isso evidencia também a ausência de proposta efetiva a ser apresentada aos professores para resolver o impasse da greve".
Brasília - A NBB não tem o glamour da NBA. Nossos ginásios são antiquados e poliesportivos e carecemos de grandes arenas exclusivas para o esporte. O basquete brasileiro tem talentos extraordinários. merece patrocinadores e mais espaço na TV aberta como num passado recente. Mas nos últimos anos, o Brasil passou a pensar e agir à maneira futebolística. Nações monoesportivas pagam o pato nas olimpíadas.
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Boa Vista - A
Prefeitura de Boa Vista deve estrear o Portal da Transparência com
informações sobre o monopólio no Transporte Público. Vai expor os
valores e os prazos dos contratos; os itinerários que não são
respeitados e a redução da frota durante os fins de semana.
Já o Governo de Roraima vai expor no seu Portal da Transparência todos os contratos mantidos com empresas fornecedoras que eventualmente pertençam a parentes com cargos na administração pública.
#MundoIdeal #PlanetaBizarro
Já o Governo de Roraima vai expor no seu Portal da Transparência todos os contratos mantidos com empresas fornecedoras que eventualmente pertençam a parentes com cargos na administração pública.
#MundoIdeal #PlanetaBizarro
quinta-feira, 17 de maio de 2012
Boa Vista - O Brasil começa mal com a recém-implantada Lei de Acesso à Informação. A maioria dos arquivos - principalmente os relacionados a salários e licitações - permanece oculto em várias instituições. Em Roraima, o sítio da Assembleia Legislativa é excessivamente transparente: saiu do ar. O do Governo apresenta contas defasadas, a maioria de 2009. Já a Prefeitura de Boa Vista ignora completamente a lei: não há absolutamente nenhum dado disponível para consulta pública
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Boa Vista - Mensagem que chega por e-mail faz comparações entre o brasileiro e outros povos, que foram à luta por educação, ambiente, transparência na política. E apresenta o Brasil como nação alienada, mais dedicada a futebol, telenovela e religiosidade exacerbada que a direitos fundamentais como educação de qualidade. Nessa hora, o "cidadão consciente", nossa versão contemporânea de Policarpo Quaresma, ergue a voz para negar o que é absolutamente óbvio. E mascara com discurso nacionalista o que Sérgio Buarque de Holanda e Euclides da Cunha já percebiam há um século. O imobilismo do país do futebol e das commodities é caro a seus filhos.
domingo, 13 de maio de 2012
sábado, 12 de maio de 2012
Brasília - Os estudantes universitários do interior de Minas Gerais provam ser os mais politizados do Brasil. Enquanto em todo o país, a adesão da estudantada é tímida, na Universidade Federal do Triângulo Mineiro, alunos entram em greve no dia 17 de maio, junto com os professores. A Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha conta com o apoio dos alunos e na Federal de Ouro Preto, mais de 30 repúblicas declararam apoio à greve no dia 17. A página do movimento da UFOP no Facebook já tem mais de 700 cadastrados.
Brasília - O direito de greve é garantido por lei quando uma das partes quebra acordos ou não se dispõe a negociar. Desde o dia 4 de agosto de 2010 o Governo Federal não apresenta absolutamente nenhuma proposta satisfatória para os docentes. E no dia 31 de março quebrou o acordo de incorporação das gratificações e reajuste de 4 por cento. Portanto, deu todos os motivos para que a categoria paralise a partir do dia 17.
Brasília - A sala do hotel que sediaria a reunião de professores de universidades federais ficou pequena para o número de presentes. O encontro foi transferido para a sede do ANDES.
A indignação com os últimos acontecimentos se mistura à expectativa de que o Projeto de Lei 2203/11 seja transformado em Medida Provisória. A sugestão é do ministro Aloizio Mercadante. A decisão é da presidente Dilma Roussef. O interesse é nacional.
A indignação com os últimos acontecimentos se mistura à expectativa de que o Projeto de Lei 2203/11 seja transformado em Medida Provisória. A sugestão é do ministro Aloizio Mercadante. A decisão é da presidente Dilma Roussef. O interesse é nacional.
Brasilia - A sala do hotel que sediaria a reunião de professores de universidades federais ficou pequena para o número de presentes. O encontro foi transferido para a sede do ANDES.
A indignação com os últimos acontecimentos se mistura à expectativa de que o Projeto de Lei 2203/11 seja transformado em Medida Provisória. A sugestão é do ministro Aloizio Mercadante. A decisão é da presidente Dilma Roussef. O interesse é nacional.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
segunda-feira, 23 de abril de 2012
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Boa Vista - Cobertura da Band à reintegração de terras ao povo Pataxó no sul da Bahia é típica: mostra indígenas como invasores, fazendeiros como coitados sujeitos ao prejuízo financeiro e encerra abruptamente com a informação de que um índio foi baleado por um "pistoleiro". Jornalismo sério começa a matéria pela tentativa de homicídio. Além da bala na perna, o índio leva bala da imprensa. Algo que o povo de Roraima conhece muito bem.
quinta-feira, 12 de abril de 2012
sábado, 10 de março de 2012
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
O desafiante
Capriles Radonski |
Porlamar - Mais de 3 milhoes de venezuelanos votaram nas eleicoes primárias. Um sinal de que a alternancia de poder é um desejo popular, embora o caprichoso presidente atual se considere irremovível. Principalmente depois de formar milícias armadas entre os jovens e ter ministros envolvidos em grupos armados como o La Piedrita.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Güíria - A estrada para Macuro é apenas licenca poética dos mapas. Barcos fazem o transporte costeando o Atlântico venezuelano, mas lembram a inseguranca dos que fazem a travessia de Corriverton a Nieuw Nickerie. Acabei em Güíria, damned fucking town of broken promises. Volto aqui depois de 15 anos e tudo continua igual. Hibridismo caribenho embalado ao ritmo da soca que vem da vizinha Trinidad e Tobago.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Away
Carúpano - Estou a pouco mais de 100 quilômetros de Güíria, mas nao vou pra lá. Güíria é uma cidade onde promessas sao quebradas. Mas nao descarto uma ida a Macuro, no extremo oriental da Venezuela.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
1984
Carúpano - A Venezuela aprovou uma lei contra desestabilizacao política e terrorismo. Agora cidadaos podem ser abordados a qualquer momento por suas opinioes. Chama-se Ley Orgánica contra la Delincuencia Organizada y Financiamiento al Terrorismo. Estrangeiros que emitam juízos desfavoráveis ao regime também estao sujeitos à lei. Para quem critica os Estados Unidos por suas posicoes conflitantes em relacao a liberdade política, o retrocesso é evidente.
Sabe aquela lei que permite a qualquer norte-americano denunciar imigrantes ilegais? O artigo 13 da Ley Orgánica contra la Delincuencia Organizada y Financiamiento al Terrorismo afirma que qualquer sujeito, natural ou jurídico, é obrigado a denunciar o que o governo considera tentativa de desestabilizacao política. Ou terrorismo, segundo a novilíngua chavista.
Sabe aquela lei que permite a qualquer norte-americano denunciar imigrantes ilegais? O artigo 13 da Ley Orgánica contra la Delincuencia Organizada y Financiamiento al Terrorismo afirma que qualquer sujeito, natural ou jurídico, é obrigado a denunciar o que o governo considera tentativa de desestabilizacao política. Ou terrorismo, segundo a novilíngua chavista.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
O Coronel em seu labirinto
Hugo Chávez: que revolucao mesmo? |
Uma maioria cada vez mais evidente de artistas e intelectuais venezuelanos deixa de acreditar na suposta revolucao bolivariana, que mudou o nome e a constituicao do país, mas nao mudou o estado de miséria como se esperava. Cerca de 37% da populacao venezuelana continua a viver abaixo da linha de pobreza e 20% nao recebeu educacao formal.(2006). Um terco da populacao nao tem acesso a saneamento básico, segundo a ONU e 17 por cento nao tem água potável. Conheco bem quase 80 por cento do território venezuelano e pelo que vejo, essa estatística está subfaturada.
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Li Pesadelo Refrigerado, de Henry Miller
Em Pesadelo Refrigerado, escrito no começo dos anos 40 depois de uma longa viagem pelo país, Henry Miller abre as vísceras dos Estados Unidos para a gente menos interessada em conhecê-las. É que o povo mais belicoso e gordo do mundo preza demais a própria visão obtusa para fazer qualquer juízo. A atual resistência à socialização dos serviços de saúde é muito ilustrativa.
"Somos uma turba vulgar e opressiva cujas paixões são facilmente mobilizadas por demagogos, jornalistas, charlatães, religiosos, agitadores e que tais. Chamar isso aqui de sociedade de povos livres é uma blasfêmia." (p. 23)
Miller faz a viagem acompanhado inicialmente pelo pintor Abe Rattner. A ideia de produzir um livro ilustrado com bolsa da Fundação Guggenhein não dá em nada, mas ele viaja assim mesmo, esperando que pelo menos parte de seus compatriotas entenda o projeto. Um propósito que Miller sabia de certa forma inútil, mas poderia servir como terapia para um ex-expatriado expulso pela guerra da Europa.
"Os únicos artistas do presente que vêm sendo regiamente recompensados por seu trabalho são os charlatães; entre eles estão não apenas a variedade importada, mas também os filhos nativos que são capazes de levantar uma nuvem de poeira quando se trata de questões reais." (p. 146)
Milhares de quilômetros e centenas de páginas escritas depois, a análise de Miller é preciosa e pouco compreendida. Ainda que a America seja desvendada por gente como Miller, Kafka, Morgan Spurlock, Tzvetan Todorov, Allen Ginsberg, John Harris ou Bill Maher, o capítulo conclusivo parece perpetuamente escrito por Halliburton, GE, Taco Bell....
"A América não é lugar para artistas: ser artista é ser um leproso moral, um desajustado econômico, uma obrigação social. Um porco alimentado a milho tem vida melhor que um escritor criativo, um pintor ou um músico. Ser coelho é melhor ainda." (p. 19)
Talvez o problema esteja nas promessas de leite e mel advindas de uma formação religiosa capitalista e excludente. Um problema messiânico. Terras prometidas têm um quê de perfeição incapaz de ser modificado. Quando o cultivo dos próprios valores supera qualquer outra visão contraditória; quando cânones e tabus são respeitados geração após geração apesar do esforço de intelectuais, vanguardistas, visionários; quando o amor pela terra e seus frutos é maior que o amor pelas pessoas, percebemos a inutilidade de qualquer discurso de auto-crítica. Por isso temos Estados Unidos. Por isso temos Roraima.
Livro: Pesadelo Refrigerado
Editora: Francis
Ano: 1945 (Ed. 2006)
Preço: R$ 39
"Somos uma turba vulgar e opressiva cujas paixões são facilmente mobilizadas por demagogos, jornalistas, charlatães, religiosos, agitadores e que tais. Chamar isso aqui de sociedade de povos livres é uma blasfêmia." (p. 23)
Miller faz a viagem acompanhado inicialmente pelo pintor Abe Rattner. A ideia de produzir um livro ilustrado com bolsa da Fundação Guggenhein não dá em nada, mas ele viaja assim mesmo, esperando que pelo menos parte de seus compatriotas entenda o projeto. Um propósito que Miller sabia de certa forma inútil, mas poderia servir como terapia para um ex-expatriado expulso pela guerra da Europa.
"Os únicos artistas do presente que vêm sendo regiamente recompensados por seu trabalho são os charlatães; entre eles estão não apenas a variedade importada, mas também os filhos nativos que são capazes de levantar uma nuvem de poeira quando se trata de questões reais." (p. 146)
Milhares de quilômetros e centenas de páginas escritas depois, a análise de Miller é preciosa e pouco compreendida. Ainda que a America seja desvendada por gente como Miller, Kafka, Morgan Spurlock, Tzvetan Todorov, Allen Ginsberg, John Harris ou Bill Maher, o capítulo conclusivo parece perpetuamente escrito por Halliburton, GE, Taco Bell....
"A América não é lugar para artistas: ser artista é ser um leproso moral, um desajustado econômico, uma obrigação social. Um porco alimentado a milho tem vida melhor que um escritor criativo, um pintor ou um músico. Ser coelho é melhor ainda." (p. 19)
Talvez o problema esteja nas promessas de leite e mel advindas de uma formação religiosa capitalista e excludente. Um problema messiânico. Terras prometidas têm um quê de perfeição incapaz de ser modificado. Quando o cultivo dos próprios valores supera qualquer outra visão contraditória; quando cânones e tabus são respeitados geração após geração apesar do esforço de intelectuais, vanguardistas, visionários; quando o amor pela terra e seus frutos é maior que o amor pelas pessoas, percebemos a inutilidade de qualquer discurso de auto-crítica. Por isso temos Estados Unidos. Por isso temos Roraima.
Livro: Pesadelo Refrigerado
Editora: Francis
Ano: 1945 (Ed. 2006)
Preço: R$ 39
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
A chave de Chávez
Las Claritas - A tal revolucao bolivariana é um fracasso. A oposicao unida vai escolher um candidato único no dia 12 e a parte venezuelana da família Veríssimo já se posiciona contra Hugo Rafael Chávez Frías. O grande problema, segundo meu pai, é o alto índice de abstencao. Cinco candidatos disputam a chance de enfrentar o chavismo. Os favoritos sao os governadores de Miranda, Capriles Radonski e de Zulia, Pablo Pérez.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Li O Prisioneiro, de Erico Verissimo
Boa Vista - Deixei O Prisioneiro na estante por mais de dez anos, esperando
a chance de ser lido. Poderia tê-lo feito antes de 11 de setembro de 2001, da
invasão do Iraque e do Afeganistão pelos Estados Unidos e ampliaria ainda mais
minha propalada e turva verve anti-imperialista. Mas são águas passadas. Ou não,
já que as preocupações dos personagens invasores e invadidos (numa guerra que
não é identificada, mas sabemos que se trata do Vietnã) não mudaram.
Assim como os males da sociedade globalizada. “Não
estaria longe o dia em que os homens todos fossem apenas números num computador
descomunal. E esse computador bem poderia então transformar-se num deus duma
nova era”, diz o profético Verissimo à página 102.
Comprado em junho de 2001 num sebo em São Paulo, a 1ª edição
é de 1967 e foi produzida na deliciosa gramática pré-reforma de 1971 e contém atualíssimos apontamentos sobre o papel das grandes potências na mudança
de valores como liberdade, direitos civis, racismo. Percebemos que a consciência
de Verissimo está presente nas palavras de uma professora vítima da guerra. A
de seus inimigos podem ser ouvidas nas vozes do Coronel racista e assassino e
do Sargento torturador.
Erico Verissimo teve a ideia de escrever O Prisioneiro numa
tarde em Washington, observando os três netos (nascidos lá) brincando no
jardim. Na mente do escritor, a mangueira usada pelas crianças poderia muito
bem transformar-se, num futuro próximo, num lança-chamas nas mãos de jovens
enviados para morrer em países distantes.
Livro: O Prisioneiro
Autor: Erico
Verissimo
Editora: Globo
Ano: 1967
Páginas: 205
Preço: Esgotado
sábado, 24 de dezembro de 2011
Saturnais
Ouço Coltrane e a memória recua no tempo até noites como esta, quando depois de cear com as famílias, um bando de adolescentes se reunia para tocar violão, planejar peças de teatro e decidir os destinos do mundo. Antes da faculdade, dos casamentos, dos filhos, das separações, das mortes, antes de marcar reencontros que não podiam ser cumpridos porque estávamos espalhados pelo mundo. Antes do Anastase ir pra Grécia, a Marcela pra Brisbane, o George pra campinas, a Analu pra Curitiba, eu pra São Paulo, o Marcus e o Marcelo pra Brasília, . Antes da internet e da telefonia celular, a gente se encontrava em noites saturnais naqueles verões dos anos 80. Passado um quarto de século, permanecemos amigos. Nos encontramos na rede.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Li Serafim Ponte Grande, de Oswald de Andrade
Serafim Ponte Grande ficou oito anos na estante antes que
me decidisse a lê-lo. O livro e o anti-herói Serafim em parte explicam a
personalidade controvertida e hedonista do intelectual paulista miseravelmente
burguês que irritou Florestan Fernandes e Monteiro Lobato.
A obra é particularmente brilhante, mas tende a ser
diminuída quando comparada a trabalhos publicados na mesma época (a virada dos
anos 1920 para 1930) como Ulisses, O Quarto de jacó e Heliogabalo. O que não é nenhum crime, afinal
ninguém pode ser por James Joyce, Virginia Woolf e Antonin Artaud a não ser os
próprios.
Sem copiar os medalhões e mantendo a brasilidade modernista
engavetada entre francesismos e uma necessidade maníaca de globalização de ideias,
palavras e sensações, Oswald de Andrade prova que viveu o mesmo zeit geist de Joyce. Porém, com muito
mais dinheiro.
Um problema nesta edição de 1990 é que o livro começa com
um prefácio (“Um grande não-livro”) hermético, inoportuno e pretensioso de Haroldo
de Campos, com irrelevantes considerações semióticas sobre um trabalho que no
fundo não compreende bem. Aliás, é característica fundamental da semiótica
interpretar de forma absolutamente descabida e pessoal, obras de artistas que
não queriam em nenhum momento expressar o que está apenas na mente dos
semiotas.
Livro: Serafim
Ponte Grande
Autor: Oswald
de Andrade
Editora: Globo
Ano: 1990
Páginas: 161
Preço: Esgotadosexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Li Led Zeppelin: Quando os gigantes caminhavam sobre a Terra, de Mick Wall
Mick Wall conta quase tudo (afinal há coisas que não pôde
testemunhar e nem lhe contaram depois) sobre o Led Zeppelin. A biografia não-autorizada
da maior banda de rock de todos os tempos é repleta de referências musicais e literárias,
ocultismo e savoir-vivre. Acompanha desde
o surgimento do projeto ainda na seminal banda Yardbirds (por onde passaram simplesmente
Brian Jones, Eric Clapton Jeff Beck e Jimmy Page) ao auge do sucesso e à
decadência inevitável de um projeto ambicioso e de sucesso indiscutível.
São especialmente interessantes as narrativas em primeira
pessoa, espécie de fluxo de consciência onde os quatro músicos e o empresário
Peter Grant contam as próprias histórias num modelo de escrita muito pessoal do
jornalista inglês especializado em música. Ensina, por exemplo, que a pronúncia
galesa de Bron-Yr-Aur é “bron-raaar”. Mas, claro, se você não conhece Led
Zeppelin, isso não terá a menor importância.
Livro: Led
Zeppelin: Quando os gigantes caminhavam sobre a Terra
Autor: Mick
Wall
Editora:
Larousse
Ano: 2010
Páginas: 549
Preço: R$ 86,00
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