Leio
Tempos Interessantes - Eric Hobsbawm
Li Mar sem fim, de Amyr Klink
Relato da circunavegação terrestre que o brasileiro Amyr Klink fez a bordo do bom e velho Paratii, pelos três oceanos. Nesta aventura, Amyr navega em torno do Continente Antártico, enfrentando tempestades, icebergs e os limites físicos e psicológicos de quem resolve fazer esse tipo de loucura. Não por falta de aviso.
O espírito que predomina no radioamadorismo,
de solidariedade e apoio, não existe em nenhum outro
meio de comunicação, incluídos os meios da web.
A internet e os meios individuais de comunicaçao certamente
afetarão o trânsito-rádio no mundo. Não tão cedo no mar.
O uso das ondas eletromagnéticas não custa nada e,
com paciência e perícia, as maiores proezas de intercâmbio
entre seres humanos são possíveis. (p. 62)
Para fãs de aventuras náuticas de todos os tempos.
sábado, 31 de janeiro de 2004
quinta-feira, 29 de janeiro de 2004
Na tela
Dogville é a fábula americana, por excelência, provando que à exceção de Noam Chomsky, Susan Sontag e Michael Moore, os Estados Unidos ainda precisam do olhar estrangeiro para se enxergar. Falta tirar a venda.
O novo filme de Von Trier é mais "profissional" que obras anteriores, embebidas de Dogma 95. Novamente a mulher que sofre (Ondas do Destino, Medéia, Dançando no Escuro...) protagoniza o trabalho do cineasta dinamarquês. Menos manifesto feminista que realismo. Três horas de filme depois, a sensação é de que já estive em Dogville.
Dogville é a fábula americana, por excelência, provando que à exceção de Noam Chomsky, Susan Sontag e Michael Moore, os Estados Unidos ainda precisam do olhar estrangeiro para se enxergar. Falta tirar a venda.
O novo filme de Von Trier é mais "profissional" que obras anteriores, embebidas de Dogma 95. Novamente a mulher que sofre (Ondas do Destino, Medéia, Dançando no Escuro...) protagoniza o trabalho do cineasta dinamarquês. Menos manifesto feminista que realismo. Três horas de filme depois, a sensação é de que já estive em Dogville.
sábado, 24 de janeiro de 2004
Sobre o Ministério da Educação
Poucas pessoas entendem de educação neste País como Cristovam Buarque, cujos projetos foram copiados no governo passado e implementados no atual. É dele o projeto Bolsa-Escola e de erradicação do analfabetismo. É dele o cálculo do número de analfabetos a partir dos cinco anos (idade em que famílias de renda razoável alfabetizam suas crianças), sem contar uma série de livros, ensaios e projetos ligados à educação – cujas deficiências históricas influenciam diretamente na má distribuição de renda. Fico perplexo (não sou o único) com a demissão por telefone de uma pessoa reconhecidamente competente para favorecer o fisiologismo político. Parece Roraima. Parece Washington. A desculpa de que “a notícia se espalhou” é absurda. Melhor seria o silêncio.
Cristovam Buarque é doutor em Economia pela Sorbonne, foi reitor da UnB, governador do Distrito Federal e é consultor das Nações Unidas. Tarso Genro escreveu vários livros sobre política, marxismo e Direito e foi prefeito de Porto Alegre. Espero que faça um bom trabalho, mas dizer que esse é o seu maior desafio político-administrativo não ajuda. Educação é menos administrar que amar.
Poucas pessoas entendem de educação neste País como Cristovam Buarque, cujos projetos foram copiados no governo passado e implementados no atual. É dele o projeto Bolsa-Escola e de erradicação do analfabetismo. É dele o cálculo do número de analfabetos a partir dos cinco anos (idade em que famílias de renda razoável alfabetizam suas crianças), sem contar uma série de livros, ensaios e projetos ligados à educação – cujas deficiências históricas influenciam diretamente na má distribuição de renda. Fico perplexo (não sou o único) com a demissão por telefone de uma pessoa reconhecidamente competente para favorecer o fisiologismo político. Parece Roraima. Parece Washington. A desculpa de que “a notícia se espalhou” é absurda. Melhor seria o silêncio.
Cristovam Buarque é doutor em Economia pela Sorbonne, foi reitor da UnB, governador do Distrito Federal e é consultor das Nações Unidas. Tarso Genro escreveu vários livros sobre política, marxismo e Direito e foi prefeito de Porto Alegre. Espero que faça um bom trabalho, mas dizer que esse é o seu maior desafio político-administrativo não ajuda. Educação é menos administrar que amar.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2004
domingo, 18 de janeiro de 2004
Leio
Mar sem fim – Amyr Klink
Li A Festa, de Ivan Ângelo
A incrível e triste história de uma geração derrotada pela resistência e pela inércia, pela ação e pela omissão, tudo ao mesmo tempo.
Ivan Ângelo é hábil redator, artífice de obra em construção, nem tanto a Joyce nem tanto a Woolf. As descrições são econômicas, as palavras precisas, a narrativa fragmentária. Recortes do caos que paralisou os grandes centros urbanos durante a virada da década de 1960 para 1970, quando o “país do futuro” tentava avançar movido pelas mesmas forças conservadoras que ensejaram ditaduras passadas. Em meio a tudo isso, retirantes esfomeados, déspotas esclarecidos, DOPS, jornalistas, cocaína, socialites e personagens de um Brasil que não deu certo numa obra atual, passados quase 30 anos do seu lançamento.
A estrutura experimental e a metalinguagem fazem de A festa um livro especial para leitores de primeira grandeza e escritores bloqueados.
Mar sem fim – Amyr Klink
Li A Festa, de Ivan Ângelo
A incrível e triste história de uma geração derrotada pela resistência e pela inércia, pela ação e pela omissão, tudo ao mesmo tempo.
Ivan Ângelo é hábil redator, artífice de obra em construção, nem tanto a Joyce nem tanto a Woolf. As descrições são econômicas, as palavras precisas, a narrativa fragmentária. Recortes do caos que paralisou os grandes centros urbanos durante a virada da década de 1960 para 1970, quando o “país do futuro” tentava avançar movido pelas mesmas forças conservadoras que ensejaram ditaduras passadas. Em meio a tudo isso, retirantes esfomeados, déspotas esclarecidos, DOPS, jornalistas, cocaína, socialites e personagens de um Brasil que não deu certo numa obra atual, passados quase 30 anos do seu lançamento.
A estrutura experimental e a metalinguagem fazem de A festa um livro especial para leitores de primeira grandeza e escritores bloqueados.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2004
terça-feira, 13 de janeiro de 2004
domingo, 11 de janeiro de 2004
sábado, 10 de janeiro de 2004
terça-feira, 6 de janeiro de 2004
Leio
A festa – Ivan Ângelo
Li O homem duplicado, de José Saramago
O que aconteceria se você encontrasse alguém exatamente igual a... você? Noutra de suas premissas célebres (e se todos ficassem cegos?), José Saramago leva o leitor a uma estranha viagem entre nomes (Tertuliano Máximo Afonso detesta o próprio nome) (Antônio Claro é o verdadeiro nome do ator Daniel Santa-Clara) (o próprio autor chamar-se-ia José Sousa, não tivesse o oficial de registros acrescentado o apelido da família - nome da erva daninha da região do Ribatejo), relacionamentos, despersonalização e deslizes morais.
Aos que vêm o fantasma de Kafka a cada livro seu, o escritor português responde que "existem estórias Kafkianas desde antes de Kafka". E, sim, este senhor de quase 80 anos segue a linha direta dos que romperam com as estruturas formais do romance. Por isso, como artista do século 21, dá-se ao direito de beber na fonte da grande arte coletiva. E sampleia histórias, não autores. Saramago é bricolage.
Saramago, todos sabem, é fã da cantora norte-americana Edie Brickell, e teve a idéia de escrever o livro a partir da letra de The Wheel:
Somewhere there's somebody who looks just like you do.
Acts just like you do - feels the same way.
Somewhere there's a person in a far away place
with a different name and a face that looks like you
Não, nada disso. O escritor gosta de HQs da Marvel e da antológica série “O que aconteceria se...”, que entre outras proezas ressuscitou Fu-Manchu e libertou o Surfista Prateado da prisão invisível imposta por Galactus. Doutra feita, levou Marcelo Rubens Paiva (Blecaute) a congelar o tempo numa São Paulo em decomposição.
Não, não. Saramago gosta mesmo é de Roberto Carlos. A inspiração vem, portanto, da letra de O sósia, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos:
Tudo começou quando um certo dia
Eu liguei pro broto que há tempos eu não via
E o que ela disse me deixou zangado
Deixe de tolice, já tenho namorado
Fui a casa dela e lhe falei então
Para essa história quero explicação
Quando olhei pro lado, eu perdi a fala
Descobri um cara que tinha a minha cara
E até seu nome era igual ao meu
Um era demais eu sei não era eu
E na confusão meu broto desmaiou
O insight que determina a obra pouco interessa, nesses casos. Os seres humanos, em algum momento da vida, pensam na existência de um clone seu andando por aí. Um ser fisicamente idêntico e não as múltiplas personalidades plasmadas por nossos pensamentos contraditórios - como nas hilárias conversas entre Tertuliano Máximo Afonso e o senso comum.
O livro leva o leitor a refletir sobre o indivíduo não mais sob a chancela da filosofia, mas de uma metafísica de ateu, que não exige maiores explicações.
A festa – Ivan Ângelo
Li O homem duplicado, de José Saramago
O que aconteceria se você encontrasse alguém exatamente igual a... você? Noutra de suas premissas célebres (e se todos ficassem cegos?), José Saramago leva o leitor a uma estranha viagem entre nomes (Tertuliano Máximo Afonso detesta o próprio nome) (Antônio Claro é o verdadeiro nome do ator Daniel Santa-Clara) (o próprio autor chamar-se-ia José Sousa, não tivesse o oficial de registros acrescentado o apelido da família - nome da erva daninha da região do Ribatejo), relacionamentos, despersonalização e deslizes morais.
Aos que vêm o fantasma de Kafka a cada livro seu, o escritor português responde que "existem estórias Kafkianas desde antes de Kafka". E, sim, este senhor de quase 80 anos segue a linha direta dos que romperam com as estruturas formais do romance. Por isso, como artista do século 21, dá-se ao direito de beber na fonte da grande arte coletiva. E sampleia histórias, não autores. Saramago é bricolage.
Saramago, todos sabem, é fã da cantora norte-americana Edie Brickell, e teve a idéia de escrever o livro a partir da letra de The Wheel:
Somewhere there's somebody who looks just like you do.
Acts just like you do - feels the same way.
Somewhere there's a person in a far away place
with a different name and a face that looks like you
Não, nada disso. O escritor gosta de HQs da Marvel e da antológica série “O que aconteceria se...”, que entre outras proezas ressuscitou Fu-Manchu e libertou o Surfista Prateado da prisão invisível imposta por Galactus. Doutra feita, levou Marcelo Rubens Paiva (Blecaute) a congelar o tempo numa São Paulo em decomposição.
Não, não. Saramago gosta mesmo é de Roberto Carlos. A inspiração vem, portanto, da letra de O sósia, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos:
Tudo começou quando um certo dia
Eu liguei pro broto que há tempos eu não via
E o que ela disse me deixou zangado
Deixe de tolice, já tenho namorado
Fui a casa dela e lhe falei então
Para essa história quero explicação
Quando olhei pro lado, eu perdi a fala
Descobri um cara que tinha a minha cara
E até seu nome era igual ao meu
Um era demais eu sei não era eu
E na confusão meu broto desmaiou
O insight que determina a obra pouco interessa, nesses casos. Os seres humanos, em algum momento da vida, pensam na existência de um clone seu andando por aí. Um ser fisicamente idêntico e não as múltiplas personalidades plasmadas por nossos pensamentos contraditórios - como nas hilárias conversas entre Tertuliano Máximo Afonso e o senso comum.
O livro leva o leitor a refletir sobre o indivíduo não mais sob a chancela da filosofia, mas de uma metafísica de ateu, que não exige maiores explicações.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2004
Brasil, ano 504
A política econômica beneficiou os nichos de sempre e não merece maiores elogios. Diferente é o caso da política externa, em que o Brasil foi primoroso. A diplomacia foi o que tivemos de melhor no primeiro ano do governo Lula. A visita a nações belicosas (incluindo os Estados Unidos) e mercados em expansão atestam.
A melhor notícia do ano novo é o fichamento de norte-americanos nos aeroportos brasileiros. Nada contra os caras. Mas o princípio de reciprocidade diplomática alegado pelo juiz Julier Sebastião da Silva - o mesmo que mandou prender o chefe do crime organizado em Mato Grosso, João Arcanjo Ribeiro -, admitamos, é genial. Um avanço no combate à biopirataria.
A política econômica beneficiou os nichos de sempre e não merece maiores elogios. Diferente é o caso da política externa, em que o Brasil foi primoroso. A diplomacia foi o que tivemos de melhor no primeiro ano do governo Lula. A visita a nações belicosas (incluindo os Estados Unidos) e mercados em expansão atestam.
A melhor notícia do ano novo é o fichamento de norte-americanos nos aeroportos brasileiros. Nada contra os caras. Mas o princípio de reciprocidade diplomática alegado pelo juiz Julier Sebastião da Silva - o mesmo que mandou prender o chefe do crime organizado em Mato Grosso, João Arcanjo Ribeiro -, admitamos, é genial. Um avanço no combate à biopirataria.
sábado, 3 de janeiro de 2004
Bola ao cesto
Hoje tem basquete da NBA na TV aberta.
Coube à Rede TV assumir a transmissão dos jogos do melhor basquete do mundo, suprindo a lacuna da ESPN no fim de semana.
O primeiro jogo será Detroit Pistons x Golden State Warriors. Em seguida, Atlanta Hawks x Denver Nuggets.
O brasileiro Nenê defende os Nuggets e tem feito 11,5 pontos por partida.
Update às 0h: Que jogo!
Hoje tem basquete da NBA na TV aberta.
Coube à Rede TV assumir a transmissão dos jogos do melhor basquete do mundo, suprindo a lacuna da ESPN no fim de semana.
O primeiro jogo será Detroit Pistons x Golden State Warriors. Em seguida, Atlanta Hawks x Denver Nuggets.
O brasileiro Nenê defende os Nuggets e tem feito 11,5 pontos por partida.
Update às 0h: Que jogo!
sexta-feira, 2 de janeiro de 2004
terça-feira, 30 de dezembro de 2003
Ano novo
O governo Lula termina o primeiro ano de mandato com elogios de Maílson da Nóbrega e do mercado financeiro em geral.
George W. Bush autorizou o desmatamento de reserva ambiental no Alasca, para aquecer a economia americana. Também vai explorar petróleo no santuário ecológico.
Marcelo D2 consolida-se como poeta popular e ativista.
O preço do CD caiu.
Marco Maciel na Academia Brasileira de Letras.
O Dólar caiu.
O general Augusto Pinochet goza sua aposentadoria tranqüilamente, no Chile.
Saddam Husseim caiu.
Os Estados Unidos terminam o ano com mais um estado: o Iraque.
O governo Lula termina o primeiro ano de mandato com elogios de Maílson da Nóbrega e do mercado financeiro em geral.
George W. Bush autorizou o desmatamento de reserva ambiental no Alasca, para aquecer a economia americana. Também vai explorar petróleo no santuário ecológico.
Marcelo D2 consolida-se como poeta popular e ativista.
O preço do CD caiu.
Marco Maciel na Academia Brasileira de Letras.
O Dólar caiu.
O general Augusto Pinochet goza sua aposentadoria tranqüilamente, no Chile.
Saddam Husseim caiu.
Os Estados Unidos terminam o ano com mais um estado: o Iraque.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2003
Blogs
Blogs são singelos. Dolls e GIFs animados reeditam os anos 80. Blogs podem ser asquerosos. Pop-ups de patrocinadores assaltam a tela. Blogs são hype passageiro nas tardes de algumas pessoas, brincadeira eletrônica da burguesia escolarizada. Terapia, insônia, obsessão. Blogs são o outro lado do espelho. Blogs são um mistério. De cada 10 pessoas que utilizam a internet, menos de duas sabem o que é blog. E só uma em cada 50 já leu algum. Blogs são efêmeros. Mais de hum milhão de weblogs não sobrevivem às primeiras 24 horas. Bloggers pagam pau e descem a lenha.
Blogs são singelos. Dolls e GIFs animados reeditam os anos 80. Blogs podem ser asquerosos. Pop-ups de patrocinadores assaltam a tela. Blogs são hype passageiro nas tardes de algumas pessoas, brincadeira eletrônica da burguesia escolarizada. Terapia, insônia, obsessão. Blogs são o outro lado do espelho. Blogs são um mistério. De cada 10 pessoas que utilizam a internet, menos de duas sabem o que é blog. E só uma em cada 50 já leu algum. Blogs são efêmeros. Mais de hum milhão de weblogs não sobrevivem às primeiras 24 horas. Bloggers pagam pau e descem a lenha.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2003
domingo, 21 de dezembro de 2003
Leio
O homem duplicado - José Saramago
Li Budapeste, de Chico Buarque
José Costa, ghost-writer e personagem principal de Budapeste, tem pinta de blogger.
Autor anônimo que vê seu trabalho assinado por outros e vive feliz com isso, enlouquece em Budapeste entre palavras magiares indecifráveis. Ou enlouquece num Hotel do Rio de Janeiro, tanto faz. Importa é que Szoze Kósta, literato de fina estirpe cujo trabalho só é reconhecido por um seleto grupo de colegas de profissão, tem na incomunicabilidade com os que lhe cercam seu maior obstáculo.
O enredo fluido, a pesquisa dedicada e o amor pelas palavras e sua sonoridade fazem de Chico Buarque candidato ao time dos grandes escritores brasileiros da atualidade.
O homem duplicado - José Saramago
Li Budapeste, de Chico Buarque
José Costa, ghost-writer e personagem principal de Budapeste, tem pinta de blogger.
Autor anônimo que vê seu trabalho assinado por outros e vive feliz com isso, enlouquece em Budapeste entre palavras magiares indecifráveis. Ou enlouquece num Hotel do Rio de Janeiro, tanto faz. Importa é que Szoze Kósta, literato de fina estirpe cujo trabalho só é reconhecido por um seleto grupo de colegas de profissão, tem na incomunicabilidade com os que lhe cercam seu maior obstáculo.
O enredo fluido, a pesquisa dedicada e o amor pelas palavras e sua sonoridade fazem de Chico Buarque candidato ao time dos grandes escritores brasileiros da atualidade.
terça-feira, 16 de dezembro de 2003
O BlogGlob revela sua face
A Globo acaba de definir novas regras para seu serviço de blogs. Agora todos terão publicidade (pop-ups, forma mais nefasta impossível) e poderão ser usados para divulgar o serviço (produto?) em qualquer meio ou lugar.
A partir de agora, o serviço será pago. Os usuários podem criar até no máximo cinco páginas, desde que sejam assinantes da globo.com. Os conteúdos podem ser apagados a qualquer momento, se ferirem o código de conduta (palavrões nos logins, blogs do tipo "eu odeio qualquer artista do casting", fotos de nudez ou sexo, críticas diversas.)
O mais terrível: pelo contrato, o autor permite o usufruto perpétuo dos textos publicados, concedendo royalties às Organizações Globo. Para contestar as novas leis, fica eleito o Foro do Estado do Rio de Janeiro.
A medida atinge cidadãos portugueses e lusófonos mundo afora, que utilizam o BlogGlob.
Assombre-se aqui.
A Globo acaba de definir novas regras para seu serviço de blogs. Agora todos terão publicidade (pop-ups, forma mais nefasta impossível) e poderão ser usados para divulgar o serviço (produto?) em qualquer meio ou lugar.
A partir de agora, o serviço será pago. Os usuários podem criar até no máximo cinco páginas, desde que sejam assinantes da globo.com. Os conteúdos podem ser apagados a qualquer momento, se ferirem o código de conduta (palavrões nos logins, blogs do tipo "eu odeio qualquer artista do casting", fotos de nudez ou sexo, críticas diversas.)
O mais terrível: pelo contrato, o autor permite o usufruto perpétuo dos textos publicados, concedendo royalties às Organizações Globo. Para contestar as novas leis, fica eleito o Foro do Estado do Rio de Janeiro.
A medida atinge cidadãos portugueses e lusófonos mundo afora, que utilizam o BlogGlob.
Assombre-se aqui.
Leio
Budapeste – Chico Buarque
Li Dublinenses, de James Joyce
Os primeiros contos de James Joyce, espécie de short-cuts da própria família, dos amigos, dos desafetos. Ácidas referências a tradições e maneirismos irlandeses em livro que pouco lembra o esteta do período pós-Ulisses. Política, pedofilia, embriaguez e provincianismo em contos da velha Irlanda. Fundamental.
Budapeste – Chico Buarque
Li Dublinenses, de James Joyce
Os primeiros contos de James Joyce, espécie de short-cuts da própria família, dos amigos, dos desafetos. Ácidas referências a tradições e maneirismos irlandeses em livro que pouco lembra o esteta do período pós-Ulisses. Política, pedofilia, embriaguez e provincianismo em contos da velha Irlanda. Fundamental.
domingo, 14 de dezembro de 2003
sábado, 13 de dezembro de 2003
sexta-feira, 12 de dezembro de 2003
domingo, 7 de dezembro de 2003
Mondo cane
- Tive o consentimento dele. Está gravado em vídeo.
Armin Meiwes, o Canibal de Rotenburg, ao dirigir-se à corte alemã. Ele admite ter recrutado (via internet) e comido o engenheiro Bernd-Jurgen Brandes. Antes de morrer, Brandes teria autorizado o banquete e experimentado pedaços da própria carne. Juízes e jurados terão que assistir às fitas.
- Tive o consentimento dele. Está gravado em vídeo.
Armin Meiwes, o Canibal de Rotenburg, ao dirigir-se à corte alemã. Ele admite ter recrutado (via internet) e comido o engenheiro Bernd-Jurgen Brandes. Antes de morrer, Brandes teria autorizado o banquete e experimentado pedaços da própria carne. Juízes e jurados terão que assistir às fitas.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2003
Fábula
Então o artista finalmente percebeu que o povo só queria ver televisão. E ele lhes deu. Uma televisão imensa, a maior já construída, em pleno centro da cidade, com comerciais, noticiários, esportes, cultura inútil e pessoas paradas assistindo, dia após dia, ano após ano, a maior platéia jamais alcançada em qualquer outra época. Ele envelheceria e sobreviveria a fama, dinheiro e algumas dependências, embalado pelo sucesso de sua obra maior, a tal TV gigante. Arte democrática, a TV podia ser usada por todos. Filas gigantescas eram formadas na esperança de poder usar o controle remoto. Alguns passaram a morar perto do aparelho. Párias de todos os tipos e lugares vinha experimentar a novidade. O local passou a abrigar centenas, depois milhares de pessoas. Virou caso de saúde pública, insurreição popular, represálias governamentais, milícias armadas, grupos de extermínio, ultraviolência. Decretou-se toque de recolher e a repressão virou rotina. O artista, protegido pelo aparato tecnológico-informacional que somente a era do mercado nos concede, sobrevive.
Então o artista finalmente percebeu que o povo só queria ver televisão. E ele lhes deu. Uma televisão imensa, a maior já construída, em pleno centro da cidade, com comerciais, noticiários, esportes, cultura inútil e pessoas paradas assistindo, dia após dia, ano após ano, a maior platéia jamais alcançada em qualquer outra época. Ele envelheceria e sobreviveria a fama, dinheiro e algumas dependências, embalado pelo sucesso de sua obra maior, a tal TV gigante. Arte democrática, a TV podia ser usada por todos. Filas gigantescas eram formadas na esperança de poder usar o controle remoto. Alguns passaram a morar perto do aparelho. Párias de todos os tipos e lugares vinha experimentar a novidade. O local passou a abrigar centenas, depois milhares de pessoas. Virou caso de saúde pública, insurreição popular, represálias governamentais, milícias armadas, grupos de extermínio, ultraviolência. Decretou-se toque de recolher e a repressão virou rotina. O artista, protegido pelo aparato tecnológico-informacional que somente a era do mercado nos concede, sobrevive.
terça-feira, 2 de dezembro de 2003
Blogs
Vinte mil acessos depois admite-se perguntas do tipo: o que é ser blog? O que é ter blogger? Na zona que chamamos ciberespaço, os verbos podem confundir-se e a propriedade virar pessoa, que vira propriedade, como num desenho de Escher. Criatura que almeja ser criador. Por que no começo, bem no início, éramos a tela e eu, escondidos nas geocities (ou fortunecities) da vida, monotonamente ruminando obviedades. No começo era o verbo. E os gifs animados, espécie de orc da época.
A velha home-page, ao tornar-se blog, trouxe como efeito colateral a observação silenciosa de leitores nos Estados Unidos, Malásia, Canadá, Espanha, Japão... Brasileiros, talvez, já que o País tinha 9 mil blogs, dos quais dois terços inativos.
Havia, como ainda há, um voyeurismo exasperante, mas não havia, como ainda não há, o que fazer.
Os sistemas de comentários trouxeram alguma interação a este ambiente de egolatria e pixels, enquanto amigos (Vandré, Rubinho, Nei, Humberto, Sidenia, Saraiva) se desmaterializavam, viravam seres digitais. Cmo os faraós, nos encontramos em outra outra vida.
Linkei e fui linkado, diz a novilíngua. Outros criaram links para cá (com o perdão dos que não foram citados) e os mantêm, mesmo sem receber outro "em troca".
Blogs amigos, amigos bloggers.
Vinte mil acessos depois admite-se perguntas do tipo: o que é ser blog? O que é ter blogger? Na zona que chamamos ciberespaço, os verbos podem confundir-se e a propriedade virar pessoa, que vira propriedade, como num desenho de Escher. Criatura que almeja ser criador. Por que no começo, bem no início, éramos a tela e eu, escondidos nas geocities (ou fortunecities) da vida, monotonamente ruminando obviedades. No começo era o verbo. E os gifs animados, espécie de orc da época.
A velha home-page, ao tornar-se blog, trouxe como efeito colateral a observação silenciosa de leitores nos Estados Unidos, Malásia, Canadá, Espanha, Japão... Brasileiros, talvez, já que o País tinha 9 mil blogs, dos quais dois terços inativos.
Havia, como ainda há, um voyeurismo exasperante, mas não havia, como ainda não há, o que fazer.
Os sistemas de comentários trouxeram alguma interação a este ambiente de egolatria e pixels, enquanto amigos (Vandré, Rubinho, Nei, Humberto, Sidenia, Saraiva) se desmaterializavam, viravam seres digitais. Cmo os faraós, nos encontramos em outra outra vida.
Linkei e fui linkado, diz a novilíngua. Outros criaram links para cá (com o perdão dos que não foram citados) e os mantêm, mesmo sem receber outro "em troca".
Blogs amigos, amigos bloggers.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2003
sexta-feira, 28 de novembro de 2003
quinta-feira, 27 de novembro de 2003
Reunião de bacana
(Os Originais do Samba)
Todo mundo cantando esse refrão
Se gritar pega ladrão
Não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão
Não fica um
Você me chamou para esse pagode
Nem me avisou aqui não tem pobre
Até me pediu pra pisar de mansinho
Porque sou da cor eu sou escurinho
Aqui realmente está toda a nata
Doutores senhores até magnata
Com a bebedeira e a discussão
Tirei a minha conclusão
Lugar meu amigo é minha baixada
E ando tranquilo e ninguém me diz nada
E lá camburão não vai com a justiça
Pois não há ladrão e é boa a polícia
Lá até parece a Suécia bacana
Se leva o bagulho e se deixa a grana
Não é como esse ambiente pesado
Que voce me trouxe para ser roubado
(Os Originais do Samba)
Todo mundo cantando esse refrão
Se gritar pega ladrão
Não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão
Não fica um
Você me chamou para esse pagode
Nem me avisou aqui não tem pobre
Até me pediu pra pisar de mansinho
Porque sou da cor eu sou escurinho
Aqui realmente está toda a nata
Doutores senhores até magnata
Com a bebedeira e a discussão
Tirei a minha conclusão
Lugar meu amigo é minha baixada
E ando tranquilo e ninguém me diz nada
E lá camburão não vai com a justiça
Pois não há ladrão e é boa a polícia
Lá até parece a Suécia bacana
Se leva o bagulho e se deixa a grana
Não é como esse ambiente pesado
Que voce me trouxe para ser roubado
quarta-feira, 26 de novembro de 2003
Aeroporto
(Fellini)
Na entrada não se podia ver nem mesmo um espirro
Eles foram, eles foram
Uma foto deles algemados no aeroporto
Eles foram, eles foram
Não se viaja sempre solo per lavoro
No círio um garoto nos sapatos de um homem
Eles foram, eles foram
Um outro deles já estava morto
Não se viaja sempre solo per lavoro
Pelo tamanho dos cinzeiros, foi só um pequeno avião
Eles foram, eles foram
Uma foto deles algemados no aeroporto
Não se viaja sempre solo per lavoro
(Fellini)
Na entrada não se podia ver nem mesmo um espirro
Eles foram, eles foram
Uma foto deles algemados no aeroporto
Eles foram, eles foram
Não se viaja sempre solo per lavoro
No círio um garoto nos sapatos de um homem
Eles foram, eles foram
Um outro deles já estava morto
Não se viaja sempre solo per lavoro
Pelo tamanho dos cinzeiros, foi só um pequeno avião
Eles foram, eles foram
Uma foto deles algemados no aeroporto
Não se viaja sempre solo per lavoro
quinta-feira, 13 de novembro de 2003
Leio
Dublinenses - James Joyce
Li Viver para contar, de Gabriel García-Márquez
O interesse pela vida alheia, padrão característico em todos os estratos sociais, revela-se de muitas formas. Ao consumir a vida das celebridades julgamos estar mais próximos delas, íntimos e arbitrários, quebrando sua divindade.
A leitura de uma biografia, portanto, não será muito diferente de assistir ao TV Fama. As histórias de vida dignas de serem publicadas – qualidade discutível que satisfaz nossos instintos de caça às celebridades – solucionam esse incontrolável interesse pela intimidade alheia, mas privilegiam a indigência intelectual.
Esse não é o caso da biotrilogia do escritor colombiano Gabriel García-Márquez, cuja primeira parte já está disponível nas livrarias. Viver para contar (Record, 474 páginas) é muito diferente de suas obras de ficção. Não envereda pelo realismo fantástico de A incrível e triste história da Cândida Erêndira e sua avó desalmada, Olhos de cão azul, Doze contos peregrinos, e Cem anos de solidão. Não é um romance como O amor nos tempos do cólera e Do amor e outros demônios, nem o flerte com a História de O general em seu labirinto. O estilo é semelhante ao de Notícia de um seqüestro, mas a comparação ainda será ineficiente.
O fio narrativo, entre uma ou outra volta ao presente, concentra-se na juventude pobre, nos primeiros experimentos literários, na boemia interminável dos literatti nos anos 1950. Quase jornalismo, com serifas literárias de grande valor.
Dublinenses - James Joyce
Li Viver para contar, de Gabriel García-Márquez
O interesse pela vida alheia, padrão característico em todos os estratos sociais, revela-se de muitas formas. Ao consumir a vida das celebridades julgamos estar mais próximos delas, íntimos e arbitrários, quebrando sua divindade.
A leitura de uma biografia, portanto, não será muito diferente de assistir ao TV Fama. As histórias de vida dignas de serem publicadas – qualidade discutível que satisfaz nossos instintos de caça às celebridades – solucionam esse incontrolável interesse pela intimidade alheia, mas privilegiam a indigência intelectual.
Esse não é o caso da biotrilogia do escritor colombiano Gabriel García-Márquez, cuja primeira parte já está disponível nas livrarias. Viver para contar (Record, 474 páginas) é muito diferente de suas obras de ficção. Não envereda pelo realismo fantástico de A incrível e triste história da Cândida Erêndira e sua avó desalmada, Olhos de cão azul, Doze contos peregrinos, e Cem anos de solidão. Não é um romance como O amor nos tempos do cólera e Do amor e outros demônios, nem o flerte com a História de O general em seu labirinto. O estilo é semelhante ao de Notícia de um seqüestro, mas a comparação ainda será ineficiente.
O fio narrativo, entre uma ou outra volta ao presente, concentra-se na juventude pobre, nos primeiros experimentos literários, na boemia interminável dos literatti nos anos 1950. Quase jornalismo, com serifas literárias de grande valor.
domingo, 9 de novembro de 2003
Três notas e meia sobre rock n'roll
The Vines tenta ser Beatles, mas só consegue um efeito razoavelmente Oasis.
The Hives tenta ser Stones, mas acaba relendo Sex Pistols.
Coldplay, tentando Nick Cave, desandou em Radiohead.
De novidade do front, discos novos de bandas velhas, como Sonic Youth e New Order.
Certo pelo duvidoso, Vandré Fonseca foi à Galeria 24 de Maio e comprou aquele Jefferson Airplane importadão.
(Publicado há um ano, neste blog)
The Vines tenta ser Beatles, mas só consegue um efeito razoavelmente Oasis.
The Hives tenta ser Stones, mas acaba relendo Sex Pistols.
Coldplay, tentando Nick Cave, desandou em Radiohead.
De novidade do front, discos novos de bandas velhas, como Sonic Youth e New Order.
Certo pelo duvidoso, Vandré Fonseca foi à Galeria 24 de Maio e comprou aquele Jefferson Airplane importadão.
(Publicado há um ano, neste blog)
segunda-feira, 3 de novembro de 2003
Spam
Valium, Viagra, Xanax? Não, obrigado. Desculpe, investidor estrangeiro que pretende depositar milhares de dólares na minha conta bancária, mas hoje não dá. Não, não preciso de mais tempo com minha família, senhores do Trabalhe em Casa. Não tenho a menor idéia do que você está falando, Bruno Solano. Caro gerente da agência de viagens de Santa Catarina, infelizmente moro longe. E quanto a você, saiba que não falo servo-croata.
Valium, Viagra, Xanax? Não, obrigado. Desculpe, investidor estrangeiro que pretende depositar milhares de dólares na minha conta bancária, mas hoje não dá. Não, não preciso de mais tempo com minha família, senhores do Trabalhe em Casa. Não tenho a menor idéia do que você está falando, Bruno Solano. Caro gerente da agência de viagens de Santa Catarina, infelizmente moro longe. E quanto a você, saiba que não falo servo-croata.
sexta-feira, 31 de outubro de 2003
Persona non grata
O documentário de Oliver Stone sobre o conflito árabe-israelense é interessante, mas limitado aos últimos acontecimentos.
O filme de 67 minutos carece de informação histórica, mas acerta ao apresentar um panorama atualizado da situação. Peca, entretanto, pelo excesso de fontes israelenses em detrimento das poucas entrevistas com palestinos - Yasser Arafat não estava disponível.
O que mais choca em Persona non grata são as declarações absurdas do prêmio Nobel da Paz, Shimon Perez. Para ele, não é a pobreza que gera o terrorismo, mas o terrorismo que gera a pobreza. Ameaça sionista clássica. Na prática, significa a
demolição das casas dos parentes dos terroristas.
Quanto aos territórios ocupados em 1967, Perez é sarcástico: "Deixe que eles sonhem".
O documentário de Oliver Stone sobre o conflito árabe-israelense é interessante, mas limitado aos últimos acontecimentos.
O filme de 67 minutos carece de informação histórica, mas acerta ao apresentar um panorama atualizado da situação. Peca, entretanto, pelo excesso de fontes israelenses em detrimento das poucas entrevistas com palestinos - Yasser Arafat não estava disponível.
O que mais choca em Persona non grata são as declarações absurdas do prêmio Nobel da Paz, Shimon Perez. Para ele, não é a pobreza que gera o terrorismo, mas o terrorismo que gera a pobreza. Ameaça sionista clássica. Na prática, significa a
demolição das casas dos parentes dos terroristas.
Quanto aos territórios ocupados em 1967, Perez é sarcástico: "Deixe que eles sonhem".
terça-feira, 21 de outubro de 2003
Bike (Syd Barrett)
I've got a bike. You can ride it if you like.
It's got a basket, a bell that rings and
Things to make it look good.
I'd give it to you if I could, but I borrowed it.
You're the kind of girl that fits in with my world.
I'll give you anything, ev'rything if you want things.
I've got a cloak. It's a bit of a joke.
There's a tear up the front. It's red and black.
I've had it for months.
If you think it could look good, then I guess it should.
You're the kind of girl that fits in with my world.
I'll give you anything, ev'rything if you want things.
I know a mouse, and he hasn't got a house.
I don't know why. I call him Gerald.
He's getting rather old, but he's a good mouse.
You're the kind of girl that fits in with my world.
I'll give you anything, ev'rything if you want things.
I've got a clan of gingerbread men.
Here a man, there a man, lots of gingerbread men.
Take a couple if you wish. They're on the dish.
You're the kind of girl that fits in with my world.
I'll give you anything, ev'rything if you want things.
I know a room of musical tunes.
Some rhyme, some ching. Most of them are clockwork.
Let's go into the other room and make them work.
I've got a bike. You can ride it if you like.
It's got a basket, a bell that rings and
Things to make it look good.
I'd give it to you if I could, but I borrowed it.
You're the kind of girl that fits in with my world.
I'll give you anything, ev'rything if you want things.
I've got a cloak. It's a bit of a joke.
There's a tear up the front. It's red and black.
I've had it for months.
If you think it could look good, then I guess it should.
You're the kind of girl that fits in with my world.
I'll give you anything, ev'rything if you want things.
I know a mouse, and he hasn't got a house.
I don't know why. I call him Gerald.
He's getting rather old, but he's a good mouse.
You're the kind of girl that fits in with my world.
I'll give you anything, ev'rything if you want things.
I've got a clan of gingerbread men.
Here a man, there a man, lots of gingerbread men.
Take a couple if you wish. They're on the dish.
You're the kind of girl that fits in with my world.
I'll give you anything, ev'rything if you want things.
I know a room of musical tunes.
Some rhyme, some ching. Most of them are clockwork.
Let's go into the other room and make them work.
segunda-feira, 20 de outubro de 2003
domingo, 19 de outubro de 2003
sábado, 18 de outubro de 2003
Jaz
Que dizem os homens-bomba quando explodem a si mesmos diante de espectadores perplexos? Que discurso guardam para esse momento? Que palavras conservam em sua curta memória de jovem suicida? Palavras políticas, cruéis, cínicas, pessoais?
Como reagem os eleitos para desvendar, com o homem-bomba, os mistérios da morte? O filme da sua vida passa-lhe diante dos olhos? Que dizem ao mujahedin?
No futuro, os homens-bomba se converterão em repórteres-bomba, com seus repórteres-cinematográficos-bomba, e transmitirão via satélite as carnificinas mais espetaculares da televisão. O discurso, antes só disponível para os infelizes que eram despedaçados, poderá ser apreciado em diversos formatos.
Que dizem os homens-bomba quando explodem a si mesmos diante de espectadores perplexos? Que discurso guardam para esse momento? Que palavras conservam em sua curta memória de jovem suicida? Palavras políticas, cruéis, cínicas, pessoais?
Como reagem os eleitos para desvendar, com o homem-bomba, os mistérios da morte? O filme da sua vida passa-lhe diante dos olhos? Que dizem ao mujahedin?
No futuro, os homens-bomba se converterão em repórteres-bomba, com seus repórteres-cinematográficos-bomba, e transmitirão via satélite as carnificinas mais espetaculares da televisão. O discurso, antes só disponível para os infelizes que eram despedaçados, poderá ser apreciado em diversos formatos.
sexta-feira, 10 de outubro de 2003
A transgenia, para leigos
Todo alimento que tem sua estrutura orgânica modificada em laboratório representa perigo iminente para a saúde dos consumidores. A quebra do código genético das espécies é para sempre, mas os testes desses produtos são realizados em ratos pelos próprios fabricantes por tempo demasiado curto - medido em semanas - e não incluem verificação dos efeitos de médio e longo prazo na saúde humana. Dessa forma, ingerir alimento transgênico equivale a praticar roleta russa.
O caso da soja RR é emblemático. Graças à pressão de latifundiários gaúchos, já temos em território nacional os experimentos mengelianos da Monsanto, corporação norte-americana de estreito relacionamento com a Casa Branca, responsável pela brilhante idéia de incluir um gene humano (!) no DNA da soja. Se canibalismo é uma expressão exagerada, aceito sugestões.
Para quem acha que entramos para o clubinho dos transgênicos somente agora, lembramos que vários produtos largamente consumidos no Brasil já contêm alimentos geneticamente modificados. Segue a lista fornecida pelo Greenpeace:
- Nestogeno, da Nestle do Brasil, fórmula infantil a base de leite e soja para lactentes contaminado com 0,1% de soja RR;
- Pringles Original, da Procter & Gamble, batata frita contaminada com milho Bt 176 da Novartis;
- Salsicha Swift, da Swift Armour, salsichas do tipo Viena contaminadas com 3,9% de soja RR;
- Sopa Knorr, da Refinações de Milho Brasil, mistura para sopa sabor creme de milho verde contaminada com 4,7% de soja RR;
- Cup Noodles, da Nissin Ajinomoto, macarrão instantâneo sabor galinha contaminado com 4,5% de soja RR;
- Cereal Shake Diet, da Olvebra Industrial, alimento para dietas contaminado com 1,5% de soja RR;
- Bacos da Gourmand Alimentos (2 lotes diferentes), chips sabor bacon contaminados com 8,7% de soja RR;
- ProSobee, da Bristol-Myers, formula nao lactea a base de proteína de soja contaminada com 1,9% de soja RR;
- Soy Milk, da Ovebra Industrial, alimento a base de soja contaminado com menos de 0,1% de soja RR;
- Supra Soy, da Jospar, alimento a base de soro de leite e proteina isolada de soja contaminado com 0,7% de soja RR.
Todo alimento que tem sua estrutura orgânica modificada em laboratório representa perigo iminente para a saúde dos consumidores. A quebra do código genético das espécies é para sempre, mas os testes desses produtos são realizados em ratos pelos próprios fabricantes por tempo demasiado curto - medido em semanas - e não incluem verificação dos efeitos de médio e longo prazo na saúde humana. Dessa forma, ingerir alimento transgênico equivale a praticar roleta russa.
O caso da soja RR é emblemático. Graças à pressão de latifundiários gaúchos, já temos em território nacional os experimentos mengelianos da Monsanto, corporação norte-americana de estreito relacionamento com a Casa Branca, responsável pela brilhante idéia de incluir um gene humano (!) no DNA da soja. Se canibalismo é uma expressão exagerada, aceito sugestões.
Para quem acha que entramos para o clubinho dos transgênicos somente agora, lembramos que vários produtos largamente consumidos no Brasil já contêm alimentos geneticamente modificados. Segue a lista fornecida pelo Greenpeace:
- Nestogeno, da Nestle do Brasil, fórmula infantil a base de leite e soja para lactentes contaminado com 0,1% de soja RR;
- Pringles Original, da Procter & Gamble, batata frita contaminada com milho Bt 176 da Novartis;
- Salsicha Swift, da Swift Armour, salsichas do tipo Viena contaminadas com 3,9% de soja RR;
- Sopa Knorr, da Refinações de Milho Brasil, mistura para sopa sabor creme de milho verde contaminada com 4,7% de soja RR;
- Cup Noodles, da Nissin Ajinomoto, macarrão instantâneo sabor galinha contaminado com 4,5% de soja RR;
- Cereal Shake Diet, da Olvebra Industrial, alimento para dietas contaminado com 1,5% de soja RR;
- Bacos da Gourmand Alimentos (2 lotes diferentes), chips sabor bacon contaminados com 8,7% de soja RR;
- ProSobee, da Bristol-Myers, formula nao lactea a base de proteína de soja contaminada com 1,9% de soja RR;
- Soy Milk, da Ovebra Industrial, alimento a base de soja contaminado com menos de 0,1% de soja RR;
- Supra Soy, da Jospar, alimento a base de soro de leite e proteina isolada de soja contaminado com 0,7% de soja RR.
segunda-feira, 29 de setembro de 2003
Li Stupid white men, de Michael Moore
O provocador Moore escreve sobre tudo o que boa parte da população dos Estados Unidos gostaria de dizer sobre seu país, mas não pode ou não quer falar.
Se a terra das liberdades civis gera descontentes como MM e sua prosa ferina, pode gerar um movimento de massas que defenda idéias simples como saúde pública, assistência social e a preservação do meio-ambiente.
Segundo o dicionário político do verde Michael Moore, democratas fingem que vão fazer alguma coisa boa e depois traem a todos enquanto republicanos mostram que vão fazer o mal desde o princípio. Um livro de ativismo.
Leio
Viver para contar - Gabriel García-Márquez
O provocador Moore escreve sobre tudo o que boa parte da população dos Estados Unidos gostaria de dizer sobre seu país, mas não pode ou não quer falar.
Se a terra das liberdades civis gera descontentes como MM e sua prosa ferina, pode gerar um movimento de massas que defenda idéias simples como saúde pública, assistência social e a preservação do meio-ambiente.
Segundo o dicionário político do verde Michael Moore, democratas fingem que vão fazer alguma coisa boa e depois traem a todos enquanto republicanos mostram que vão fazer o mal desde o princípio. Um livro de ativismo.
Leio
Viver para contar - Gabriel García-Márquez
sexta-feira, 26 de setembro de 2003
segunda-feira, 22 de setembro de 2003
Um Fausto
- Faço um pacto com você, disse Robert Johnson.
- Prossiga, disse Mefistófeles
- ...se todos escutarem minha música.
- De acordo, disse Mefistófeles.
No dia seguinte, um marido traído mata Robert Johnson. Sua música, eternizada como um blues bastante original está na raiz da raiz do rock n' roll. Anos depois, em entrevista à Rolling Stone, Mefistófeles admitiria que seu serviço de reclamações não lhe encaminhara nenhuma queixa, razão pela qual já havia substituído os responsáveis.
- Faço um pacto com você, disse Robert Johnson.
- Prossiga, disse Mefistófeles
- ...se todos escutarem minha música.
- De acordo, disse Mefistófeles.
No dia seguinte, um marido traído mata Robert Johnson. Sua música, eternizada como um blues bastante original está na raiz da raiz do rock n' roll. Anos depois, em entrevista à Rolling Stone, Mefistófeles admitiria que seu serviço de reclamações não lhe encaminhara nenhuma queixa, razão pela qual já havia substituído os responsáveis.
sábado, 20 de setembro de 2003
sexta-feira, 19 de setembro de 2003
Leio
ABRAMO, Cláudio. A regra do jogo. São Paulo, Cia. das Letras, 1988.
ARENDT, Hanna. Entre o passado e o futuro. São Paulo, Perspectiva, 1972.
BENVENISTE, E. O aparelho formal da enunciação. Problemas de Lingüística Geral. Campinas, Pontes, 1989.
CANCLINI, Nestor. Culturas híbridas. São Paulo, Edusp, 1997. (Ensaios Latino-Americanos nº 1).
CHAPARRO, M.C.C. Sotaques d?Aquém e d?Além Mar ? Percursos e Gêneros do Jornalismo Português e Brasileiro. Santarém, Portugal, Jortejo Editora, 1998.
DYSON, Esther. Release 2.0: A design for living in a digital age. New York, Broadway Books, 1997.
FREITAS, Jeanne Marie Machado de. Comunicação e psicanálise. São Paulo, Ed. Pulsional, 1994.
FREUD, S. O mal-estar da civilização. Obras Completas, vol.XIV. Rio de Janeiro, Imago, 1983.
GANS, H. Deciding What?s news. New York, Vintago Parks, 1980.
GOMES, Mayra Rodrigues. Jornalismo e Ciências da Linguagem. São Paulo, Edusp & Hacker Editores, 2000.
GRAMSCI, Antônio. Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro, Civilização, 1968.
HABERMAS, Jürgen. Teoría de la acción comunicativa I y II. Madrid, Taurus, 1987.
HAGEL, John III, and ARMSTRONG, Arthur G. net.gain: expanding markets through virtual communities. Boston: Harvard School Press, 1997.
KOYRÉ, A. Estudos de história do pensamento científico. Brasília, Ed. Unb, 1982.
KRISTEVA, J. História da Linguagem. Portugal, Edições 70, 1994.
KUCINSKI, Bernardo. Jornalistas e revolucionários; nos tempos da imprensa alternativa. São Paulo, Scritta, 1991.
KUHN, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo, Perspectiva, 1976.
LÉVI-STRAUSS, C. Introdução à obra de Marcel Mauss. MAUSS, M. Antropologia e Sociologia, vol. I, São Paulo, Edusp, 1974.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. São Paulo, Editora 34, 1993.
LÉVY, Pierre. O que é o virtual? São Paulo, Editora 34, 1996.
LYOTARD, J.F. O pós-moderno. Rio de Janeiro, José Olympio, 1988.
MARCONDES, Ciro. Jornalismo ?fin de siècle?. São Paulo, Scritta, 1993.
MARTIN-BARBERO, Jesus. Dos meios às mediações ? comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro, UFRJ, 1997.
MEDINA, Cremilda de Araújo. Entrevista, o diálogo possível. São Paulo, Ática, 1986
MEDINA, Cremilda. Notícia, um produto à venda. Jornalismo na sociedade urbana industrial. São Paulo, Summus, 3a.ed., 1989.
NEGROPONTE, Nicholas. A vida digital. São Paulo, Cia. das Letras, 1995.
ORTIZ, Renato. Mundialização e cultura. 2.ed. São Paulo, Brasiliense, 1994.
PERRONE, L. Rumor da língua. São Paulo, Razão Social, 1992.
SANTAELLA, Lúcia. Cultura das mídias. São Paulo, Razão Social, 1992.
SANTOS, Boaventura de Souza. Introdução a uma ciência pós-moderna. Rio de Janeiro, Graal,
1989.
SFEZ, L. Crítica da comunicação. Trad. Gonçalves, M. Sobral. São Paulo, Ed. Loyola, 1994.
TAPPSCOTT, Don. Economia digital. São Paulo, Makron Books, 1997.
TUCHMAN, G. La producción de la notícia. Estudios sobre la construcción de la realidad. México, Gustavo Gilli, 1983.
WEBER, M. A política como vocação. Rio de Janeiro, Zahar, 1963.
ABRAMO, Cláudio. A regra do jogo. São Paulo, Cia. das Letras, 1988.
ARENDT, Hanna. Entre o passado e o futuro. São Paulo, Perspectiva, 1972.
BENVENISTE, E. O aparelho formal da enunciação. Problemas de Lingüística Geral. Campinas, Pontes, 1989.
CANCLINI, Nestor. Culturas híbridas. São Paulo, Edusp, 1997. (Ensaios Latino-Americanos nº 1).
CHAPARRO, M.C.C. Sotaques d?Aquém e d?Além Mar ? Percursos e Gêneros do Jornalismo Português e Brasileiro. Santarém, Portugal, Jortejo Editora, 1998.
DYSON, Esther. Release 2.0: A design for living in a digital age. New York, Broadway Books, 1997.
FREITAS, Jeanne Marie Machado de. Comunicação e psicanálise. São Paulo, Ed. Pulsional, 1994.
FREUD, S. O mal-estar da civilização. Obras Completas, vol.XIV. Rio de Janeiro, Imago, 1983.
GANS, H. Deciding What?s news. New York, Vintago Parks, 1980.
GOMES, Mayra Rodrigues. Jornalismo e Ciências da Linguagem. São Paulo, Edusp & Hacker Editores, 2000.
GRAMSCI, Antônio. Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro, Civilização, 1968.
HABERMAS, Jürgen. Teoría de la acción comunicativa I y II. Madrid, Taurus, 1987.
HAGEL, John III, and ARMSTRONG, Arthur G. net.gain: expanding markets through virtual communities. Boston: Harvard School Press, 1997.
KOYRÉ, A. Estudos de história do pensamento científico. Brasília, Ed. Unb, 1982.
KRISTEVA, J. História da Linguagem. Portugal, Edições 70, 1994.
KUCINSKI, Bernardo. Jornalistas e revolucionários; nos tempos da imprensa alternativa. São Paulo, Scritta, 1991.
KUHN, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo, Perspectiva, 1976.
LÉVI-STRAUSS, C. Introdução à obra de Marcel Mauss. MAUSS, M. Antropologia e Sociologia, vol. I, São Paulo, Edusp, 1974.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. São Paulo, Editora 34, 1993.
LÉVY, Pierre. O que é o virtual? São Paulo, Editora 34, 1996.
LYOTARD, J.F. O pós-moderno. Rio de Janeiro, José Olympio, 1988.
MARCONDES, Ciro. Jornalismo ?fin de siècle?. São Paulo, Scritta, 1993.
MARTIN-BARBERO, Jesus. Dos meios às mediações ? comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro, UFRJ, 1997.
MEDINA, Cremilda de Araújo. Entrevista, o diálogo possível. São Paulo, Ática, 1986
MEDINA, Cremilda. Notícia, um produto à venda. Jornalismo na sociedade urbana industrial. São Paulo, Summus, 3a.ed., 1989.
NEGROPONTE, Nicholas. A vida digital. São Paulo, Cia. das Letras, 1995.
ORTIZ, Renato. Mundialização e cultura. 2.ed. São Paulo, Brasiliense, 1994.
PERRONE, L. Rumor da língua. São Paulo, Razão Social, 1992.
SANTAELLA, Lúcia. Cultura das mídias. São Paulo, Razão Social, 1992.
SANTOS, Boaventura de Souza. Introdução a uma ciência pós-moderna. Rio de Janeiro, Graal,
1989.
SFEZ, L. Crítica da comunicação. Trad. Gonçalves, M. Sobral. São Paulo, Ed. Loyola, 1994.
TAPPSCOTT, Don. Economia digital. São Paulo, Makron Books, 1997.
TUCHMAN, G. La producción de la notícia. Estudios sobre la construcción de la realidad. México, Gustavo Gilli, 1983.
WEBER, M. A política como vocação. Rio de Janeiro, Zahar, 1963.
sábado, 13 de setembro de 2003
P2P ameaçado
A perseguição começou com o Napster. Agora Kazaa e outros programas de trocas de arquivos estão sendo alvo de investigação policial. Já houve inquérito que virou processo que virou sentença que virou condenação nos Estados Unidos.
Desconheço se havia "produção industrial" de CDs que justificasse a condenação dos usuários desses programas. Talvez até comandassem um esquema de vendas de MP3 e sejam considerados criminosos, mas a medida tem como objetivo inibir o usuário direto, que pelo menos em teoria é proprietário do que compartilha.
E assim, o tráfego (tráfico?) de arquivos em programas do tipo P2P (peer to peer ou person to person ou de pessoa para pessoa) entra para a lista das atividades ilegais. O caráter coercitivo, entretanto, não diminui os picos de 4 milhões de usuários trocando arquivos e tornando-se (por que não?) consumidores potenciais da desconfiada indústria fonográfica.
A perseguição começou com o Napster. Agora Kazaa e outros programas de trocas de arquivos estão sendo alvo de investigação policial. Já houve inquérito que virou processo que virou sentença que virou condenação nos Estados Unidos.
Desconheço se havia "produção industrial" de CDs que justificasse a condenação dos usuários desses programas. Talvez até comandassem um esquema de vendas de MP3 e sejam considerados criminosos, mas a medida tem como objetivo inibir o usuário direto, que pelo menos em teoria é proprietário do que compartilha.
E assim, o tráfego (tráfico?) de arquivos em programas do tipo P2P (peer to peer ou person to person ou de pessoa para pessoa) entra para a lista das atividades ilegais. O caráter coercitivo, entretanto, não diminui os picos de 4 milhões de usuários trocando arquivos e tornando-se (por que não?) consumidores potenciais da desconfiada indústria fonográfica.
quinta-feira, 11 de setembro de 2003
Novilíngua
Militares ligados ao Governo dos Estados Unidos forjaram os atentados de 11 de Setembro de 2001. Tudo não passou de uma grande farsa.
Quem disse?Ele.
Militares ligados ao Governo dos Estados Unidos forjaram os atentados de 11 de Setembro de 2001. Tudo não passou de uma grande farsa.
Quem disse?Ele.
quarta-feira, 10 de setembro de 2003
sexta-feira, 5 de setembro de 2003
quinta-feira, 4 de setembro de 2003
Leio
Stupid White Men - Michael Moore
Li Leviatã, de Paul Auster
A narrativa em primeira pessoa define o projeto desta novela, em que narrador e narrado dividem - dividem com o sentido de conviver, compartilhar - a consciência do autor. Este joga com o leitor o tempo todo, brincando de arte que imita a vida. Não existem trechos do livro dentro do livro, mas aprendemos a respeitar a obra desconhecida por conta do autor-personagem Benjamin Sachs. E talvez seja melhor assim. O recurso afasta o leitor das especulações em torno da morte De Sachs. Como em Crônica de uma morte anunciada, de Gabriel García-Marquez, sabemos quem morre desde o início.
Diferente da bandeira que parece tanto dividir quanto unir as pessoas, a estátua (da Liberdade) é um símbolo que não causa controvérsia. Se muitos americanos têm orgulho de sua bandeira, outros se envergonham dela; para cada pessoa que a tem como um símbolo sagrado, há outra que gostaria de cuspir sobre ela ou atear-lhe fogo, ou arrastá-la pela lama. (p. 212)
Stupid White Men - Michael Moore
Li Leviatã, de Paul Auster
A narrativa em primeira pessoa define o projeto desta novela, em que narrador e narrado dividem - dividem com o sentido de conviver, compartilhar - a consciência do autor. Este joga com o leitor o tempo todo, brincando de arte que imita a vida. Não existem trechos do livro dentro do livro, mas aprendemos a respeitar a obra desconhecida por conta do autor-personagem Benjamin Sachs. E talvez seja melhor assim. O recurso afasta o leitor das especulações em torno da morte De Sachs. Como em Crônica de uma morte anunciada, de Gabriel García-Marquez, sabemos quem morre desde o início.
Diferente da bandeira que parece tanto dividir quanto unir as pessoas, a estátua (da Liberdade) é um símbolo que não causa controvérsia. Se muitos americanos têm orgulho de sua bandeira, outros se envergonham dela; para cada pessoa que a tem como um símbolo sagrado, há outra que gostaria de cuspir sobre ela ou atear-lhe fogo, ou arrastá-la pela lama. (p. 212)
segunda-feira, 1 de setembro de 2003
Sobre Wanderley, Takamine e o Diabo
Um flash-mob na madrugada de sábado reuniu num fliperama da Vila Madalena os escribas do Zhuada, Um dia Gnóstico e e-pístolas. Os três, que assinam o famigerado Canaimé, produziram na algaravia sonora da madrugada o primeiro de uma série de manifestos dadaístas chamados apropriadamente de Wanderley, Takamine e o Diabo. O resto é lenda do ciberespaço.
Um flash-mob na madrugada de sábado reuniu num fliperama da Vila Madalena os escribas do Zhuada, Um dia Gnóstico e e-pístolas. Os três, que assinam o famigerado Canaimé, produziram na algaravia sonora da madrugada o primeiro de uma série de manifestos dadaístas chamados apropriadamente de Wanderley, Takamine e o Diabo. O resto é lenda do ciberespaço.
sábado, 30 de agosto de 2003
Wanderley, Takamine e o Diabo
São Paulo - Vamos registrar o que estamos conversando. É tudo que foi gravado até aqui, neste século, não sei, talvez sabão, projetos gráficos, sabão, tem a mesma origem gráfica, mas time levou tudo praticamente, depois do, de, do, mestre de lá, não é cuteireres, gutem, pô cara, literatura pura, dez, treze, 834, minha, talvez, ... leitura, muito louca, louco, objetivo, litero, absoluto, tudo e nada, língua, será?, qual? Não sou tudo, só poesia, você sempre registra, você sintetiza, ideologia, Leminski, Boldo, Jorge, todos podemos fazer, afinal, o vivo. E outra, espero que ele escreva não isso mesmo que vai acontecer, mas você tem que falar um pouquinho, buraco desse jeito, aquele lance todo que aconteceu, o carro tem que ter digitamento para escrever o que vier na memória é um tormento é uma frase, é uma fase. Uma fase que a gente. Uma fase que a gente... que a gente. Senta o pé, senta a pua. A centopéia está na rua.
sexta-feira, 29 de agosto de 2003
terça-feira, 19 de agosto de 2003
Adeus a Vieira de Melo
O diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Melo, alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, morreu num atentado a bomba hoje, em Bagdá.
Vieira de Melo chefiou equipes humanitárias em Kosovo e Ruanda, atuou na reconstrução e nas primeiras eleições livres do Timor Leste e era o representante oficial da ONU no Iraque ocupado. Um brasileiro exemplar.
Update às 21h - Imolação
O diplomata brasileiro morreu por culpa exclusiva de uma, no máximo duas pessoas. E não falo de homens-bomba.
Vê-se que o prédio da ONU foi atacado por algum grupo obtuso e desprovido de qualquer ideologia política. A ação é lamentável e descabida. O terrorismo original é atitude extrema de sacrifício, mas nasce da opressão e da consciência de que a opressão pode ser interminável. Se há atentados contra as tropas norte-americanas, é fato compreensível. O ataque às Nações Unidas é estranho. Até hoje, somente Estados Unidos e Grã-Bretanha trataram a ONU como lixo, ao invadir o país de Saddam Husseim.
Os acéfalos que atacaram a ONU sacrificam indefesos mas os únicos responsáveis pelo banho de sangue no Iraque chamam-se George W. Bush e Tony Blair. O sangue de Sérgio Vieira de Melo mancha suas mãos.
O diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Melo, alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, morreu num atentado a bomba hoje, em Bagdá.
Vieira de Melo chefiou equipes humanitárias em Kosovo e Ruanda, atuou na reconstrução e nas primeiras eleições livres do Timor Leste e era o representante oficial da ONU no Iraque ocupado. Um brasileiro exemplar.
Update às 21h - Imolação
O diplomata brasileiro morreu por culpa exclusiva de uma, no máximo duas pessoas. E não falo de homens-bomba.
Vê-se que o prédio da ONU foi atacado por algum grupo obtuso e desprovido de qualquer ideologia política. A ação é lamentável e descabida. O terrorismo original é atitude extrema de sacrifício, mas nasce da opressão e da consciência de que a opressão pode ser interminável. Se há atentados contra as tropas norte-americanas, é fato compreensível. O ataque às Nações Unidas é estranho. Até hoje, somente Estados Unidos e Grã-Bretanha trataram a ONU como lixo, ao invadir o país de Saddam Husseim.
Os acéfalos que atacaram a ONU sacrificam indefesos mas os únicos responsáveis pelo banho de sangue no Iraque chamam-se George W. Bush e Tony Blair. O sangue de Sérgio Vieira de Melo mancha suas mãos.
sexta-feira, 15 de agosto de 2003
Kafka pop
Rubens Rusche, que fez competente montagem de Fim de Jogo, de Samuel Beckett, agora dirige um dos mais famosos textos de Franz Kafka, em cartaz no Teatro da ECA/USP (Avenida Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, nº 215, Cidade Universitária – São Paulo - 5ª a Sábado às 21h e Domingo às 20h), grátis, até domingo.
Em O Processo, Rusche fragmentou a mente de Josef K. em mil pedaços e a recompôs em diferentes pontos do palco, fazendo desta peça um exercício de imaginação e humor que pode até desagradar a fiéis leitores do escritor tcheco (fiéis a ele ou às suas obsessões?), mas soluciona um problema clássico nas montagens de textos kafkianos: a dificuldade de adaptar trechos que são demasiados sensoriais para o palco.
Fica a questão: encenar Kafka de uma maneira pop criará interesse nos espectadores pela obra escrita? Em caso positivo, a surpresa terá sido agradável?
Rubens Rusche, que fez competente montagem de Fim de Jogo, de Samuel Beckett, agora dirige um dos mais famosos textos de Franz Kafka, em cartaz no Teatro da ECA/USP (Avenida Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, nº 215, Cidade Universitária – São Paulo - 5ª a Sábado às 21h e Domingo às 20h), grátis, até domingo.
Em O Processo, Rusche fragmentou a mente de Josef K. em mil pedaços e a recompôs em diferentes pontos do palco, fazendo desta peça um exercício de imaginação e humor que pode até desagradar a fiéis leitores do escritor tcheco (fiéis a ele ou às suas obsessões?), mas soluciona um problema clássico nas montagens de textos kafkianos: a dificuldade de adaptar trechos que são demasiados sensoriais para o palco.
Fica a questão: encenar Kafka de uma maneira pop criará interesse nos espectadores pela obra escrita? Em caso positivo, a surpresa terá sido agradável?
Li Os Versos Satânicos, de Salman Rushdie
Talvez Salman Rushdie seja um dos poucos escritores em quem podemos depositar nossas esperanças de uma literatura de transição, que assuma a pós-modernidade que desejamos: human(ist)a sem prescindir da tecnologia, inteligente sem sectarismo. Não se trata de Willian Gibson, para quem é cômodo falar do futuro, ainda que imediato, nem de experimentalismos léxicos joyceanos. Trata-se de secularização.
No livro, dois homens caem de um avião em alucinada aventura entre o Ocidente e o Oriente. Peregrinos sedentos, poetas eunucos, comerciais de televisão, províncias metropolitanas, metrópoles provincianas, despersonalização e cultura pop completam o quadro. Impossível entender porque a interpretação livre do Alcorão lhe valeu uma condenação à morte.
As reflexões do escritor sobre identidade, cultura e exílio, não por acidente inundam a mente da personagem Saladin Samcha. Versos Satânicos traz o incrívelfantásticoextraordinário para a sala de jantar, o que é convite para devorá-lo imediatamente. Mas deve-se consumir em pequenas doses.
Leio
Leviatã - Paul Auster
Talvez Salman Rushdie seja um dos poucos escritores em quem podemos depositar nossas esperanças de uma literatura de transição, que assuma a pós-modernidade que desejamos: human(ist)a sem prescindir da tecnologia, inteligente sem sectarismo. Não se trata de Willian Gibson, para quem é cômodo falar do futuro, ainda que imediato, nem de experimentalismos léxicos joyceanos. Trata-se de secularização.
No livro, dois homens caem de um avião em alucinada aventura entre o Ocidente e o Oriente. Peregrinos sedentos, poetas eunucos, comerciais de televisão, províncias metropolitanas, metrópoles provincianas, despersonalização e cultura pop completam o quadro. Impossível entender porque a interpretação livre do Alcorão lhe valeu uma condenação à morte.
As reflexões do escritor sobre identidade, cultura e exílio, não por acidente inundam a mente da personagem Saladin Samcha. Versos Satânicos traz o incrívelfantásticoextraordinário para a sala de jantar, o que é convite para devorá-lo imediatamente. Mas deve-se consumir em pequenas doses.
Leio
Leviatã - Paul Auster
quarta-feira, 13 de agosto de 2003
Na tela
O novo filme de Woody Allen, Dirigindo no escuro, é bastante comercial, o que sugere análises instantâneas do tipo Allen consegue equilibrar inteligência com humor banal. Na falta de explicação melhor para a história do diretor de cinema que fica temporariamente cego, digamos que o último filme de Woody Allen é menos inteligente e muito, muito mais engraçado.
O novo filme de Woody Allen, Dirigindo no escuro, é bastante comercial, o que sugere análises instantâneas do tipo Allen consegue equilibrar inteligência com humor banal. Na falta de explicação melhor para a história do diretor de cinema que fica temporariamente cego, digamos que o último filme de Woody Allen é menos inteligente e muito, muito mais engraçado.
domingo, 10 de agosto de 2003
quinta-feira, 7 de agosto de 2003
Morto
Aconteceu. O patriarca das Organizações Globo morreu de verdade. Roberto Marinho foi um dos caras que mais vezes morreu nos trotes entre jornalistas, um dos cadáveres mais aguardados de todos os tempos. Marinho entra para a história como um dos maiores empresários de comunicação do Brasil, áulico de Willian Randolph Hearst, proxeneta da Ditadura, lobista-mor do país do Carnaval.
Aconteceu. O patriarca das Organizações Globo morreu de verdade. Roberto Marinho foi um dos caras que mais vezes morreu nos trotes entre jornalistas, um dos cadáveres mais aguardados de todos os tempos. Marinho entra para a história como um dos maiores empresários de comunicação do Brasil, áulico de Willian Randolph Hearst, proxeneta da Ditadura, lobista-mor do país do Carnaval.
quarta-feira, 6 de agosto de 2003
90 a 82
Que o time de basquete masculino seja recebido com honras militares na volta ao Brasil. Derrotar os Estados Unidos é feito digno de louvor. Marcelinho, Guilherme, Tiago, Demetrius, Varejão e companhia, orgulho nacional, agora só têm que ganhar da República Dominicana (hoje às 22) para levar o ouro no Panamericano.
Que o time de basquete masculino seja recebido com honras militares na volta ao Brasil. Derrotar os Estados Unidos é feito digno de louvor. Marcelinho, Guilherme, Tiago, Demetrius, Varejão e companhia, orgulho nacional, agora só têm que ganhar da República Dominicana (hoje às 22) para levar o ouro no Panamericano.
segunda-feira, 4 de agosto de 2003
sábado, 2 de agosto de 2003
Gêmeos [23 mai a 22 jun]
Você é comunicativo, curioso, bem humorado, inteligente e tem duas caras. Sua inconstância e preguiça fazem de você um manipulador de primeira. Você não liga pro que os outros sentem e adora distribuir chifres por aí. Geminianos costumam fazer muito sucesso como professores, na política, no circo, na novela das oito e pulando cerca.
Os outros 11 signos, sem piedade, aqui.
Você é comunicativo, curioso, bem humorado, inteligente e tem duas caras. Sua inconstância e preguiça fazem de você um manipulador de primeira. Você não liga pro que os outros sentem e adora distribuir chifres por aí. Geminianos costumam fazer muito sucesso como professores, na política, no circo, na novela das oito e pulando cerca.
Os outros 11 signos, sem piedade, aqui.
quinta-feira, 31 de julho de 2003
Coisas que deveria ter escrevido ontem, mas só lembrei agora
No Estadão de ontem, uma foto excelente de Roberto Castro, mostra Lula sob balões vazios.
O tratamento profissional está no fato do fotógrafo dar menos atenção ao resultado previsível que ao olhar do presidente, início de frase retido na boca fechada, que congela o discurso e lhe confere olhar vazio, desatento, servindo maravilhosamente bem à linha editorial do jornal.
Trabalhar na oposição é sempre mais produtivo.
No Estadão de ontem, uma foto excelente de Roberto Castro, mostra Lula sob balões vazios.
O tratamento profissional está no fato do fotógrafo dar menos atenção ao resultado previsível que ao olhar do presidente, início de frase retido na boca fechada, que congela o discurso e lhe confere olhar vazio, desatento, servindo maravilhosamente bem à linha editorial do jornal.
Trabalhar na oposição é sempre mais produtivo.
terça-feira, 29 de julho de 2003
domingo, 27 de julho de 2003
Canaimé
O Canaimé é um blog coletivo não-apócrifo, feito por escribas dos quatro cantos do Brasil, dispostos a discutir política, religião e futebol.
Eu escrevo no Canaimé.
O Canaimé é um blog coletivo não-apócrifo, feito por escribas dos quatro cantos do Brasil, dispostos a discutir política, religião e futebol.
Eu escrevo no Canaimé.
sábado, 26 de julho de 2003
Diploma
Aos jornalistas, uma feliz notícia: caiu a liminar da juíza-que-não-merece-ter-seu-nome-aqui-mencionado que permitia a qualquer pessoa obter o registro de jornalista e atuar na profissão. Com o fim da vigência de tão torpe decisão, o diploma volta a ser exigido para o exercício profissional. Portanto, se você não estudou jornalismo e pretende seguir essa profissão, VÁ ESTUDAR.
A queda da liminar deve ser comemorada, mas nem sempre a regulamentação profissional é respeitada no Brasil, que está repleto de "jornalistas" irregulares, recebendo salários idem. Isso exige, mais do que mera fiscalização, a criação de uma Ordem nos moldes da OAB, que puna exemplarmente os maus profissionais (a fila seria enorme) e impeça, definitivamente, a entrada de aventureiros. Porque se aventureiros do jornalismo grassam aqui no Sudeste, imagine nos mais distantes rincões deste país, onde lei é só uma palavra de três letras.
Aos jornalistas, uma feliz notícia: caiu a liminar da juíza-que-não-merece-ter-seu-nome-aqui-mencionado que permitia a qualquer pessoa obter o registro de jornalista e atuar na profissão. Com o fim da vigência de tão torpe decisão, o diploma volta a ser exigido para o exercício profissional. Portanto, se você não estudou jornalismo e pretende seguir essa profissão, VÁ ESTUDAR.
A queda da liminar deve ser comemorada, mas nem sempre a regulamentação profissional é respeitada no Brasil, que está repleto de "jornalistas" irregulares, recebendo salários idem. Isso exige, mais do que mera fiscalização, a criação de uma Ordem nos moldes da OAB, que puna exemplarmente os maus profissionais (a fila seria enorme) e impeça, definitivamente, a entrada de aventureiros. Porque se aventureiros do jornalismo grassam aqui no Sudeste, imagine nos mais distantes rincões deste país, onde lei é só uma palavra de três letras.
domingo, 20 de julho de 2003
El Ciclón
(Cafe Tacuba)
Yo, flecha
flor, polen, flecha
abeja, oso, pez
Flecha, agua,
sube, nube,
llueve, arbol, flecha,
oxigeno, flecha, pulmon
Nopiltze, hija mia
¿Acaso Dios nunca muere?
A que dios te refieras
Todo de eso depende.
Hay dioses que pensaron
que el mundo era infinito, y
no hay un equilibrio entre los reinos hijo mio
Gira y da vueltas y rueda girando
Gira y da vueltas y rueda, y rueda
Quiero hacerla un cuadrado,
deformarla en un triangulo
pero la vida siempre vuelve
a su forma circular
La unica que puede darnos vueltas es Dios
Hay tan pocas flores ya, peces, agua que pense
que la vuelta no daría,
Hoy tu hijo me respira.
Si el equilibrio es Dios, y el equilibrio murio,
¿Que paso con Dios?
(A Nagisa Veríssimo)
(Cafe Tacuba)
Yo, flecha
flor, polen, flecha
abeja, oso, pez
Flecha, agua,
sube, nube,
llueve, arbol, flecha,
oxigeno, flecha, pulmon
Nopiltze, hija mia
¿Acaso Dios nunca muere?
A que dios te refieras
Todo de eso depende.
Hay dioses que pensaron
que el mundo era infinito, y
no hay un equilibrio entre los reinos hijo mio
Gira y da vueltas y rueda girando
Gira y da vueltas y rueda, y rueda
Quiero hacerla un cuadrado,
deformarla en un triangulo
pero la vida siempre vuelve
a su forma circular
La unica que puede darnos vueltas es Dios
Hay tan pocas flores ya, peces, agua que pense
que la vuelta no daría,
Hoy tu hijo me respira.
Si el equilibrio es Dios, y el equilibrio murio,
¿Que paso con Dios?
(A Nagisa Veríssimo)
quarta-feira, 16 de julho de 2003
Projeto Igor
Se o rock n' roll, como a alta costura ou a indústria automobilística, dependesse de "tendências", o Projeto Igor certamente não existiria. Isento de qualquer culpa, confortavelmente influenciado pelos mestres do gênero e escrito como se tanto o excesso literário quanto as letras simplórias fossem inimigos mortais da mensagem, o Projeto Igor oferece reflexão (Ah, eu vou embora um dia / Vou levar só o que carregar (...) sei que agora estou dormindo / tanto vento: tu estás vindo - Avenida Principal, 777), política (Levante as mãos quem acreditou / o futuro éramos nós / perdidos e sem voz - Bandeiras vermelhas) e ironia (Não pude conter um sorriso / quando contaram para mim / que ele tinha ido embora - Vingança). Com a psicodelia da última faixa, tem-se tudo que é necessário para fazer o bom rock. Autofagia em dose certa, por Leãdro Wojak.
Se o rock n' roll, como a alta costura ou a indústria automobilística, dependesse de "tendências", o Projeto Igor certamente não existiria. Isento de qualquer culpa, confortavelmente influenciado pelos mestres do gênero e escrito como se tanto o excesso literário quanto as letras simplórias fossem inimigos mortais da mensagem, o Projeto Igor oferece reflexão (Ah, eu vou embora um dia / Vou levar só o que carregar (...) sei que agora estou dormindo / tanto vento: tu estás vindo - Avenida Principal, 777), política (Levante as mãos quem acreditou / o futuro éramos nós / perdidos e sem voz - Bandeiras vermelhas) e ironia (Não pude conter um sorriso / quando contaram para mim / que ele tinha ido embora - Vingança). Com a psicodelia da última faixa, tem-se tudo que é necessário para fazer o bom rock. Autofagia em dose certa, por Leãdro Wojak.
segunda-feira, 14 de julho de 2003
quinta-feira, 10 de julho de 2003
terça-feira, 8 de julho de 2003
Sobre jornalismo
São Paulo - Em discussão, no Observatório da Imprensa, a Lei da Mordaça. Entre visados, um jornalista condenado a pagar mil salários mínimos de indenização (R$ 240 mil) a um juiz ofendido. Cartunistas processados, jornais reservando recursos para os processos...
Se o ataque ao bolso do jornalista - que lhe suprime a tão cara liberdade de consumo - não surtir efeito na era (de consumo) da informação, nada mais.
Se o ataque ao bolso do jornalista - que lhe suprime a tão cara liberdade de consumo - não surtir efeito na era (de consumo) da informação, nada mais.
domingo, 6 de julho de 2003
Uma imagem
São Paulo - O rio Tietê, que passa por dentro de São Paulo e é uma das coisas mais imundas que temos, corre para a pequena Pirapora do Bom Jesus e causa isso que se vê na foto.
quarta-feira, 2 de julho de 2003
Google e Deus
São Paulo - O colunista do New York Times, Thomas L. Friedman, compara o Google a Deus. Sim, o Todo-poderoso. Fascinado com a central de controle do Google (quem não gostaria de entrar lá?), Friedman deifica o rastreador de conteúdos.
Com mais de 200 milhões de buscas diárias em 89 línguas, a ferramenta de busca atende a quase todas as preces. Num futuro próximo, quando a internet sem fio estiver suficientemente popularizada, o fascínio pelo óraculo eletrônico deve aumentar. Não à toa os independentes do Google Watch classificam o buscador de instrumento do mal. O que tem certo sentido.
Com mais de 200 milhões de buscas diárias em 89 línguas, a ferramenta de busca atende a quase todas as preces. Num futuro próximo, quando a internet sem fio estiver suficientemente popularizada, o fascínio pelo óraculo eletrônico deve aumentar. Não à toa os independentes do Google Watch classificam o buscador de instrumento do mal. O que tem certo sentido.
O que aconteceria se...
São Paulo - Considere que Lars Von Trier é o Glauber Rocha do ano 2000. Agora eleja os correspondentes para Stanley Kubrick, Charles Chaplin e Alfred Hitchcock.
O que aconteceria se...
São Paulo - Considere que Radiohead é o Pink Floyd do ano 2000. Agora eleja os correspondentes para Jefferson Airplane, Yes, Beatles, The Doors e Led Zeppelin.
segunda-feira, 30 de junho de 2003
sábado, 28 de junho de 2003
Small Town
(Lou Reed & John Cale)
When you're growing up in a small town
When you're growing up in a small town
When you're growing up in a small town
You say no one famous ever came from here
When you're growing up in a small town
and you're having a nervous breakdown
and you think that you'll never escape it
Yourself or the place that you live
Where did Picasso come from
There's no Michelangelo coming from Pittsburgh
If art is the tip of the iceberg
I'm the part sinking below
When you're growing up in a small town
Bad skin, bad eyes - gay and fatty
People look at you funny
When you're in a small town
My father worked in construction
It's not something for which I'm suited
Oh - what is something for which you are suited?
Getting out of here
I hate being odd in a small town
If they stare let them stare in New York City
as this pink eyed painting albino
How far can my fantasy go?
I'm no Dali coming from Pittsburgh
No adorable lisping Capote
My hero - Oh do you think I could meet him?
I'd camp out at his front door
There is only one good thing about small town
There is only one good use for a small town
There is only one good thing about small town
You know that you want to get out
When you're growing up in a small town
You know you'll grow down in a small town
There is only one good use for a small town
You hate it and you'll know you have to leave
(Lou Reed & John Cale)
When you're growing up in a small town
When you're growing up in a small town
When you're growing up in a small town
You say no one famous ever came from here
When you're growing up in a small town
and you're having a nervous breakdown
and you think that you'll never escape it
Yourself or the place that you live
Where did Picasso come from
There's no Michelangelo coming from Pittsburgh
If art is the tip of the iceberg
I'm the part sinking below
When you're growing up in a small town
Bad skin, bad eyes - gay and fatty
People look at you funny
When you're in a small town
My father worked in construction
It's not something for which I'm suited
Oh - what is something for which you are suited?
Getting out of here
I hate being odd in a small town
If they stare let them stare in New York City
as this pink eyed painting albino
How far can my fantasy go?
I'm no Dali coming from Pittsburgh
No adorable lisping Capote
My hero - Oh do you think I could meet him?
I'd camp out at his front door
There is only one good thing about small town
There is only one good use for a small town
There is only one good thing about small town
You know that you want to get out
When you're growing up in a small town
You know you'll grow down in a small town
There is only one good use for a small town
You hate it and you'll know you have to leave
sábado, 21 de junho de 2003
Apocalípticos integrados
Há algo perverso no hábito de ler spam com o assunto "Signs of God". Risco de encontrar conteúdo desprezível - não é brilhante nem atinge os domínios do trash - ou tornar-se crente fervoroso. Se isso é crueldade, o que não dizer da mensagem enviada por este site, que embala propaganda anti-germânica e anti-americana em religião. Classificam os Estados Unidos como nação de cegos guiada por um cego e que guerras na Terra Sagrada só nos aproximam do juízo final. Mas como ia dizendo, há qualquer coisa perversa no hábito de ler spam com o assunto "Signs of God"...
Há algo perverso no hábito de ler spam com o assunto "Signs of God". Risco de encontrar conteúdo desprezível - não é brilhante nem atinge os domínios do trash - ou tornar-se crente fervoroso. Se isso é crueldade, o que não dizer da mensagem enviada por este site, que embala propaganda anti-germânica e anti-americana em religião. Classificam os Estados Unidos como nação de cegos guiada por um cego e que guerras na Terra Sagrada só nos aproximam do juízo final. Mas como ia dizendo, há qualquer coisa perversa no hábito de ler spam com o assunto "Signs of God"...
sexta-feira, 20 de junho de 2003
segunda-feira, 16 de junho de 2003
domingo, 15 de junho de 2003
Spurs vencem
O San Antonio tinha mais time. Lakers e Mavericks atropelados nas semifinais atestam que Tim Duncan, Manu Ginobili, David Robinson, Tony Parker e demais compreendem o sentido de equipe, superando times como Philadelphia 76Ers (Alan Iverson), Los Angeles Lakers (Kobe Bryant e Shaquille O 'Neal) e o derrotado New Jersey Nets (Jason Kidd), calcados em um, no máximo dois jogadores.
O San Antonio tinha mais time. Lakers e Mavericks atropelados nas semifinais atestam que Tim Duncan, Manu Ginobili, David Robinson, Tony Parker e demais compreendem o sentido de equipe, superando times como Philadelphia 76Ers (Alan Iverson), Los Angeles Lakers (Kobe Bryant e Shaquille O 'Neal) e o derrotado New Jersey Nets (Jason Kidd), calcados em um, no máximo dois jogadores.
sexta-feira, 13 de junho de 2003
Walking on the wild side
Assisti a um assalto na Avenida Paulista, há umas duas horas. Três adolescentes cercaram um carro e levaram dinheiro de um motorista solitário. Do meio do trânsito eu observava a cena, tão banal na metrópole, e me perguntava quem era o motorista. Seria um especulador? Um político corrupto? Um assalariado? Quem eram os garotos? Quantos anos de escola? Quantos anos nas ruas? O dono do carro seguiu em frente, cabelos brancos a mais e quantia insignificante de dinheiro a menos. A essa altura, com o dinheiro arrecadado, três garotos de São Paulo fumam crack e sonham com um carro parado no engarrafamento da Paulista. Estão apontando o dedo para o motorista e esperam dinheiro, mas preferiam estar do lado de dentro. Quem é ladrão? Quem é Mané?
Assisti a um assalto na Avenida Paulista, há umas duas horas. Três adolescentes cercaram um carro e levaram dinheiro de um motorista solitário. Do meio do trânsito eu observava a cena, tão banal na metrópole, e me perguntava quem era o motorista. Seria um especulador? Um político corrupto? Um assalariado? Quem eram os garotos? Quantos anos de escola? Quantos anos nas ruas? O dono do carro seguiu em frente, cabelos brancos a mais e quantia insignificante de dinheiro a menos. A essa altura, com o dinheiro arrecadado, três garotos de São Paulo fumam crack e sonham com um carro parado no engarrafamento da Paulista. Estão apontando o dedo para o motorista e esperam dinheiro, mas preferiam estar do lado de dentro. Quem é ladrão? Quem é Mané?
domingo, 1 de junho de 2003
Li
Bin Laden: O Homem que declarou guerra à América - Yossef Bodansky.
São Paulo. Ediouro. 2001. 503 páginas.
ou...
O terrorismo, segundo a América
O autor se propôs a escrever a biografia de Osama Bin Laden, mas este livro não diz quase nada sobre o saudita, a não ser o que é de conhecimento público: sua riqueza, sua determinação política. Bodansky foi diretor da Força-Tarefa sobre Terrorismo e Guerra não-Convencional dos Estados Unidos por 10 anos e definitivamente não tem méritos de escritor, mas de autor de relatórios.
O que o livro procura é tão-somente denunciar o terrorismo como ação direta de "Estados terroristas": Arábia Saudita, Irã, Iraque, Sudão, Palestina, Afeganistão, Paquistão... e quando o funcionário público da Defesa de um país escreve contra as atividades militares e faz sérias acusações a outros países, é porque propõe a guerra.
Bin Laden é pouco citado nesse intenso relatório de investigação, cuja maior parte das informações não pode ser comprovada por se tratar de "fontes anônimas". Tais "fontes anônimas" informam bastante sobre a organização de ataques terroristas, como frases ditas em reuniões e um histórico operações abortadas. A política de alguns países do Oriente Médio é considerada "nociva". Atitudes "antiamericanas" são veementemente contestadas.
Escrito em 1999, o livro trata os ataques norte-americanos contra Kosovo, Iraque e Somália como simples "bombardeio", palavra "positiva", geralmente ligada à ação do "nosso exército". Enquanto isso, "terrorismo" é o termo mais utilizado para definir a guerra "dos outros". Um palestino que se explode junto com outras pessoas num ônibus faz "terrorismo". Tropas de Israel demolindo casas de famílias palestinas fazem retaliação, como a mídia bem ensina.
Essa é a lógica de Bodansky, cujo compêndio de informações municiou o gabinete dos belicosos George W. Bush e Donald Runsfeld (o verdadeiro presidente) para efetuar sua "guerra anti-terror" contra o Afeganistão e Iraque, entre 2001 e 2003. O livro traz, em quase todas as páginas menções à palavra terror e seus derivados: terrorismo, terrorista etc, além do neologismo "islamita", para ofender sem ofensa a religião alheia - o que às vezes é impossível e leva Bodansky a classificá-los de islâmicos, mesmo.
Há expressões caricatas, como Devotos e radicais (p. 68), Fúria islamita (p. 13, 394, 397, 450), Fervor islamita (p. 88, 89) e as engraçadíssimas Operações inconfessáveis (p. 148) e Operações menores de molestamento (p. 154). No final do livro, o autor agradece às principais fontes (anônimos desconhecidos de identidades secretas), setores da Defesa dos Estados Unidos e, principalmente aos recortes de jornais enviados de Israel por sua mãe. Ah, bom.
Abaixo, as expressões mais "cativantes" de Bodansky:
Ataque(s) terrorista(s) (p. 13, 15, 20, 26, 208, 215, 216, 217, 238, 261, 271, 273, 345, 402, 402, 405, 420, 421, 422, 450, 465, 472)
Ataque(s) terrorista(s) espetaculares (p.151, 163, 188, 215, 235, 254, 302, 394, 420, 424, 435, 445, 468)
Ações terroristas (p. 254, 309)
Ações terroristas espetaculares (p. 151)
Atentados terroristas (p. 15, 197)
Atentados terroristas espetaculares (p. 156, 458)
Atividades terroristas (p. 111, 124, 143, 158, 164, 245, 318)
Atos terroristas ou Atos de terrorismo (p. 17, 29, 29, 190, 191, 231, 366, 376, 406, 448)
Campanha de terrorismo (p. 57, 150, 169, 196, 223, 271, 305, 310, 366, 441)
Campanha(s) terrorista(s) (p. 152, 156, 208, 253, 267, 320, 421, 423, 423, 435, 435, 484, 485)
Células islamitas clandestinas (p. 480, 482)
Células terroristas (de terrorismo) (p. 13, 151, 164, 165, 225, 302, 376)
Comandantes terroristas (p. 157, 167, 167, 266, 276, 423, 444, 468, 484, 486)
Elite (dos) terrorista(s) (p. 137, 154, 191, 215, 320, 348, 357, 358, 428, 440, 459, 472)
Entidades terroristas (p. 152, 270)
Establishment terrorista (p. 94)
Força(s) terrorista(s) (p. 224, 271, 355, 466, 473, 483, 485)
Grupos terroristas (p. 14, 120, 173, 174, 287, 440)
Líder(es) ou liderança(s) terrorista(s) (p. 83, 154, 157, 158, 254, 265, 267, 282, 296, 305, 417, 433)
Movimento(s) terrorista(s) (p. 83, 167, 174, 219, 348, 356, 419)
Ofensiva terrorista (p. 154, 254, 266, 420)
Onda de terrorismo ou Onda terrorista (p. 218, 222, 222, 240, 277, 282, 313, 334, 335, 420, 432)
Operação(ões) clandestina(s) (p. 297, 302)
Operações islamitas (p. 297, 387)
Operações mortíferas de terrorismo (p. 151)
Operação (ões) terrorista(s) (p. 65, 152, 155, 185, 191, 192, 199, 200, 201, 218, 252, 295, 362, 364, 385, 445, 461, 484, 484)
Operações terroristas audaciosas (p.165)
Operações terroristas espetaculares (p. 65, 151, 162, 167, 204, 241, 309, 320, 322)
Organização(ões) terrorista(s) (p. 77, 78, 79, 81, 169, 173, 210, 237, 252, 271, 295, 344, 388, 416, 443, 444, 444, 459, 486, 486)
Patrocinadores ou patrocínio do terrorismo (p. 32, 155, 159, 174, 209, 209, 210, 221, 223, 225, 229, 241, 262, 267, 287, 293, 297, 305, 326, 330, 337, 338, 339, 342, 344, 380, 392, 399, 411, 413, 413, 417, 461, 487, 489)
Rede(s) clandestina(s) (p. 295, 295)
Rede(s) islamita(s) (p. 225, 227, 227, 227, 295, 302, 317, 395)
Rede(s) terrorista(s) (p. 77, 122, 143, 223, 225, 266, 303, 367, 443, 467)
Sistema de terrorismo ou sistema de terroristas (p. 86, 227, 244, 268, 282, 376, 421, 424, 473, 486)
Subversão (p. 146, 154, 160, 160, 162, 168, 175, 186, 186, 188, 220, 258, 294, 471)
Superterrorismo indiscriminado (p. 16)
Treinamento (de) terrorista(s) ou Treinamento para o terrorismo (p. 65, 86, 90, 93, 121, 229, 244, 253, 253)
Terror (p. 154, 192, 234, 267)
Terrorismo (p. 14, 21, 26, 68, 68, 114, 117, 119, 120, 121, 125, 130, 152, 158, 158, 167, 167, 168, 173, 190, 195, 198, 200, 209, 209, 209, 210, 210, 218, 221, 225, 226, 231, 231, 234, 237, 241, 245, 245, 258, 261, 261, 262, 265, 267, 267, 274, 294, 301, 301, 303, 305, 309, 310, 311, 317, 318, 333, 333, 334, 342, 342, 344, 345, 348, 349, 359, 360, 372, 389, 399, 408, 408, 411, 416, 416, 416, 423, 430, 430, 431, 436, 441, 442, 458, 469, 485, 485, 486, 486)
Terrorismo antiamericano (p. 232, 339, 432, 439)
Terrorismo e subversão (p.18, 35, 57, 113, 258, 277, 284, 298, 347, 397, 459, 466)
Terrorismo espetacular (p.18, 32, 249, 320, 320, 410, 413, 427, 486)
Terrorismo indiscriminado (p. 447)
Terrorismo internacional (p.20, 65, 68, 81, 93, 150, 154, 183, 183, 200, 200, 208, 208, 233, 241, 259, 262, 266, 272, 290, 291, 294, 342, 394, 307, 409, 411, 440, 454, 469, 487, 487, 487)
Terrorismo islâmico (p. 217, 244, 265)
Terrorismo islamita (p. 13, 20, 69, 96, 158, 167, 167, 168, 190, 198, 199, 200, 201, 216, 220, 234, 241, 254, 261, 272, 272, 274, 275, 283, 283, 293, 306, 358, 375, 411, 427, 430, 439, 458, 471)
Terrorismo islamita internacional (p. 66, 121, 208, 409, 410)
Terrorismo radical árabe (p. 68)
Terrorismo sunita (p. 209, 265)
Terrorista(s) (p. 33, 41, 78, 78, 78, 80, 84, 86, 96, 96, 98, 98, 110, 111, 112, 114, 119, 119, 122, 122, 126, 127, 149, 150, 150, 155, 156, 157, 164, 164, 164, 165, 176, 177, 179, 179, 179, 182, 183, 185, 199, 202, 208, 208, 208, 208, 212, 214, 214, 218, 223, 224, 224, 226, 231, 240, 243, 244, 245, 246, 246, 255, 255, 258, 267, 267, 271, 271, 272, 273, 281, 284, 295, 296, 296, 296, 297, 303, 310, 312, 319, 323, 324, 324, 324, 325, 325, 325, 325, 325, 325, 325, 325, 326, 327, 327, 327, 330, 330, 330, 330, 330, 333, 344, 350, 353, 353, 354, 355, 356, 356, 357, 358, 358, 358, 358, 359, 367, 367, 376, 380, 380, 381, 398, 399, 400, 401, 401, 403, 413, 415, 415, 424, 424, 424, 424, 427, 433, 436, 436, 436, 439, 443, 443, 445, 455, 455, 455, 455, 455, 459, 460, 461, 461, 467, 467, 467, 468, 474, 474, 482, 482, 484)
Terroristas afegãos (p. 65, 96, 266, 394)
Terroristas árabes (p. 66, 245, 246, 329, 372, 474)
Terroristas da Caxemira (p. 199)
Terroristas de elite (p. 137, 223)
Terroristas de primeira linha (p. 224)
Terroristas egípcios (p. 212, 282, 317, 472, 473, 474, 486)
Terroristas especialistas ou especializados (p. 227, 258, 401, 424, 460, 467)
Terroristas experientes (p. 124)
Terrorista(s) iraniano(s) (p. 266)
Terrorista(s) indiano(s) (p. 460)
Terrorista(s) islâmico(s) (p. 68, 319, 319)
Terrorista(s) islamita(s) (p. 65, 66, 68, 83, 88, 89, 89, 96, 119 121, 124, 125, 131, 160, 196, 204, 204, 209, 210, 246, 272, 274, 284, 291, 319, 338, 358, 358, 380, 394, 399, 400, 413, 439, 450, 465, 468, 484, 486, 487)
Terroristas palestinos (p. 124)
Terroristas paquistaneses (p. 394)
Terroristas somalis (p. 111, 122)
Terrorista(s) sunita(s) (p. 208, 208, 208, 215)
Bin Laden: O Homem que declarou guerra à América - Yossef Bodansky.
São Paulo. Ediouro. 2001. 503 páginas.
ou...
O terrorismo, segundo a América
O autor se propôs a escrever a biografia de Osama Bin Laden, mas este livro não diz quase nada sobre o saudita, a não ser o que é de conhecimento público: sua riqueza, sua determinação política. Bodansky foi diretor da Força-Tarefa sobre Terrorismo e Guerra não-Convencional dos Estados Unidos por 10 anos e definitivamente não tem méritos de escritor, mas de autor de relatórios.
O que o livro procura é tão-somente denunciar o terrorismo como ação direta de "Estados terroristas": Arábia Saudita, Irã, Iraque, Sudão, Palestina, Afeganistão, Paquistão... e quando o funcionário público da Defesa de um país escreve contra as atividades militares e faz sérias acusações a outros países, é porque propõe a guerra.
Bin Laden é pouco citado nesse intenso relatório de investigação, cuja maior parte das informações não pode ser comprovada por se tratar de "fontes anônimas". Tais "fontes anônimas" informam bastante sobre a organização de ataques terroristas, como frases ditas em reuniões e um histórico operações abortadas. A política de alguns países do Oriente Médio é considerada "nociva". Atitudes "antiamericanas" são veementemente contestadas.
Escrito em 1999, o livro trata os ataques norte-americanos contra Kosovo, Iraque e Somália como simples "bombardeio", palavra "positiva", geralmente ligada à ação do "nosso exército". Enquanto isso, "terrorismo" é o termo mais utilizado para definir a guerra "dos outros". Um palestino que se explode junto com outras pessoas num ônibus faz "terrorismo". Tropas de Israel demolindo casas de famílias palestinas fazem retaliação, como a mídia bem ensina.
Essa é a lógica de Bodansky, cujo compêndio de informações municiou o gabinete dos belicosos George W. Bush e Donald Runsfeld (o verdadeiro presidente) para efetuar sua "guerra anti-terror" contra o Afeganistão e Iraque, entre 2001 e 2003. O livro traz, em quase todas as páginas menções à palavra terror e seus derivados: terrorismo, terrorista etc, além do neologismo "islamita", para ofender sem ofensa a religião alheia - o que às vezes é impossível e leva Bodansky a classificá-los de islâmicos, mesmo.
Há expressões caricatas, como Devotos e radicais (p. 68), Fúria islamita (p. 13, 394, 397, 450), Fervor islamita (p. 88, 89) e as engraçadíssimas Operações inconfessáveis (p. 148) e Operações menores de molestamento (p. 154). No final do livro, o autor agradece às principais fontes (anônimos desconhecidos de identidades secretas), setores da Defesa dos Estados Unidos e, principalmente aos recortes de jornais enviados de Israel por sua mãe. Ah, bom.
Abaixo, as expressões mais "cativantes" de Bodansky:
Ataque(s) terrorista(s) (p. 13, 15, 20, 26, 208, 215, 216, 217, 238, 261, 271, 273, 345, 402, 402, 405, 420, 421, 422, 450, 465, 472)
Ataque(s) terrorista(s) espetaculares (p.151, 163, 188, 215, 235, 254, 302, 394, 420, 424, 435, 445, 468)
Ações terroristas (p. 254, 309)
Ações terroristas espetaculares (p. 151)
Atentados terroristas (p. 15, 197)
Atentados terroristas espetaculares (p. 156, 458)
Atividades terroristas (p. 111, 124, 143, 158, 164, 245, 318)
Atos terroristas ou Atos de terrorismo (p. 17, 29, 29, 190, 191, 231, 366, 376, 406, 448)
Campanha de terrorismo (p. 57, 150, 169, 196, 223, 271, 305, 310, 366, 441)
Campanha(s) terrorista(s) (p. 152, 156, 208, 253, 267, 320, 421, 423, 423, 435, 435, 484, 485)
Células islamitas clandestinas (p. 480, 482)
Células terroristas (de terrorismo) (p. 13, 151, 164, 165, 225, 302, 376)
Comandantes terroristas (p. 157, 167, 167, 266, 276, 423, 444, 468, 484, 486)
Elite (dos) terrorista(s) (p. 137, 154, 191, 215, 320, 348, 357, 358, 428, 440, 459, 472)
Entidades terroristas (p. 152, 270)
Establishment terrorista (p. 94)
Força(s) terrorista(s) (p. 224, 271, 355, 466, 473, 483, 485)
Grupos terroristas (p. 14, 120, 173, 174, 287, 440)
Líder(es) ou liderança(s) terrorista(s) (p. 83, 154, 157, 158, 254, 265, 267, 282, 296, 305, 417, 433)
Movimento(s) terrorista(s) (p. 83, 167, 174, 219, 348, 356, 419)
Ofensiva terrorista (p. 154, 254, 266, 420)
Onda de terrorismo ou Onda terrorista (p. 218, 222, 222, 240, 277, 282, 313, 334, 335, 420, 432)
Operação(ões) clandestina(s) (p. 297, 302)
Operações islamitas (p. 297, 387)
Operações mortíferas de terrorismo (p. 151)
Operação (ões) terrorista(s) (p. 65, 152, 155, 185, 191, 192, 199, 200, 201, 218, 252, 295, 362, 364, 385, 445, 461, 484, 484)
Operações terroristas audaciosas (p.165)
Operações terroristas espetaculares (p. 65, 151, 162, 167, 204, 241, 309, 320, 322)
Organização(ões) terrorista(s) (p. 77, 78, 79, 81, 169, 173, 210, 237, 252, 271, 295, 344, 388, 416, 443, 444, 444, 459, 486, 486)
Patrocinadores ou patrocínio do terrorismo (p. 32, 155, 159, 174, 209, 209, 210, 221, 223, 225, 229, 241, 262, 267, 287, 293, 297, 305, 326, 330, 337, 338, 339, 342, 344, 380, 392, 399, 411, 413, 413, 417, 461, 487, 489)
Rede(s) clandestina(s) (p. 295, 295)
Rede(s) islamita(s) (p. 225, 227, 227, 227, 295, 302, 317, 395)
Rede(s) terrorista(s) (p. 77, 122, 143, 223, 225, 266, 303, 367, 443, 467)
Sistema de terrorismo ou sistema de terroristas (p. 86, 227, 244, 268, 282, 376, 421, 424, 473, 486)
Subversão (p. 146, 154, 160, 160, 162, 168, 175, 186, 186, 188, 220, 258, 294, 471)
Superterrorismo indiscriminado (p. 16)
Treinamento (de) terrorista(s) ou Treinamento para o terrorismo (p. 65, 86, 90, 93, 121, 229, 244, 253, 253)
Terror (p. 154, 192, 234, 267)
Terrorismo (p. 14, 21, 26, 68, 68, 114, 117, 119, 120, 121, 125, 130, 152, 158, 158, 167, 167, 168, 173, 190, 195, 198, 200, 209, 209, 209, 210, 210, 218, 221, 225, 226, 231, 231, 234, 237, 241, 245, 245, 258, 261, 261, 262, 265, 267, 267, 274, 294, 301, 301, 303, 305, 309, 310, 311, 317, 318, 333, 333, 334, 342, 342, 344, 345, 348, 349, 359, 360, 372, 389, 399, 408, 408, 411, 416, 416, 416, 423, 430, 430, 431, 436, 441, 442, 458, 469, 485, 485, 486, 486)
Terrorismo antiamericano (p. 232, 339, 432, 439)
Terrorismo e subversão (p.18, 35, 57, 113, 258, 277, 284, 298, 347, 397, 459, 466)
Terrorismo espetacular (p.18, 32, 249, 320, 320, 410, 413, 427, 486)
Terrorismo indiscriminado (p. 447)
Terrorismo internacional (p.20, 65, 68, 81, 93, 150, 154, 183, 183, 200, 200, 208, 208, 233, 241, 259, 262, 266, 272, 290, 291, 294, 342, 394, 307, 409, 411, 440, 454, 469, 487, 487, 487)
Terrorismo islâmico (p. 217, 244, 265)
Terrorismo islamita (p. 13, 20, 69, 96, 158, 167, 167, 168, 190, 198, 199, 200, 201, 216, 220, 234, 241, 254, 261, 272, 272, 274, 275, 283, 283, 293, 306, 358, 375, 411, 427, 430, 439, 458, 471)
Terrorismo islamita internacional (p. 66, 121, 208, 409, 410)
Terrorismo radical árabe (p. 68)
Terrorismo sunita (p. 209, 265)
Terrorista(s) (p. 33, 41, 78, 78, 78, 80, 84, 86, 96, 96, 98, 98, 110, 111, 112, 114, 119, 119, 122, 122, 126, 127, 149, 150, 150, 155, 156, 157, 164, 164, 164, 165, 176, 177, 179, 179, 179, 182, 183, 185, 199, 202, 208, 208, 208, 208, 212, 214, 214, 218, 223, 224, 224, 226, 231, 240, 243, 244, 245, 246, 246, 255, 255, 258, 267, 267, 271, 271, 272, 273, 281, 284, 295, 296, 296, 296, 297, 303, 310, 312, 319, 323, 324, 324, 324, 325, 325, 325, 325, 325, 325, 325, 325, 326, 327, 327, 327, 330, 330, 330, 330, 330, 333, 344, 350, 353, 353, 354, 355, 356, 356, 357, 358, 358, 358, 358, 359, 367, 367, 376, 380, 380, 381, 398, 399, 400, 401, 401, 403, 413, 415, 415, 424, 424, 424, 424, 427, 433, 436, 436, 436, 439, 443, 443, 445, 455, 455, 455, 455, 455, 459, 460, 461, 461, 467, 467, 467, 468, 474, 474, 482, 482, 484)
Terroristas afegãos (p. 65, 96, 266, 394)
Terroristas árabes (p. 66, 245, 246, 329, 372, 474)
Terroristas da Caxemira (p. 199)
Terroristas de elite (p. 137, 223)
Terroristas de primeira linha (p. 224)
Terroristas egípcios (p. 212, 282, 317, 472, 473, 474, 486)
Terroristas especialistas ou especializados (p. 227, 258, 401, 424, 460, 467)
Terroristas experientes (p. 124)
Terrorista(s) iraniano(s) (p. 266)
Terrorista(s) indiano(s) (p. 460)
Terrorista(s) islâmico(s) (p. 68, 319, 319)
Terrorista(s) islamita(s) (p. 65, 66, 68, 83, 88, 89, 89, 96, 119 121, 124, 125, 131, 160, 196, 204, 204, 209, 210, 246, 272, 274, 284, 291, 319, 338, 358, 358, 380, 394, 399, 400, 413, 439, 450, 465, 468, 484, 486, 487)
Terroristas palestinos (p. 124)
Terroristas paquistaneses (p. 394)
Terroristas somalis (p. 111, 122)
Terrorista(s) sunita(s) (p. 208, 208, 208, 215)
quinta-feira, 29 de maio de 2003
Sobre preguiça
Acordei mais cedo para assistir à palestra de Domenico De Masi às 10h30, na USP. Ele atrasou um pouco, mas mandou bem - como sempre - suas idéias sobre trabalho e ócio criativo. Vejam só: o nome do cara já é Domingo (dia de descanso) e ele ainda cria uma teoria absolutamente revolucionária sobre o uso do tempo vago.
Ao contrário do que dizem seus críticos - que pra variar, desconhecem sua obra - De Masi não faz elegias à inércia e à preguiça. É visão mais que superficial. O que De Masi propõe é a utilização tripartite do tempo de vida, a partir da junção entre trabalho, estudo e diversão. Trabalho, estudo e DIVERSÃO, cara pálida.
Vivemos uma época pós-industrial, em que já não faz sentido a vida em linha de montagem. Cabe ao ser humano exercitar sua criatividade em tempo integral, e não apenas trabalhar por trabalhar. O burro trabalha na lavoura. A máquina trabalha na fábrica. Cabe ao homem pós-moderno viver bem. E viver bem, diferente da visão anglo-saxônica que o Brasil insiste em adotar, não consiste em trabalhar duro para a aquisição de bens materiais. Se trabalhamos em apenas uma parte da vida, devemos saber o que fazer com o tempo restante, geralmente dois terços. Para o sociólogo napolitano, é preciso aproveitá-lo bem. Cabe ao ser humano compatibilizar diversão, estudo e trabalho para que viva como... ser is warmth. My family members always think that I am this quiet child, but actually this is not so, and I don't intend to explain. To not get one's understanding and yet wasting my energy trying to explain is tiring.
Actually, what I want is not sympathy as you would think, what I want is help. Even if it's a pat on the shoulder or such small gestures can also give me encouragement. Just like I am an insecure lost child, I desperately need the protection of others.
I tell myself, forget it. No one understands me, and I do not want others to understand me. I like the feeling of isolation, I do not want the interference of others, I am free, I am happy, I am lucky......
BUt, the more I encourage myself, the more I feel that I am just a poor kitten, walking in the harsh winds and rains in the streets where no one cares. The raindrops pelting on my body no longer hurt because I got used to this along time ago.I cannot find a shelter that has the capacity for a broken heart.
I tell myself I can't cry, crying shows my weaknesses, I cannot cry......
The rain outside has stopped, the couple on the streets
Acordei mais cedo para assistir à palestra de Domenico De Masi às 10h30, na USP. Ele atrasou um pouco, mas mandou bem - como sempre - suas idéias sobre trabalho e ócio criativo. Vejam só: o nome do cara já é Domingo (dia de descanso) e ele ainda cria uma teoria absolutamente revolucionária sobre o uso do tempo vago.
Ao contrário do que dizem seus críticos - que pra variar, desconhecem sua obra - De Masi não faz elegias à inércia e à preguiça. É visão mais que superficial. O que De Masi propõe é a utilização tripartite do tempo de vida, a partir da junção entre trabalho, estudo e diversão. Trabalho, estudo e DIVERSÃO, cara pálida.
Vivemos uma época pós-industrial, em que já não faz sentido a vida em linha de montagem. Cabe ao ser humano exercitar sua criatividade em tempo integral, e não apenas trabalhar por trabalhar. O burro trabalha na lavoura. A máquina trabalha na fábrica. Cabe ao homem pós-moderno viver bem. E viver bem, diferente da visão anglo-saxônica que o Brasil insiste em adotar, não consiste em trabalhar duro para a aquisição de bens materiais. Se trabalhamos em apenas uma parte da vida, devemos saber o que fazer com o tempo restante, geralmente dois terços. Para o sociólogo napolitano, é preciso aproveitá-lo bem. Cabe ao ser humano compatibilizar diversão, estudo e trabalho para que viva como... ser is warmth. My family members always think that I am this quiet child, but actually this is not so, and I don't intend to explain. To not get one's understanding and yet wasting my energy trying to explain is tiring.
Actually, what I want is not sympathy as you would think, what I want is help. Even if it's a pat on the shoulder or such small gestures can also give me encouragement. Just like I am an insecure lost child, I desperately need the protection of others.
I tell myself, forget it. No one understands me, and I do not want others to understand me. I like the feeling of isolation, I do not want the interference of others, I am free, I am happy, I am lucky......
BUt, the more I encourage myself, the more I feel that I am just a poor kitten, walking in the harsh winds and rains in the streets where no one cares. The raindrops pelting on my body no longer hurt because I got used to this along time ago.I cannot find a shelter that has the capacity for a broken heart.
I tell myself I can't cry, crying shows my weaknesses, I cannot cry......
The rain outside has stopped, the couple on the streets
Duas surpresas e uma mesmice
* Um dos maiores atletas do basquete, imortal nas camisas de três times, Oscar Schmidt finalmente se aposentou, perto dos 50 mil pontos.
* Ariel Sharon admitiu que Israel ocupa terras palestinas e é preciso devolver os territórios conquistados em 1967.
* O Brasil tem taxas de juros de paraíso fiscal.
* Um dos maiores atletas do basquete, imortal nas camisas de três times, Oscar Schmidt finalmente se aposentou, perto dos 50 mil pontos.
* Ariel Sharon admitiu que Israel ocupa terras palestinas e é preciso devolver os territórios conquistados em 1967.
* O Brasil tem taxas de juros de paraíso fiscal.
quarta-feira, 28 de maio de 2003
Das coisas estranhas que a gente encontra na Internet
Com esse (sic) fragmento de informação podemos crer que os Orcs foram criados por Morgoth no noroeste da Terra-Média da P.E., quase certamente em Angband para onde este voltou depois do seu primeiro cativeiro pelos Valar. No Sil (p. 83) está escrito o seguinte: "...e se tornaram incontáveis as hostes dos seus animais e dos seus demônios, e a raça dos Orcs, criada muito antes, cresceu e multiplicou-se...".
Tava aqui.
Com esse (sic) fragmento de informação podemos crer que os Orcs foram criados por Morgoth no noroeste da Terra-Média da P.E., quase certamente em Angband para onde este voltou depois do seu primeiro cativeiro pelos Valar. No Sil (p. 83) está escrito o seguinte: "...e se tornaram incontáveis as hostes dos seus animais e dos seus demônios, e a raça dos Orcs, criada muito antes, cresceu e multiplicou-se...".
Tava aqui.
segunda-feira, 26 de maio de 2003
Hackers
Um furo bloguístico. A página de Michael Moore está em fundo branco com horrenda bandeira norte-americana no alto da página e texto com a seguinte mensagem:
Mr. Moore, your documentary "Bowling for Columbine" is fictitious, not factual. David Hardy's Truth About Bowling is simply damning. You deliberately deceive your viewers, who are only expecting a slightly biased factual report. Mr. Moore, my personal hope is that you publicly apologize, not for your ideas, but for dubbing your lies the truth. Please see revoketheoscar.com Love always, NHA Crew.
Greets to: Colin L. Powell, DoubleOh, xyral, qu3da, Rav3n, GOD, Zombie *good luck in the marines*, kluster, Ruder, OSS, YuY, Bill O'Reilly, Tyger, Avangel, sub_pop_culture, AcIdR3IgN, Renegade
Não dá pra esperar outro tratamento dos neoconservadores - só recentemente aceitei esse termo - para quem revela os crimes de guerra do seu país.
Updating: O site voltou ao normal na terça-feira (27) pela manhã.
Um furo bloguístico. A página de Michael Moore está em fundo branco com horrenda bandeira norte-americana no alto da página e texto com a seguinte mensagem:
Mr. Moore, your documentary "Bowling for Columbine" is fictitious, not factual. David Hardy's Truth About Bowling is simply damning. You deliberately deceive your viewers, who are only expecting a slightly biased factual report. Mr. Moore, my personal hope is that you publicly apologize, not for your ideas, but for dubbing your lies the truth. Please see revoketheoscar.com Love always, NHA Crew.
Greets to: Colin L. Powell, DoubleOh, xyral, qu3da, Rav3n, GOD, Zombie *good luck in the marines*, kluster, Ruder, OSS, YuY, Bill O'Reilly, Tyger, Avangel, sub_pop_culture, AcIdR3IgN, Renegade
Não dá pra esperar outro tratamento dos neoconservadores - só recentemente aceitei esse termo - para quem revela os crimes de guerra do seu país.
Updating: O site voltou ao normal na terça-feira (27) pela manhã.
quinta-feira, 22 de maio de 2003
Tempo de violência
1 - Tiros em Columbine é um trabalho de ativista. Por mais que o método de Michael Moore seja criticado, o documentário atinge seu propósito, que é discutir a violência latente no povo norte-americano. Querem que os documentários limitem-se a planos fixos, sem música e sem cortes. Se a intenção é criar um movimento de volta às raízes, fique à vontade, mas deixe Moore tocar seu rock n' roll. Não vejo mal nenhum em provocar o artrítico Charlton Heston, defensor da luta armada. Se não quer aparecer como velho, não envelheça. Aliás, era isso que Peter Pan Heston pretendia ao conceder entrevista diante do cartaz de Ben-Hur.
2 - Carandiru é o típico Babenco, e isso é muito bom, porque no embate entre oprimidos e opressores, há sempre uma busca por redenção. Meio clichê, mas é assim mesmo. Carandiru é Hip Hop em celulose. É longo, mas passa rápido, porque não relaxa. Retrata com fidelidade o clima na grande cadeia. As cenas do sangue lavado nas escadas e a conversão de Peixeira estão entre as minhas preferidas, mas todo o filme é ritmo e poema. Quem esteve entre aqueles muros sabe do que estou falando. Eu estive lá. Leia aqui.
1 - Tiros em Columbine é um trabalho de ativista. Por mais que o método de Michael Moore seja criticado, o documentário atinge seu propósito, que é discutir a violência latente no povo norte-americano. Querem que os documentários limitem-se a planos fixos, sem música e sem cortes. Se a intenção é criar um movimento de volta às raízes, fique à vontade, mas deixe Moore tocar seu rock n' roll. Não vejo mal nenhum em provocar o artrítico Charlton Heston, defensor da luta armada. Se não quer aparecer como velho, não envelheça. Aliás, era isso que Peter Pan Heston pretendia ao conceder entrevista diante do cartaz de Ben-Hur.
2 - Carandiru é o típico Babenco, e isso é muito bom, porque no embate entre oprimidos e opressores, há sempre uma busca por redenção. Meio clichê, mas é assim mesmo. Carandiru é Hip Hop em celulose. É longo, mas passa rápido, porque não relaxa. Retrata com fidelidade o clima na grande cadeia. As cenas do sangue lavado nas escadas e a conversão de Peixeira estão entre as minhas preferidas, mas todo o filme é ritmo e poema. Quem esteve entre aqueles muros sabe do que estou falando. Eu estive lá. Leia aqui.
segunda-feira, 19 de maio de 2003
Versos satânicos
Salman Rushdie não é, definitivamente, o sujeito paranóico que o imaginário popular (ok, nem tão popular assim) plasmou, com a ajuda da imprensa. Rushdie detém refinado british humour e é dono de uma inteligência aguçada, menos engajada que a ala sartriana, porém, não menos sarcástico. É que Rushdie, assim como sua obra, vem de uma sociedade pluriétnica (ele nasceu em Bombain, mas foi morar em Londres aos 13 anos) e dá a seus livros um conteúdo cósmico semelhante à profusão de deuses hindus. Gosta de Machado de Assis, Borges e García-Marquez, não acredita em estados teocráticos e acha que poderia ter escrito mais livros se não tivesse sido condenado à morte pelo Aiatolá Khomeini. Em tempo: ele não recomenda a ninguém ser incluído numa fátua. Apresentado por Milton Hatoum (Os dois irmãos) ao público do MASP, Rushdie é orador fascinante, freqüentemente inquirido sobre seus personagens - que garante, são absolutamente fictícios.
Salman Rushdie não é, definitivamente, o sujeito paranóico que o imaginário popular (ok, nem tão popular assim) plasmou, com a ajuda da imprensa. Rushdie detém refinado british humour e é dono de uma inteligência aguçada, menos engajada que a ala sartriana, porém, não menos sarcástico. É que Rushdie, assim como sua obra, vem de uma sociedade pluriétnica (ele nasceu em Bombain, mas foi morar em Londres aos 13 anos) e dá a seus livros um conteúdo cósmico semelhante à profusão de deuses hindus. Gosta de Machado de Assis, Borges e García-Marquez, não acredita em estados teocráticos e acha que poderia ter escrito mais livros se não tivesse sido condenado à morte pelo Aiatolá Khomeini. Em tempo: ele não recomenda a ninguém ser incluído numa fátua. Apresentado por Milton Hatoum (Os dois irmãos) ao público do MASP, Rushdie é orador fascinante, freqüentemente inquirido sobre seus personagens - que garante, são absolutamente fictícios.
domingo, 18 de maio de 2003
Entrevista a Abujamra
Há tempos quero escrever algo sobre Antonio Abujamra e seu programa Provocações (TV Cultura), mas faltam-me palavras para definir este excêntrico entrevistador. Dizer o quê, sobre Abujamra? Que reinventa o déspota inteligente, meio Kerouak-Brecht, meio Becket-Hemingway? Jornalista fake, autor de pseudo-document?rios com outsiders e miseráveis da Praça da Sé? Em meio ao bloqueio criativo resolvi conceder - eu que detesto ser entrevistado - uma entrevista (fict?cia) a Abujamra:
- Quem você pensa que é?
- Um sujeito comum, desses que se olha na rua e não se dá nada por ele, enquanto lá vai ele se achando um gênio incompreendido. Não do tipo boêmio-toxicômano, que sonha morrer louco e esfarrapado em Paris, ou que poderia ter escrito algo genial aos 17 e desaparecido aos 22. Mas aquele que tece obra lenta e multi, como a daquele escritor irlandês, porém, sem a menor chance de comparação ou resultado parecido.
- A quem você acha que convence com essa conversa mole?
- A ninguém, nem a mim mesmo, ou a você. Talvez a um punhado de amigos otimistas demais.
- Blog, o que é isso? Para que serve isso?
- Blog é um lugar para escrever, espécie de registro hipócrita disfarçado de diário virtual. Blog não é livro ou poema. Blog não é nada, só algumas palavras escritas.
- E em que isso ajuda os 42 milhões de brasileiros que passam fome nesse país?
- Em nada. Blog é só exercício de vaidade.
- Você me faz perder tempo. Afinal o que você faz que pode reverter em alguma coisa positiva para a sociedade?
- Eu leciono e...
- Professor? E você acha que uma categoria mal paga e desprestigiada como os professores podem ser úteis em alguma coisa?
- Talvez, se indicarem os livros certos para seus alunos...
- E você não acha que isso é uma função da internet ou dos bibliotecários?
- Desde que conheçam seus acervos e que a busca na internet seja inteligente.
- Já que falamos de livros, qual foi o melhor autor que você já leu? E que grande autor você nunca leu?
- James Joyce e William Faulkner.
- Você é realmente muito previsível. Uma pena ter escolhido para entrevistar alguém tão medíocre.
- Azar o seu.
- Estamos chegando ao final da entrevista.
- Sorte a minha.
- Agora olhe para aquela câmara e diga tudo o que quiser: suas críticas, suas angústias, seus pesadelos. olhe ali e enforque-se na corda da liberdade.
- Abujamra sucks.
- Me dá aqui um abraço, que é a parte mais hipócrita de nossa entrevista...
- Só se for da sua parte.
Enquanto sobem os créditos, riem da encenação.
Há tempos quero escrever algo sobre Antonio Abujamra e seu programa Provocações (TV Cultura), mas faltam-me palavras para definir este excêntrico entrevistador. Dizer o quê, sobre Abujamra? Que reinventa o déspota inteligente, meio Kerouak-Brecht, meio Becket-Hemingway? Jornalista fake, autor de pseudo-document?rios com outsiders e miseráveis da Praça da Sé? Em meio ao bloqueio criativo resolvi conceder - eu que detesto ser entrevistado - uma entrevista (fict?cia) a Abujamra:
- Quem você pensa que é?
- Um sujeito comum, desses que se olha na rua e não se dá nada por ele, enquanto lá vai ele se achando um gênio incompreendido. Não do tipo boêmio-toxicômano, que sonha morrer louco e esfarrapado em Paris, ou que poderia ter escrito algo genial aos 17 e desaparecido aos 22. Mas aquele que tece obra lenta e multi, como a daquele escritor irlandês, porém, sem a menor chance de comparação ou resultado parecido.
- A quem você acha que convence com essa conversa mole?
- A ninguém, nem a mim mesmo, ou a você. Talvez a um punhado de amigos otimistas demais.
- Blog, o que é isso? Para que serve isso?
- Blog é um lugar para escrever, espécie de registro hipócrita disfarçado de diário virtual. Blog não é livro ou poema. Blog não é nada, só algumas palavras escritas.
- E em que isso ajuda os 42 milhões de brasileiros que passam fome nesse país?
- Em nada. Blog é só exercício de vaidade.
- Você me faz perder tempo. Afinal o que você faz que pode reverter em alguma coisa positiva para a sociedade?
- Eu leciono e...
- Professor? E você acha que uma categoria mal paga e desprestigiada como os professores podem ser úteis em alguma coisa?
- Talvez, se indicarem os livros certos para seus alunos...
- E você não acha que isso é uma função da internet ou dos bibliotecários?
- Desde que conheçam seus acervos e que a busca na internet seja inteligente.
- Já que falamos de livros, qual foi o melhor autor que você já leu? E que grande autor você nunca leu?
- James Joyce e William Faulkner.
- Você é realmente muito previsível. Uma pena ter escolhido para entrevistar alguém tão medíocre.
- Azar o seu.
- Estamos chegando ao final da entrevista.
- Sorte a minha.
- Agora olhe para aquela câmara e diga tudo o que quiser: suas críticas, suas angústias, seus pesadelos. olhe ali e enforque-se na corda da liberdade.
- Abujamra sucks.
- Me dá aqui um abraço, que é a parte mais hipócrita de nossa entrevista...
- Só se for da sua parte.
Enquanto sobem os créditos, riem da encenação.
sexta-feira, 16 de maio de 2003
A um amigo em crise
Sim, você levou um grande susto esta semana. Depois foi assaltado pela terceira vez, pouco dias após o seqüestro do Alessandro. Está down e acha que a vida é pouco mais que lixo nesta cidade de São Paulo. E quase tem razão. Na verdade, vale menos que a taxa de lixo que o município nos cobra. Sabemos que a vida alcança cotação melhor noutras cidades, e que esta nos transforma em Geny do Zeppelin, em Bebel que a cidade comeu. É uma cidade partida, como o Rio de Zuenir Ventura. Estamos em blecaute. Mas acredite: bom mesmo é estar vivo, ter irmãos, ter amigos. Vá, se voc6e precisa ir. Mas lembre-se dos poetas e que o padecimento da matéria eleva o espírito.
Sim, você levou um grande susto esta semana. Depois foi assaltado pela terceira vez, pouco dias após o seqüestro do Alessandro. Está down e acha que a vida é pouco mais que lixo nesta cidade de São Paulo. E quase tem razão. Na verdade, vale menos que a taxa de lixo que o município nos cobra. Sabemos que a vida alcança cotação melhor noutras cidades, e que esta nos transforma em Geny do Zeppelin, em Bebel que a cidade comeu. É uma cidade partida, como o Rio de Zuenir Ventura. Estamos em blecaute. Mas acredite: bom mesmo é estar vivo, ter irmãos, ter amigos. Vá, se voc6e precisa ir. Mas lembre-se dos poetas e que o padecimento da matéria eleva o espírito.
quinta-feira, 15 de maio de 2003
Kirchner, por W.O.
Nestor Kirchner será o novo presidente Argentino, graças ao medo de Carlos Menem de amargar a primeira derrota nas urnas. Desconfie de todo peronista, eles são como Anthony Garotinho. Mas antes um peronista pró-Mercosul que pró-Alca. Acusado de pouco carismático pela imprensa argentina, Nestor foi preferido diante dos desastres econômicos da era Menem.
Nestor Kirchner será o novo presidente Argentino, graças ao medo de Carlos Menem de amargar a primeira derrota nas urnas. Desconfie de todo peronista, eles são como Anthony Garotinho. Mas antes um peronista pró-Mercosul que pró-Alca. Acusado de pouco carismático pela imprensa argentina, Nestor foi preferido diante dos desastres econômicos da era Menem.
quarta-feira, 14 de maio de 2003
segunda-feira, 12 de maio de 2003
Bola ao cesto
Escrevi isso nos anos 1990 e ainda acredito: não existe esporte coletivo mais emocionante que o basquete. Não existem jogadas mais rápidas, passes mais impressionantes e disputas de bolas mais acirradas que neste formidável jogo aéreo, em que a batalha acontece no ar e é difícil saber se as jogadas são mais racionais que instintivas.
No basquete, o tempo é peça-chave. Cada segundo pode significar vitória ou derrota. Inventado pelos canadenses e aperfeiçoado nos Estados Unidos, o basquete me conquistou ainda criança, com o desenho animado dos Harlem Globe Trotters. Joguei no primeiro e segundo graus como ala e embora não fosse um grande jogador, arremessava razoavelmente.
O tempo passou, o jornalismo me conquistou aos 16 e durante algum tempo esqueci o basquete, exceto pelo brilhantismo de Oscar, Pipoca e outros brasileiros bons de cesta. Em 1990 comecei a reparar no Los Angeles Lakers de Earvin “Magic” Johnson e viria a saber, no ano seguinte, que o maior ídolo do basquete norte-americano estava com AIDS. Em 1992, assisti ao Dream Team – Michael Jordan, Magic Johnson, Larry Bird, Charles Barkley, David Robinson, Patrick Ewing, Karl Malone, Scottie Pippen, John Stockton, Chris Mullin, Clyde Drexler e Christian Laettner – na Olimpíada de Barcelona e voltei a acreditar que o céu era o limite.
Virei torcedor dos Lakers, mas na fase pós-Magic Johnson, em que o fenômeno Michael Jordan era absoluto. Foram seis anos de domínio do Chicago Bulls nas quadras, o que faz deste o time preferido da minha geração. Atualmente, há uma garotada torcendo para os Lakers, mas no país do futebol ainda é difícil encontrar alguém para falar de basquete.
Irônico é que no Brasil o maior incentivo para praticar o futebol é abandonar a escola – a maioria de nossos boleiros é semi-analfabeta – enquanto nos Estados Unidos o critério número 1 para entrar na NBA é ter cursado uma universidade. Embora seja uma sociedade diacrônica, a norte-americana tem a nos ensinar em matéria de mens sana in corpore sano.
Escrevi isso nos anos 1990 e ainda acredito: não existe esporte coletivo mais emocionante que o basquete. Não existem jogadas mais rápidas, passes mais impressionantes e disputas de bolas mais acirradas que neste formidável jogo aéreo, em que a batalha acontece no ar e é difícil saber se as jogadas são mais racionais que instintivas.
No basquete, o tempo é peça-chave. Cada segundo pode significar vitória ou derrota. Inventado pelos canadenses e aperfeiçoado nos Estados Unidos, o basquete me conquistou ainda criança, com o desenho animado dos Harlem Globe Trotters. Joguei no primeiro e segundo graus como ala e embora não fosse um grande jogador, arremessava razoavelmente.
O tempo passou, o jornalismo me conquistou aos 16 e durante algum tempo esqueci o basquete, exceto pelo brilhantismo de Oscar, Pipoca e outros brasileiros bons de cesta. Em 1990 comecei a reparar no Los Angeles Lakers de Earvin “Magic” Johnson e viria a saber, no ano seguinte, que o maior ídolo do basquete norte-americano estava com AIDS. Em 1992, assisti ao Dream Team – Michael Jordan, Magic Johnson, Larry Bird, Charles Barkley, David Robinson, Patrick Ewing, Karl Malone, Scottie Pippen, John Stockton, Chris Mullin, Clyde Drexler e Christian Laettner – na Olimpíada de Barcelona e voltei a acreditar que o céu era o limite.
Virei torcedor dos Lakers, mas na fase pós-Magic Johnson, em que o fenômeno Michael Jordan era absoluto. Foram seis anos de domínio do Chicago Bulls nas quadras, o que faz deste o time preferido da minha geração. Atualmente, há uma garotada torcendo para os Lakers, mas no país do futebol ainda é difícil encontrar alguém para falar de basquete.
Irônico é que no Brasil o maior incentivo para praticar o futebol é abandonar a escola – a maioria de nossos boleiros é semi-analfabeta – enquanto nos Estados Unidos o critério número 1 para entrar na NBA é ter cursado uma universidade. Embora seja uma sociedade diacrônica, a norte-americana tem a nos ensinar em matéria de mens sana in corpore sano.
2 a 2
A série está empatada. Na terça-feira e na quinta haverá jogos em San Antonio, com a torcida texana na catimba. No domingo, Kobe Bryant esteve brilhante, com vôos que lembram Michael Jordan. Shaquille O’Neal provou que algumas dezenas de quilos distribuídos em 2,16 m podem ser rápidas o suficiente para atravessar a quadra e enterrar na cesta adversária sem obstáculo aparente. Mas, verdade seja dita, não queria estar na pele dos torcedores de Dallas Mavericks e Sacramento Kings, que sofreram um bocado com a partida terminando empatada em 95 x 95, cinco minutos de prorrogação encerrando em 113 x 113 e finalmente a vitória por cinco pontos para o time de Dallas. Emocionante.
A série está empatada. Na terça-feira e na quinta haverá jogos em San Antonio, com a torcida texana na catimba. No domingo, Kobe Bryant esteve brilhante, com vôos que lembram Michael Jordan. Shaquille O’Neal provou que algumas dezenas de quilos distribuídos em 2,16 m podem ser rápidas o suficiente para atravessar a quadra e enterrar na cesta adversária sem obstáculo aparente. Mas, verdade seja dita, não queria estar na pele dos torcedores de Dallas Mavericks e Sacramento Kings, que sofreram um bocado com a partida terminando empatada em 95 x 95, cinco minutos de prorrogação encerrando em 113 x 113 e finalmente a vitória por cinco pontos para o time de Dallas. Emocionante.
quinta-feira, 8 de maio de 2003
114 a 95?!
Perdemos a batalha, mas a guerra ainda não acabou. A surra que o Los Angeles Lakers levou ontem de um excelente San Antonio Spurs ainda dói, mas a série está empatada. Amanhã o jogo é em Los Angeles. Aí eu quero ver. Mas, verdade seja dita, Tim Duncan continua insuperável e o argentino Ginobili é rápido demais para nossa marcação, que precisa (alô, Phil Jackson) de Rick Fox (por que ele está no banco?) e Samaki Walker, para dar um descanso aos combalidos Robert Horry e Derek Fisher, este último que não estava nos seus melhores dias para cestas de três pontos.
O Lakers não jogou mal. Sem dúvida, foi o melhor jogo das semifinais da conferência Oeste. O problema é que o San Antonio Spurs jogou BEM DEMAIS.
Perdemos a batalha, mas a guerra ainda não acabou. A surra que o Los Angeles Lakers levou ontem de um excelente San Antonio Spurs ainda dói, mas a série está empatada. Amanhã o jogo é em Los Angeles. Aí eu quero ver. Mas, verdade seja dita, Tim Duncan continua insuperável e o argentino Ginobili é rápido demais para nossa marcação, que precisa (alô, Phil Jackson) de Rick Fox (por que ele está no banco?) e Samaki Walker, para dar um descanso aos combalidos Robert Horry e Derek Fisher, este último que não estava nos seus melhores dias para cestas de três pontos.
O Lakers não jogou mal. Sem dúvida, foi o melhor jogo das semifinais da conferência Oeste. O problema é que o San Antonio Spurs jogou BEM DEMAIS.
segunda-feira, 5 de maio de 2003
Obituário
A Waly Salomão
As artes brasileiras ficaram mais pobres não porque surgiu novo MC Serginho, mas porque sumiu Waly Salomão.
A Jair Borin
A primeira foi Elizabeth Callandrini, a professora da segunda série. Nos anos 90, Gigi Martins, no jornalismo pré-faculdade e Saul, que ensinava Filosofia e foi enterrado à chuva fina. Em 2002, Alexandre Borges, de comunicação comunitária e este ano Jair Borin. Além de aluno em Media Criticism, fui assistente de Borin na ECA-USP (Jornalismo Sindical), onde trocamos idéias sobre Napoleão (ele desprezava a biografia escrita por Emil Ludwig) e imigrantes suíços em São Paulo. Na nossa última conversa, um café com Paulo Moreira Leite (Época) na ECA, defini a Anistia como pacto medíocre e ele nada disse em respeito à minha insipiência. Pessoas assim estão, cada uma a seu modo, retratadas em Jack Lemon no filme A última grande lição (Cradle with rock), escrito e dirigido pot Tim Robbins, em que o velho professor ainda tem muito a ensinar. Mesmo que não reconheçamos, estamos sempre em débito com quem nos orienta para a vida.
A minha avó
Umbelina Pereira da Conceição era seu nome. Morreu em janeiro de 2002, e nunca foi mencionada aqui porque blog não é lugar para assuntos pessoais. Minha avó veio ao mundo em 1908, como Simone de Beauvoir. Não nasceu em berço burguês, não fez faculdade e muito menos mudou a história da mulher, como a intelectual francesa. Trabalhou no campo, adoeceu e morreu aos 93 anos recebendo a menor aposentadoria paga no Brasil. Sobreviveu a Beauvoir. Seus netos e bisnetos estão espalhados por várias partes do mundo: Venezuela, São Paulo, Roraima, Maranhão, Alemanha e... França. Beauvoir não deixou descendentes.
A Waly Salomão
As artes brasileiras ficaram mais pobres não porque surgiu novo MC Serginho, mas porque sumiu Waly Salomão.
A Jair Borin
A primeira foi Elizabeth Callandrini, a professora da segunda série. Nos anos 90, Gigi Martins, no jornalismo pré-faculdade e Saul, que ensinava Filosofia e foi enterrado à chuva fina. Em 2002, Alexandre Borges, de comunicação comunitária e este ano Jair Borin. Além de aluno em Media Criticism, fui assistente de Borin na ECA-USP (Jornalismo Sindical), onde trocamos idéias sobre Napoleão (ele desprezava a biografia escrita por Emil Ludwig) e imigrantes suíços em São Paulo. Na nossa última conversa, um café com Paulo Moreira Leite (Época) na ECA, defini a Anistia como pacto medíocre e ele nada disse em respeito à minha insipiência. Pessoas assim estão, cada uma a seu modo, retratadas em Jack Lemon no filme A última grande lição (Cradle with rock), escrito e dirigido pot Tim Robbins, em que o velho professor ainda tem muito a ensinar. Mesmo que não reconheçamos, estamos sempre em débito com quem nos orienta para a vida.
A minha avó
Umbelina Pereira da Conceição era seu nome. Morreu em janeiro de 2002, e nunca foi mencionada aqui porque blog não é lugar para assuntos pessoais. Minha avó veio ao mundo em 1908, como Simone de Beauvoir. Não nasceu em berço burguês, não fez faculdade e muito menos mudou a história da mulher, como a intelectual francesa. Trabalhou no campo, adoeceu e morreu aos 93 anos recebendo a menor aposentadoria paga no Brasil. Sobreviveu a Beauvoir. Seus netos e bisnetos estão espalhados por várias partes do mundo: Venezuela, São Paulo, Roraima, Maranhão, Alemanha e... França. Beauvoir não deixou descendentes.
quarta-feira, 30 de abril de 2003
Inteligência emocional
Todo meu amor a Andréa Cattaneo, que hoje na USP tornou-se mestre em Ciências da Comunicação. Pois que mestre já era, na ciência do meu coração.
Todo meu amor a Andréa Cattaneo, que hoje na USP tornou-se mestre em Ciências da Comunicação. Pois que mestre já era, na ciência do meu coração.
Li
B. B. King: Corpo e alma do blues - David Ritz e B. B. King
Vida e obra do rei do blues, das plantações de algodão do Mississipi a chá com a rainha da Inglaterra. Um trecho:
Espremo os olhos, abro a boca, ergo as sobrancelhas, jogo a cabeça para trás e sabe Deus o que mais. Parece que estou sendo torturado, mas na verdade estou em êxtase. Não faço isso porque quero. Cada fibra do meu corpo está vibrando. As notas atravessam meu corpo e fazem cócegas em minhas entranhas.
É King pra ser lido e ouvido.
B. B. King: Corpo e alma do blues - David Ritz e B. B. King
Vida e obra do rei do blues, das plantações de algodão do Mississipi a chá com a rainha da Inglaterra. Um trecho:
Espremo os olhos, abro a boca, ergo as sobrancelhas, jogo a cabeça para trás e sabe Deus o que mais. Parece que estou sendo torturado, mas na verdade estou em êxtase. Não faço isso porque quero. Cada fibra do meu corpo está vibrando. As notas atravessam meu corpo e fazem cócegas em minhas entranhas.
É King pra ser lido e ouvido.
Premonições
Passado o governo Jay Garner, o Iraque tornar-se-á (perdão pela mesóclise) uma teocracia xiita no modelo persa e será derrubada pelos Estados Unidos, com a ajuda de Saddan Husseim.
George W. Bush será reeleito - desta vez, sem fraudes.
Osama Bin Laden comandará a explosão da Estátua da Liberdade.
Rubens Barrichello chegará em segundo lugar.
Nenê Hilário deixará o Denver Nuggets para entrar nos Lakers (oba!).
Gugu Liberato e Carla Perez dividirão um talk-show.
Ah, chega.
Passado o governo Jay Garner, o Iraque tornar-se-á (perdão pela mesóclise) uma teocracia xiita no modelo persa e será derrubada pelos Estados Unidos, com a ajuda de Saddan Husseim.
George W. Bush será reeleito - desta vez, sem fraudes.
Osama Bin Laden comandará a explosão da Estátua da Liberdade.
Rubens Barrichello chegará em segundo lugar.
Nenê Hilário deixará o Denver Nuggets para entrar nos Lakers (oba!).
Gugu Liberato e Carla Perez dividirão um talk-show.
Ah, chega.
segunda-feira, 28 de abril de 2003
Do rancor
Daniel Piza teve dias melhores na Gazeta Mercantil, mas é caretice total no Estadão, onde ataca Paulo Coelho. Ora, se não gosta, não leia. Li dois e parei. A perseguição ao agora imortal já não se justifica, a não ser pela busca de audiência junto à Academia Brasileira de Letras, que sempre foi órgão mais político que de excelência. E não vale dizer que este é o papel do crítico.
O stablishment literário não engole Paulo Coelho porque se satisfaz com um povo ignorante, para reforçar a distinção entre plebe e elite, relegando à panelinha onde infelizmente me incluo a tarefa de obliterar tudo o que não satisfaz nossos cérebros cansados dos clássicos.
Paulo Coelho tem o mérito de formar leitores, "para desespero da crítica acadêmica que tanto parece invejar seu sucesso comercial", diz o próprio Piza, em saudável mea culpa.
Daniel Piza teve dias melhores na Gazeta Mercantil, mas é caretice total no Estadão, onde ataca Paulo Coelho. Ora, se não gosta, não leia. Li dois e parei. A perseguição ao agora imortal já não se justifica, a não ser pela busca de audiência junto à Academia Brasileira de Letras, que sempre foi órgão mais político que de excelência. E não vale dizer que este é o papel do crítico.
O stablishment literário não engole Paulo Coelho porque se satisfaz com um povo ignorante, para reforçar a distinção entre plebe e elite, relegando à panelinha onde infelizmente me incluo a tarefa de obliterar tudo o que não satisfaz nossos cérebros cansados dos clássicos.
Paulo Coelho tem o mérito de formar leitores, "para desespero da crítica acadêmica que tanto parece invejar seu sucesso comercial", diz o próprio Piza, em saudável mea culpa.
quarta-feira, 23 de abril de 2003
Sem comentários
O Falou & Disse anda com problemas. Razão para a baixa interatividade. Ensaio novo lay-out e novo sistema de comentários.
O Falou & Disse anda com problemas. Razão para a baixa interatividade. Ensaio novo lay-out e novo sistema de comentários.
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